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Governo Central teve déficit primário de R$ 44,3 bilhões em junho e superávit de R$ 15,3 bilhões em 12 meses
O resultado primário do Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi deficitário em R$ 44,3 bilhões em junho, superando a mediana das expectativas do Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que indicava um déficit para o mês de R$ 39,9 bilhões. Em junho do ano passado foi registrado um déficit de R$ 38,7 bilhões. O resultado conjunto do Tesouro Nacional e do Banco Central foi superavitário em R$ 5,1 bilhões, enquanto a Previdência Social (RGPS) apresentou um déficit de R$ 49,4 bilhões.
As informações constam do relatório do Resultado do Tesouro Nacional (RTN) de junho, divulgado na quarta-feira (30/7) em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, da qual participaram o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e o subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Athayde.
No acumulado ao longo do primeiro semestre de 2025, o resultado do Governo Central atingiu um déficit primário de R$ 11,5 bilhões, frente a um déficit de R$ 67,4 bilhões no mesmo período de 2024 (em termos nominais). O resultado deste ano conjugou um superávit de R$ 192,2 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central e um déficit de R$ 203,7 bilhões na Previdência Social (RGPS). Em termos reais, no acumulado do ano, a receita líquida registrou um aumento de 2,8% (+R$ 31,7 bilhões), enquanto a despesa observou um decréscimo de 2,4% (-R$ 28,8 bilhões).
Essa melhoria nos resultados, segundo Ceron, aponta para um “processo saudável” de recuperação do equilíbrio entre receitas e despesas. Ceron comentou que o Brasil tem hoje um dos melhores resultados primários entre as economias mais relevantes do mundo.
O resultado primário do Governo Central acumulado em 12 meses (até junho de 2025) foi de superávit de R$ 15,3 bilhões, o que equivalente a 0,11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Junho
Em comparação a junho de 2024, o resultado primário de junho decorreu da combinação de decréscimo real da receita líquida (-0,1% ou -R$ 174,2 milhões) e de acréscimo das despesas totais de 1,6% (+R$ 3,3 bilhões). De acordo com o relatório, a redução real marginal da receita líquida em junho de 2025 conjugou aumentos reais de 5,4% das Receitas Administradas pela Receita Federal (+R$ 7,3 bilhões) e de 6,8% da Arrecadação Líquida para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) – +R$ 3,6 bilhões –, com uma redução real de 23,8% das Receitas Não Administradas (-R$ 6,4 bilhões).
Já em relação às Receitas Administradas, os principais destaques foram Imposto sobre a Renda (+R$ 4,6 bilhões), em especial o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) – Rendimentos do Capital, com aumento real de 14,3% (+R$ 3,1 bilhões), e o Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF), que registrou aumento real de 20,5% (+R$ 1,3 bilhão).
A receita total apresentou, em junho, elevação de R$ 4,5 bilhões (2,1%), em termos reais, na comparação com junho de 2024.
Receitas e despesas em 2025
No acumulado de 2025, até junho, a receita total teve elevação de R$ 46,8 bilhões (3,4%) e a receita líquida, de R$ 31,7 bilhões (2,8%), em termos reais, frente ao acumulado do mesmo período de 2024.
Já a despesa total, no acumulado de 2025, até junho, teve diminuição de R$ 28,8 bilhões (-2,4%), em termos reais, diante do acumulado janeiro a junho de 2024.
O montante de restos a pagar (RAP) pagos (excetuados os RAP financeiros) até junho de 2025 foi R$ 179,5 bilhões, contra R$ 169,2 bilhões no mesmo período do ano anterior. Os cancelamentos até junho de 2025 totalizaram R$ 2,7 bilhões; no mesmo período de 2024, esse montante atingiu R$ 5 bilhões.
Assista à entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda para apresentar o relatório do Resultado do Tesouro Nacional (RTN) de junho