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Breve Histórico da PRF no Maranhão
Inspetor Santos e seu filho Santos Junior, hoje também Inspetor e instrutor da PRF, na década de 70
INÍCIO DA PRF NO MARANHÃO
A atuação da PRF no Maranhão teve início em 1964, com a missão de fiscalizar as rodovias federais e garantir a segurança viária. Suas primeiras instalações funcionavam nas dependências do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), órgão posteriormente extinto e sucedido pelo DNIT. O primeiro posto da PRF no estado foi inaugurado em 13 de dezembro de 1965, na localidade Pedrinhas, km 14 da BR-135, zona rural de São Luís. O jornal O Combate, na edição do dia seguinte, registrou: “Combate ao contrabando — (...) foi inaugurado na manhã de ontem o 1º posto da Polícia Rodoviária Federal do Maranhão, localizado em Pedrinhas (...)”. A cerimônia contou com diversas autoridades, como o chefe do 15º Distrito Rodoviário Federal, engenheiro Américo de Jesus Costa; o diretor-geral do DNER, engenheiro Luiz Fachinetti; e o inspetor José Augusto Hummel, chefe da Seção de Polícia. Pouco tempo depois, foi construída a segunda Unidade Operacional (UOP), no povoado São Francisco, no km 84 da mesma rodovia.
OS PRIMEIROS PATRULHEIROS
A primeira turma da PRF no Maranhão era composta por apenas nove agentes, que contavam com uma única viatura: um Jeep Willys 4x4. A segunda turma chegou em 1968, elevando o efetivo para pouco mais de vinte patrulheiros. O primeiro grande concurso aconteceu em 1970, e a primeira turma, de 40 PRFs, foi convocada em novembro de 1971. Poucos meses depois, outros 14 patrulheiros foram chamados — turma apelidada carinhosamente de “Os 14 Mais”. Outras turmas ingressaram em 1975, 1979 e 1986. Somente em 1994 foi realizado um novo grande concurso nacional — o maior da história da Instituição — com mais de 4 mil vagas, das quais 137 foram destinadas ao Maranhão, durante o governo de Itamar Franco. A turma de 1996 também foi resultado desse certame. Naquele período, grande parte das rodovias atuais sequer existia ou ainda não era pavimentada. A BR-135, por exemplo — conhecida em séculos anteriores como Estrada Real — tinha apenas pista simples e pavimento bastante rudimentar em relação aos padrões atuais.
EXPANSÃO PELO ESTADO
Com o passar dos anos, a PRF expandiu sua presença no Maranhão, instalando Delegacias e Unidades Operacionais em cidades estratégicas como Caxias, Imperatriz, Santa Inês, Bacabal e Balsas. No final dos anos 1960, com o reforço da turma de 1968, iniciouse o policiamento e a construção da UOP de Caxias, na BR-316, seguido pelas unidades de Peritoró e Barão de Grajaú, fortalecidas com os efetivos de 1971 e 1972. Após o ingresso da turma de 1975, vieram as UOPs de Santa Inês e Bacabal, seguidas por Araguanã e Maracaçumé. A UOP de Imperatriz foi construída na segunda metade da década de 1970. Na época, sequer havia asfalto na BR-010. Inicialmente, esse trecho estava sob jurisdição do estado do Pará, sendo posteriormente incorporado ao 15º Distrito, no Maranhão. Em seguida, foram instaladas as unidades de Açailândia, Buriticupu e Porto Franco. Com o reforço da turma de 1994, foi inaugurada a UOP de Vargem Grande, desativada aproximadamente 15 anos depois.
CURIOSIDADES DA ÉPOCA
Nos anos 1960, patrulhar as estradas era um desafio. O acesso à Ilha de São Luís, até 1970, era feito pela antiga ponte férrea Benedito Leite, inaugurada em 1928 como parte da estrada de ferro São Luís–Teresina, concluída em 1938. A ponte de concreto Marcelino Machado, que liga a ilha ao continente, só foi inaugurada naquele mesmo ano de 1970. A segunda ponte, construída ao lado, foi entregue apenas em julho de 2006. No trecho do Campo de Peris, antes da pavimentação definitiva, era comum veículos atolarem e precisarem da ajuda de um trator sediado em Peris de Baixo. Outra curiosidade é o uso de lampiões à noite na maioria dos postos da PRF. E eles não eram exclusivos dos postos: até então, os veículos não eram obrigados a portar triângulo de sinalização. Em vez disso, exigia-se o uso de um lampião, acompanhado de caixa de fósforos ou isqueiro. Até o final da década de 1970, o posto da PRF em Pedrinhas era iluminado por gerador, que começava a “avisar” o desligamento por volta das 23h, piscando as luzes antes de apagá-las completamente.
CONCLUSÃO
A história da PRF no Maranhão é marcada pela coragem, dedicação e compromisso de seus agentes ao longo das décadas. A instituição evoluiu, modernizou-se e segue firme em sua missão de proteger vidas, fiscalizar rodovias e combater os mais diversos ilícitos nas estradas federais do estado.