Novas Tecnologias - Edição Gênica
"No passado, os altos custos regulatórios das tecnologias agrícolas tiveram o efeito de consolidar as ferramentas mais sofisticadas nas mãos de grandes empresas. Isso teve impacto nos tipos de produtos, no seu desenvolvimento, nos preços e no acesso global, e os agricultores não compartilharam seus benefícios de forma igualitária. Além da facilidade de uso, precisão, custo reduzido e menor tempo para desenvolvimento do produto, o CRISPR se destaca como uma poderosa ferramenta para democratizar a biotecnologia e que pode ser usada por cientistas em todo o mundo.” Essas são palavras de Jennifer A. Doudna, prêmio Nobel em Química em 2020, em seu prefácio no relatório da FAO “Gene Editing and Agrifood Systems” (2022). CRISPR é uma das técnicas de edição gênica que, junto com outras tecnologias que utilizam a engenharia genética, são consideradas novas tecnologias que têm revolucionado o melhoramento de plantas, animais e micro-organismos.
Essas novas tecnologias ampliam não apenas o número de desenvolvedores no mercado de biotecnologia, mas também as espécies a serem trabalhadas e as características a serem introduzidas, trazendo um enorme potencial para que questões relacionadas à produtividade e resiliência das cadeias produtivas possam ser aprimoradas.
O Brasil já possui em seu arcabouço regulatório a Resolução Normativa Nº 16, de 15 de janeiro de 2018, que “Estabelece os requisitos técnicos para apresentação de consulta à CTNBio sobre as Técnicas Inovadoras de Melhoramento de Precisão”, as chamadas TIMPs, que abrangem um conjunto de novas metodologias e abordagens que diferem da estratégia de engenharia genética por transgenia, por resultar na ausência de ADN/ARN recombinante no produto final. As TIMPs incluem diversas novas tecnologias, inclusive as técnicas de mutagênese sítio-dirigida ou edição gênica.