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ARTIGO
Sêneca e a nossa jornada de transformação digital na Advocacia-Geral da União
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Na nossa AGU, temos a honra de trabalhar ao lado de colegas excepcionais, cada um com sua própria história de desafios e conquistas. Hoje, quero compartilhar a história do Sêneca, um de nós, um profissional de 48 anos que começou sua carreira em um tempo em que havia carimbos, as audiências eram presenciais e os processos, de papel.
A Jornada de Sêneca
Sêneca, assim como muitos de nós, testemunhou a evolução do – e no - trabalho jurídico. No lugar das pilhas de processos, pastas eletrônicas; sistemas, sistemas, dados, dados e... dados. Com o tempo, ele se adaptou à digitalização do trabalho, mesmo que isso nem sempre tenha sido fácil.
Ele usa redes sociais para se conectar, realiza operações bancárias pelo celular, aderiu ao Supersapiens demostrando que, apesar do desconforto inicial, ele conseguiu lidar bem com as mudanças. Até agora.
Ele reconhece que a realidade digital veio para ficar e se preocupa com a rapidez das mudanças. Não consegue imaginar como será o seu trabalho nos próximos 10 anos, mas acha que deve se capacitar para ser útil no futuro.
Sêneca enfrenta os desafios da era digital com calma, racionalidade e resiliência. Ele vê a transformação digital como uma oportunidade de crescimento, mas também como um desafio que deve ser enfrentado com sabedoria. Sua abordagem equilibrada entre inovação e tradição é um exemplo para todos nós.
E pra você, o que é transformação digital?
Cada um de nós enxerga a transformação digital de maneira diferente. Na AGU, onde 44% (quarenta e quatro por cento) de nós tem mais de 50 anos, essa adaptação pode ser um pouco mais desafiadora.
Enquanto os colegas mais jovens, nativos digitais, sentem-se à vontade com novas tecnologias, muitos de nós ainda estamos encontrando o equilíbrio entre as práticas tradicionais e as inovações tecnológicas.
A transformação digital não é apenas uma questão de adotar novas tecnologias, mas também de compreender como essas mudanças afetam as pessoas em diferentes estágios de sua carreira e vida profissional.
Na AGU, como em diversas outras organizações públicas e privadas, a adaptação à era digital pode ser desafiadora. Cada geração da AGU enxerga o processo de transformação digital de uma maneira única e é essencial que essa diversidade seja reconhecida e levada em conta ao se planejar e executar essa transformação.
Gerações em perspectiva: a diversidade na AGU
Na AGU, convivem profissionais de diferentes faixas etárias e experiências de vida. De um lado, temos os mais jovens, nativos digitais, que cresceram em um mundo marcado pela tecnologia desde a infância. Para esses colegas, a integração de novas ferramentas no ambiente de trabalho muitas vezes é vista como uma extensão natural de sua realidade cotidiana.
Eles tendem a se sentir à vontade com as mudanças tecnológicas e, em muitos casos, são os primeiros a adotar novas plataformas, sistemas e soluções digitais. Essa geração representa a inovação em seu estado mais puro, com facilidade de adaptação e espírito empreendedor.
Por outro lado, temos os profissionais de gerações mais experientes, aqueles que começaram suas carreiras em um cenário predominantemente analógico. Para esses colegas, a transformação digital representa não apenas uma mudança nas ferramentas de trabalho, mas uma alteração substancial na forma de atuar no direito.
Embora muitos já tenham se adaptado a tecnologias cotidianas, como e-mails e aplicativos bancários, o conceito mais amplo de digitalização de processos, dados e fluxos de trabalho ainda pode gerar insegurança ou resistência.
O ritmo acelerado da inovação pode ser visto como uma pressão para se adaptar rapidamente, algo que pode ser desconfortável para aqueles acostumados a uma abordagem mais tradicional.
O processo "De Para" da transformação digital

A transformação digital na AGU não pode ser tratada como um processo linear e uniforme. É fundamental que esse processo seja entendido como um "de para", ou seja, uma transição que deve ser cuidadosamente planejada com base no estágio de maturidade digital atual de cada organização e nos objetivos estratégicos que buscamos alcançar.
Para que a transformação digital seja bem-sucedida, é necessário que cada geração seja respeitada em seu próprio ritmo de adaptação, com o devido suporte e treinamento. Para os profissionais mais experientes, que podem se sentir sobrecarregados com o excesso de novas ferramentas e plataformas, a mudança precisa ser gradual e acompanhada de treinamento contínuo e de um suporte robusto.
O foco deve ser a integração das práticas tradicionais com as novas tecnologias de maneira coesa, para que a qualidade e a integridade do trabalho jurídico não se percam no processo de adaptação.
Já para os mais jovens, que estão mais familiarizados com a tecnologia, é importante dar-lhes a liberdade de explorar novas ferramentas e metodologias de maneira mais autônoma, incentivando o uso criativo e inovador da tecnologia no dia a dia do trabalho jurídico.
No entanto, é preciso também garantir que essa geração entenda as limitações e os desafios envolvidos no uso da tecnologia no setor público, especialmente no que diz respeito à segurança da informação e à necessidade de aderir aos princípios éticos da advocacia pública.
Treinamento, suporte e mudança Cultural
A transformação digital na AGU exige mais do que a simples implementação de novas tecnologias. Ela demanda, principalmente, uma mudança cultural significativa, onde a adaptação ao digital seja percebida como uma evolução natural e enriquecedora, e não como uma imposição ou ameaça.
Isso envolve tanto o desenvolvimento de habilidades técnicas quanto a criação de uma mentalidade voltada para a inovação.

É fundamental que as estratégias de transformação digital sejam moldadas para atender às necessidades e particularidades de cada geração, o que inclui desde a criação de programas de capacitação personalizados, com foco no desenvolvimento de competências digitais para os profissionais mais experientes; até o estímulo à colaboração intergeracional, na qual os mais jovens possam compartilhar seu conhecimento e experiências com os colegas mais velhos, promovendo um ambiente de aprendizado mútuo.
A transformação digital na AGU não será bem-sucedida se não levar em consideração a diversidade geracional que compõe a nossa força de trabalho. Precisamos entender que a adaptação às novas tecnologias não é uma corrida, mas um processo contínuo de aprendizado, suporte e troca de experiências.
Ao respeitar os tempos e os desafios de cada geração, podemos criar uma AGU mais preparada, ágil e inovadora, capaz de integrar práticas tradicionais com as novas possibilidades oferecidas pela tecnologia, sem perder de vista os valores e princípios que fundamentam o nosso trabalho jurídico.
Desafios e oportunidades na AGU
A AGU e muitas outras organizações enfrentam desafios na adaptação às novas tecnologias. Sabemos como pode ser avassalador navegar por tantas novas ferramentas, e a pressão para manter a qualidade e a integridade do nosso trabalho jurídico é grande. Mas também sabemos que essas mesmas ferramentas podem nos ajudar a trabalhar de maneira mais eficiente, transparente e acessível.
Entre os desafios, a resistência à mudança e a necessidade de capacitação contínua se destacam. Mas as oportunidades são muitas: podemos melhorar nossos processos, reduzir custos, aumentar a eficiência e entregar muito valor à sociedade.
A AGU tem muito a ganhar com a automação de procedimentos, a utilização dos assistentes de inteligência artificial e a integração de tanta e inúmeras ferramentas de maneira coesa e estratégica.
A Importância da difusão da inovação
Para que a transformação digital seja bem-sucedida, é fundamental que todos nós estejamos a bordo. Segundo a teoria de Everett Rogers sobre a difusão da inovação6, os "inovadores" e "adotantes iniciais" têm um papel crucial em influenciar os demais.
Precisamos promover um ambiente de apoio e incentivo à inovação. Isso significa oferecer treinamentos, criar uma cultura organizacional que valorize a experimentação e o aprendizado contínuo, que tolere erros e fracassos e reconheça os esforços de todos na adoção de novas práticas.
Neste mês de dezembro, o Laboratório de Inovação completa o seu primeiro ano de existência. O Labori é um espaço colaborativo e multidisciplinar que busca criar condições favoráveis ao pensamento criativo, à cocriação, à pesquisa e à troca de experiências e de conhecimentos.
Apesar de bebê, o Labori já fomenta a transformação digital da AGU. Lançou o desafio de inovação da AGU para colher ideias e incubá-las; produziu e vem difundindo a necessidade de inovar – em rede – para toda a advocacia pública nacional.
A transformação digital não é apenas uma questão de tecnologia, mas de cultura, estratégia e visão. Com a abordagem correta, podemos não apenas nos adaptar às mudanças, mas liderar a inovação no setor jurídico, beneficiando a sociedade como um todo.
A história de Sêneca nos mostra que a transformação digital na AGU é um processo contínuo de aprendizado e adaptação. A abordagem de Sêneca – focar no que podemos controlar e aceitar o que não podemos – é uma lição valiosa para todos nós.
Enfrentar as mudanças com resiliência, manter-se atualizado e integrar tecnologias de maneira intencional são passos essenciais para que possamos navegar com sucesso pela era digital.
Vamos juntos, eu, Sêneca, o Labori e vocês... rumo a uma AGU Digital.