Notícias
NOTA À IMPRENSA Nº 264
Declaração sobre Mudança Climática e a COP30 por ocasião da Cúpula Brasil–Caribe
Declaração sobre Mudança Climática e a COP30, adotada por ocasião da Cúpula Brasil-Caribe, realizada em Brasília, em 13 de junho de 2025.
CÚPULA BRASIL-CARIBE
DECLARAÇÃO SOBRE MUDANÇA DO CLIMA E COP30
1. Nós, líderes do Brasil e dos países do Caribe, reunimo-nos em Brasília, em 13 de junho de 2025, e emitimos a seguinte declaração sobre a mudança do clima e a 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
2. Reconhecendo a mudança do clima como um dos maiores desafios de nosso tempo, registramos com preocupação que 2024 foi o ano mais quente já registrado globalmente e o primeiro ano-calendário em que a temperatura média global superou 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. A escala e a gravidade da mudança do clima e seu impacto crescente sobre a vida das pessoas representam uma ameaça existencial para a humanidade.
3. A mudança do clima é motivo de especial preocupação para o Caribe, pois a região é fortemente afetada por desastres naturais, agravados pela elevação do nível do mar e pela intrusão de água salgada, o que torna urgente enfrentar essas necessidades e circunstâncias específicas. Recordamos o reconhecimento, pelo Acordo de Paris, dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) como particularmente vulneráveis e merecedores de consideração especial.
4. Reconhecemos que nossa resposta à mudança do clima deve ser global, em consonância com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Instamos todas as Partes, em especial as Partes países desenvolvidos, a cumprirem os compromissos reiteradamente não atendidos quanto à redução de emissões e às obrigações de apoio aos países em desenvolvimento, inclusive no que se refere ao financiamento climático.
5. Reconhecemos que o novo ciclo de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) representa uma oportunidade valiosa para renovar o compromisso de todas as Partes com a ação global necessária à implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e de seu Acordo de Paris. Reconhecemos os esforços realizados pelos países da região para a apresentação de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) atualizadas, incluindo as já submetidas por Santa Lúcia, Cuba e Brasil.
6. Devemos manter-nos mais unidos do que nunca em nossa luta global contra as mudanças climáticas, tendo como base a UNFCCC e seu Acordo de Paris como pedra angular de nossos esforços coletivos para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C. Reafirmamos o compromisso com a “Missão 1.5”, com o objetivo de fortalecer significativamente a cooperação internacional e o ambiente propício global, de modo a estimular maior ambição, intensificar a ação e a implementação ao longo desta década crítica e manter ao alcance a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
7. Observamos que o Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) afirma que a cooperação internacional é um elemento fundamental para viabilizar ações climáticas ambiciosas, promovendo o desenvolvimento e a implementação de políticas climáticas, especialmente nos países que enfrentam significativas limitações de capacidade. A cooperação internacional deverá ter como objetivo fortalecer as capacidades e instituições de todos os países.
8. Devemos intensificar os esforços para construir resiliência por meio de planos de adaptação significativos, colocando a adaptação no centro da ação climática nesta década crítica. No contexto do aumento da frequência e da intensidade de eventos extremos, enfatizamos a urgência de abordar as perdas e danos causados pelos impactos adversos da mudança do clima e de fortalecer a resposta a perdas e danos no âmbito da UNFCCC, com vistas a apoiar os países em desenvolvimento. Saudamos o lançamento da fase inicial do Fundo para Resposta a Perdas e Danos, no qual metade dos recursos disponíveis será destinada aos SIDS e aos Países Menos Desenvolvidos (LDCs). Ressaltamos a importância de assegurar que o financiamento voltado ao enfrentamento de perdas e danos seja acessível, previsível e adequado, especialmente para os SIDS e LDCs.
9. Conclamamos por um aumento significativo do financiamento climático, incluindo maior acesso a financiamentos concessionais e doações, para apoiar ações de mitigação, adaptação e resposta a perdas e danos nos países em desenvolvimento. Instamos pela devida capitalização dos fundos climáticos e pelas reformas financeiras necessárias para ampliar a adaptação nos países em desenvolvimento. Reafirmamos que o financiamento adequado, iniciativas robustas de capacitação e a transferência de tecnologia são elementos essenciais para viabilizar a ação climática e capacitar todos os países em suas respostas e resiliência frente às mudanças do clima. Nesse sentido, apelamos por maior apoio financeiro e técnico.
10. Reafirmamos nosso apoio às Presidências da 29ª e da 30ª COP na condução da “Rota de Baku a Belém para 1,3 trilhão”, com o objetivo de ampliar o financiamento climático necessário aos países em desenvolvimento. Essa Rota deve servir como instrumento para alavancar recursos financeiros voltados a trajetórias de baixo carbono e resiliência climática nos países em desenvolvimento, recordando que os alertas do IPCC sobre a urgência da ação climática destacam que financiamento, tecnologia e cooperação internacional são elementos centrais para acelerar essa ação. É urgente ampliar a escala e a velocidade do financiamento climático conforme as necessidades dos países em desenvolvimento, inclusive por meio da reforma imediata da arquitetura financeira internacional. As vulnerabilidades e circunstâncias especiais dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) devem ser adequadamente consideradas nas decisões financeiras.
11. Comprometemo-nos a contribuir para a criação e implementação de um conjunto abrangente de opções de financiamento que acelerem os investimentos públicos e privados, por meio, entre outros, de pagamentos por resultados, financiamento concessional, bem como do fortalecimento da cooperação por meio de mercados de carbono de alta integridade, conforme apropriado, em consonância com os acordos multilaterais e com as diferentes prioridades e circunstâncias nacionais. Nesse contexto, manifestamos expectativa quanto ao lançamento do “Tropical Forests Forever Facility”, uma iniciativa inovadora e de grande escala para que países em desenvolvimento conservem e restaurem suas florestas tropicais.
12. Ressaltamos o papel essencial dos oceanos como reguladores do clima e sumidouros de dióxido de carbono, bem como sua importância para a mitigação do aquecimento global. Destacamos sua contribuição para a adaptação e a resiliência frente aos efeitos adversos das mudanças climáticas. Encorajamos a inclusão de medidas baseadas nos oceanos nas políticas climáticas nacionais.
13. Reconhecemos que o aumento do nível do mar relacionado às mudanças climáticas afeta desproporcionalmente os SIDS e as comunidades costeiras, especialmente nos países em desenvolvimento, e reafirmamos nosso compromisso de cooperar e apoiar as comunidades particularmente vulneráveis a seus impactos.
14. Afirmamos a importância da justiça climática na adoção de medidas para enfrentar as mudanças climáticas e enfatizamos que os processos de transição justa estão diretamente relacionados à promoção do desenvolvimento sustentável, à erradicação da pobreza e à redução das desigualdades, entre e dentro dos países.
15. Reconhecemos as contribuições fundamentais das pessoas afrodescendentes, que incorporam modos de vida tradicionais, preservam sistemas de conhecimento compartilhados e mantêm conexões profundas com suas terras nos esforços para alcançar o desenvolvimento sustentável.
16. Reconhecemos também que grupos como os Povos Indígenas, comunidades locais, mulheres, jovens, crianças e pessoas com deficiência são frequentemente desproporcionalmente afetados pelos impactos adversos das mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, estão entre os agentes mais ativos e resilientes na linha de frente da ação climática. Por isso, as transições justas para um futuro de baixo carbono devem considerar suas necessidades e circunstâncias.
17. Saudamos a realização da COP30 em Belém, no Brasil, de 10 a 21 de novembro de 2025, pela primeira vez na região amazônica. Uniremos esforços para transformar a COP30 em um movimento de transformações financeiras, tecnológicas e sociais rumo a uma nova era na luta global contra as mudanças climáticas.
BRAZIL-CARIBBEAN SUMMIT
STATEMENT ON CLIMATE CHANGE AND THE COP30
1.We, the leaders of Brazil and countries of the Caribbean, met in Brasilia, on 13 June 2025, and issued the following statement on climate change and the 30th Conference of the Parties (COP30) to the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC).
2.Recognizing climate change as one of the greatest challenges of our time, we note with concern that 2024 was the warmest year on record globally, and the first calendar year that the average global temperature exceeded 1.5ºC above its pre-industrial level. The scale and gravity of climate change and its growing impact on people’s lives poses an existential threat to humankind.
3.Climate change is of special concern for the Caribbean, as the region is heavily affected by natural disasters, exacerbated by sea level rise and saltwater intrusion, making it urgent to address those specific needs and circumstances. We recall the recognition of Small Island Developing States (SIDS) under the Paris Agreement as being among the particularly vulnerable and deserving of special consideration.
4.We acknowledge that our response to climate change must be global, in line with the principle of common but differentiated responsibilities. We urge all Parties, particularly developed country Parties, to fulfill their continuously unmet commitments with regard to emissions reductions and their obligations in providing support to developing country Parties, including climate finance.
5. We recognize that the new cycle of Nationally Determined Contributions (NDCs) represents a good opportunity to renew all Parties’ commitment to the global action required for implementing the UNFCCC and its Paris Agreement. We acknowledge the efforts made by countries in the region to submit their updated NDCs, including the submissions already made by Saint Lucia, Cuba and Brazil.
6.We must remain united in our global fight against climate change more than ever, upholding the UNFCCC and its Paris Agreement as the cornerstone of our collective efforts to limit the temperature increase to 1.5°C. We reaffirm the pursuit of “Mission 1.5” to significantly enhance international cooperation and the international enabling environment to stimulate ambition, with a view to strengthening action and implementation over this critical decade and keeping 1.5°C above pre-industrial level within reach.
7.We note that the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change states that international cooperation is a critical enabler for achieving ambitious climate action, encouraging development, and implementation of climate policies, particularly for those who have significant capacity constraints. International cooperation shall aim to strengthen respective capabilities and institutions in all countries.
8.We must scale up efforts to build resilience through meaningful adaptation plans and put adaptation at the center of climate action in this critical decade. In the context of the increasing frequency and intensity of extreme events, we emphasize the urgency to address loss and damage caused by the adverse impacts of climate change and strengthen the loss and damage response under the UNFCCC to support developing countries. We welcome the launch of a start-up phase for the Fund for Responding to Loss and Damage in which half of available funds will be for Small Island Developing States and Least Developed Countries (LDCs). We emphasize the importance of ensuring the accessibility, predictability and adequacy of finance for addressing loss and damage, particularly for SIDS and LDCs.
9. We call for significantly scaled-up climate finance, including increased access to concessional finance and grants, to support mitigation, adaptation and loss and damage responses in developing countries. We urge the proper capitalization of climate funds and the financial reform needed to scale adaptation in developing countries. We reaffirm that adequate financing, robust capacity-building initiatives and technology transfer are critical enablers of climate action and essential to empowering all countries in their climate responses and resilience. In this regard, we call for greater financial and technical support.
10.We reaffirm our support to the Presidencies of the 29th and 30th COPs for guiding the “Baku to Belém Roadmap to 1.3T” to scale up needed climate finance to developing countries. The Roadmap must serve as a tool for leveraging finance to low-carbon and climate-resilience pathways in developing countries, recalling that IPCC's alerts on the urgency of climate action are centered on findings that finance, technology, and international cooperation are critical for accelerated climate action. It is an urgent requirement to enhance the scale and speed of climate finance according to the needs of developing countries, including through the immediate reform of the international financial architecture. The unique vulnerabilities and special circumstances of SIDS must be adequately considered in financial decisions.
11. We commit to help create and deliver a full menu of financing options to accelerate private and public investment through, inter alia, results-based payments, concessional finance, as well as enhancing cooperation through high integrity carbon markets, as appropriate, in line with the multilateral agreements and the different national priorities and circumstances. In this context, we look forward to the launch of the Tropical Forests Forever Facility, an innovative and large-scale incentive for developing countries to conserve and restore their rainforests.
12.We stress the essential role of the oceans as climate regulator and carbon dioxide sink and their importance to the mitigation of global warming. We highlight their contribution to the adaptation and resilience to the adverse effects of climate change. We encourage the inclusion of ocean-based measures in national climate policies.
13.We recognize that climate change-related sea level rise disproportionately affects SIDS and coastal communities, especially in developing countries, and reaffirm our commitment to cooperate and support communities particularly vulnerable to its impacts.
14.We affirm the importance of climate justice when taking action to address climate change and emphasize that just transition processes are directly related to promoting sustainable development, eradicating poverty and reducing inequalities, between and within countries.
15.We acknowledge the vital contributions of people of African descent embodying traditional ways of life, preserving shared knowledge systems, and maintaining deep connections with their lands in the efforts to achieve sustainable development.
16.We also recognize that groups such as Indigenous Peoples, local communities, women, youth, children, and persons with disabilities are often disproportionately affected by the adverse impacts of climate change. At the same time, they are among the most active and resilient agents on the frontlines of climate action. As such, just transitions to a low-carbon future should address their needs and circumstances.
17.We welcome the hosting of the COP30 in Belém, Brazil, from 10 to 21 November 2025, for the first time in the Amazon region. We will join efforts to transform COP30 into a movement of financial, technological and social transformations towards a new era in the global fight against climate change.
CUMBRE BRASIL-CARIBE
DECLARACIÓN SOBRE CAMBIO CLIMÁTICO Y COP30
1. Nosotros, líderes de Brasil y de los países del Caribe, nos reunimos en Brasilia, el 13 de junio de 2025, y emitimos la siguiente declaración sobre el cambio climático y la 30ª Conferencia de las Partes (COP30) de la Convención Marco de las Naciones Unidas sobre el Cambio Climático (UNFCCC).
2. Reconociendo el cambio climático como uno de los mayores desafíos de nuestro tiempo, manifestamos con preocupación que 2024 fue el año más caluroso jamás registrado a nivel global y el primer año calendario en que la temperatura media mundial superó los 1,5 °C por encima de los niveles preindustriales. La magnitud y la gravedad del cambio climático y su creciente impacto en la vida de las personas representan una amenaza existencial para la humanidad.
3. El cambio climático es motivo de especial preocupación para el Caribe, ya que la región se ve fuertemente afectada por desastres naturales, agravados por el aumento del nivel del mar y la intrusión de agua salina, lo que hace urgente abordar estas necesidades y circunstancias específicas. Recordamos el reconocimiento, por parte del Acuerdo de París, de los Pequeños Estados Insulares en Desarrollo (SIDS) como particularmente vulnerables y merecedores de consideración especial.
4. Reconocemos que nuestra respuesta al cambio climático debe ser global, en consonancia con el principio de responsabilidades comunes pero diferenciadas. Instamos a todas las Partes, en particular a las Partes que son países desarrollados, a cumplir con los compromisos reiteradamente incumplidos en materia de reducción de emisiones y de obligaciones de apoyo a los países en desarrollo, incluido el financiamiento climático.
5. Reconocemos que el nuevo ciclo de Contribuciones Determinadas a Nivel Nacional (NDCs) representa una valiosa oportunidad para renovar el compromiso de todas las Partes con la acción global necesaria para la implementación de la UNFCCC y de su Acuerdo de París. Reconocemos los esfuerzos realizados por los países de la región para la presentación de sus NDCs actualizadas, incluidas las ya presentadas por Santa Lucía, Cuba y Brasil.
6. Debemos mantenernos más unidos que nunca en nuestra lucha global contra el cambio climático, teniendo como base la UNFCCC y su Acuerdo de París como piedra angular de nuestros esfuerzos colectivos para limitar el aumento de la temperatura a 1,5 °C. Reafirmamos nuestro compromiso con la “Misión 1.5”, con el objetivo de fortalecer significativamente la cooperación internacional y el entorno propicio global, de modo que se estimule una mayor ambición y se intensifiquen la acción y la implementación durante esta década crítica, manteniendo al alcance la meta de limitar el calentamiento global a 1,5 °C por encima de los niveles preindustriales.
7. Observamos que el Sexto Informe de Evaluación del Panel Intergubernamental sobre el Cambio Climático (IPCC) afirma que la cooperación internacional es un elemento fundamental para posibilitar acciones climáticas ambiciosas, promoviendo el desarrollo y la implementación de políticas climáticas, especialmente en los países que enfrentan importantes limitaciones de capacidad. La cooperación internacional deberá tener como objetivo fortalecer las capacidades e instituciones de todos los países.
8. Debemos intensificar los esfuerzos para construir resiliencia mediante planes de adaptación significativos, situando la adaptación en el centro de la acción climática en esta década crítica. En el contexto del aumento de la frecuencia e intensidad de los eventos extremos, subrayamos la urgencia de abordar las pérdidas y los daños causados por los impactos adversos del cambio climático y de fortalecer la respuesta en el marco de la UNFCCC, con miras a apoyar a los países en desarrollo. Saludamos el lanzamiento de la fase inicial del Fondo de Respuesta a Pérdidas y Daños, en el cual la mitad de los recursos disponibles se destinará a los SIDS y a los Países Menos Adelantados (LDCs). Señalamos la importancia de garantizar que el financiamiento destinado a abordar pérdidas y daños sea accesible, previsible y adecuado, en particular para los SIDS y los LDCs.
9. Hacemos un llamado a un aumento significativo del financiamiento climático, incluido un mayor acceso a financiamiento concesional y donaciones, para apoyar la mitigación, la adaptación y la respuesta a pérdidas y daños en los países en desarrollo. Instamos a la debida capitalización de los fondos climáticos y a las reformas financieras necesarias para ampliar la adaptación en los países en desarrollo. Reafirmamos que el financiamiento adecuado, las iniciativas sólidas de creación de capacidades y la transferencia de tecnología son elementos esenciales para viabilizar la acción climática y empoderar a todos los países en sus respuestas y resiliencia ante el cambio climático. En este sentido, hacemos un llamado a un mayor apoyo financiero y técnico.
10. Reafirmamos nuestro apoyo a las Presidencias de la 29ª y la 30ª COP para la conducción de la “Mapa de Camino Bakú-Belém hacia 1,3 billones”, con el objetivo de ampliar el financiamiento climático necesario para los países en desarrollo. Este Mapa del Camino debe servir como instrumento para movilizar recursos financieros hacia trayectorias de bajo carbono y resiliencia climática en los países en desarrollo, recordando que las alertas del IPCC sobre la urgencia de la acción climática destacan que el financiamiento, la tecnología y la cooperación internacional son elementos centrales para acelerar dicha acción. Es urgente ampliar la escala y la velocidad del financiamiento climático conforme a las necesidades de los países en desarrollo, inclusive mediante la reforma inmediata de la arquitectura financiera internacional. Las vulnerabilidades y circunstancias especiales de los PEID deben ser adecuadamente consideradas en las decisiones financieras.
11. Nos comprometemos a contribuir a la creación e implementación de un conjunto amplio de opciones de financiamiento que aceleren las inversiones públicas y privadas, por medio, entre otros, de pagos por resultados, financiamiento concesional, así como del fortalecimiento de la cooperación mediante mercados de carbono de alta integridad, conforme sea apropiado, en consonancia con los acuerdos multilaterales y con las diferentes prioridades y circunstancias nacionales. En este contexto, manifestamos nuestra expectativa con respecto al lanzamiento del Fondo Bosques Tropicales para Siempre, una iniciativa innovadora y de gran escala para que los países en desarrollo conserven y restauren sus bosques tropicales.
12. Destacamos el papel esencial de los océanos como reguladores del clima y sumideros de dióxido de carbono, así como su importancia para la mitigación del calentamiento global. Enfatizamos su contribución a la adaptación y la resiliencia frente a los efectos adversos del cambio climático. Alentamos la inclusión de medidas basadas en los océanos en las políticas climáticas nacionales.
13. Reconocemos que el aumento del nivel del mar relacionado con el cambio climático afecta de manera desproporcionada a los SIDS y a las comunidades costeras, especialmente en los países en desarrollo, y reafirmamos nuestro compromiso de cooperar y apoyar a las comunidades particularmente vulnerables a sus impactos.
14. Afirmamos la importancia de la justicia climática en la adopción de medidas para enfrentar el cambio climático y subrayamos que los procesos de transición justa están directamente relacionados con la promoción del desarrollo sostenible, la erradicación de la pobreza y la reducción de las desigualdades, entre y dentro de los países.
15. Reconocemos las contribuciones fundamentales de las personas afrodescendientes, que incorporan modos de vida tradicionales, preservan sistemas de conocimientos compartidos y mantienen conexiones profundas con sus tierras en los esfuerzos por alcanzar el desarrollo sostenible.
16. Reconocemos también que grupos como los Pueblos Indígenas, las comunidades locales, las mujeres, los jóvenes, los niños y las personas con discapacidad son con frecuencia desproporcionadamente afectados por los impactos adversos del cambio climático. Al mismo tiempo, se encuentran entre los agentes más activos y resilientes en la primera línea de la acción climática. Por ello, las transiciones justas hacia un futuro bajo en carbono deben considerar sus necesidades y circunstancias.
17. Saludamos la realización de la COP30 en Belém, Brasil, del 10 al 21 de noviembre de 2025, por primera vez en la región amazónica. Uniremos esfuerzos para transformar la COP30 en un movimiento de transformaciones financieras, tecnológicas y sociales hacia una nueva era en la lucha global contra el cambio climático.
SOMMET BRÉSIL-CARAÏBES
DÉCLARATION SUR LE CHANGEMENT CLIMATIQUE ET LA COP30
1. Nous, les dirigeants du Brésil et des pays des Caraïbes, nous sommes réunis à Brasilia, le 13 juin 2025, et avons publié la déclaration suivante sur le changement climatique et la 30e Conférence des Parties (COP30) à la Convention-cadre des Nations Unies sur les changements climatiques (UNFCCC).
2. Reconnaissant le changement climatique comme l’un des plus grands défis de notre temps, nous notons avec inquiétude que l’année 2024 a été l’année la plus chaude jamais enregistrée au niveau mondial, et la première année calendaire où la température moyenne mondiale a dépassé 1,5 ºC par rapport aux niveaux préindustriels. L’ampleur et la gravité du changement climatique et son impact croissant sur la vie des populations constituent une menace existentielle pour l’humanité.
3. Le changement climatique est une préoccupation particulière pour les Caraïbes, une région fortement affectée par les catastrophes naturelles, aggravées par l’élévation du niveau de la mer et l’intrusion d’eau salée, ce qui rend urgent le traitement de ces besoins et circonstances spécifiques. Nous rappelons que l’Accord de Paris reconnaît les Petits États insulaires en développement (SIDS) comme particulièrement vulnérables et dignes d’une attention spéciale.
4. Nous reconnaissons que notre réponse au changement climatique doit être mondiale, conformément au principe des responsabilités communes mais différenciées. Nous exhortons toutes les Parties, en particulier les pays développés, à honorer leurs engagements répétés mais non respectés en matière de réduction des émissions et de soutien aux pays en développement, y compris en ce qui concerne le financement climatique.
5. Nous reconnaissons que le nouveau cycle de Contributions déterminées au niveau national (NDCs) représente une opportunité précieuse de renouveler l'engagement de toutes les Parties envers l’action mondiale nécessaire à la mise en œuvre de la UNFCCC et de son Accord de Paris. Nous reconnaissons les efforts déployés par les pays de la région pour présenter leurs NDCs actualisées, notamment celles déjà soumises par Sainte-Lucie, Cuba et le Brésil.
6. Nous devons être plus unis que jamais dans notre lutte mondiale contre le changement climatique, en soutenant la UNFCCC et son Accord de Paris comme pilier de nos efforts collectifs pour limiter l’augmentation de la température à 1,5 °C. Nous réaffirmons notre engagement envers l’« Objectif 1,5 » visant à renforcer considérablement la coopération internationale et l’environnement propice à l’action, afin de renforcer les mesures et la mise en œuvre au cours de cette décennie cruciale et de maintenir l’objectif de 1,5 °C au-dessus des niveaux préindustriels à portée de main.
7. Nous notons que le sixième Rapport d’évaluation du Groupe d’experts intergouvernemental sur l’évolution du climat (IPCC) affirme que la coopération internationale est un élément essentiel pour atteindre des objectifs climatiques ambitieux, en encourageant le développement et la mise en œuvre de politiques climatiques, en particulier dans les pays confrontés à des contraintes de capacité. La coopération internationale doit viser à renforcer les capacités et les institutions nationales de tous les pays.
8. Nous devons intensifier nos efforts pour renforcer la résilience par des plans d’adaptation significatifs et placer l’adaptation au cœur de l’action climatique au cours de cette décennie cruciale. Face à la fréquence et à l’intensité croissantes des événements extrêmes, nous soulignons l’urgence de traiter les pertes et dommages causés par les effets néfastes du changement climatique et de renforcer la réponse à ces pertes et dommages dans le cadre de la UNFCCC, afin de soutenir les pays en développement. Nous saluons le lancement de la phase initiale du Fonds pour les pertes et dommages, dont la moitié des ressources disponibles sera destinée aux Petits États insulaires en développement (SIDS) et aux pays les moins avancés (LDCs). Nous soulignons l’importance d’assurer l’accessibilité, la prévisibilité et l’adéquation du financement pour répondre aux pertes et dommages, en particulier pour les SIDS et les LDCs.
9. Nous appelons à une augmentation significative du financement climatique, notamment par un meilleur accès aux financements concessionnels et aux subventions, afin de soutenir les efforts d’atténuation, d’adaptation et de réponse aux pertes et dommages dans les pays en développement. Nous exhortons à une capitalisation appropriée des fonds climatiques et à la réforme du système financier international pour étendre les capacités d’adaptation dans les pays en développement. Nous réaffirmons que des financements adéquats, des initiatives solides de renforcement des capacités et un transfert de technologies sont essentiels pour l’action climatique et pour permettre à tous les pays de répondre aux défis climatiques. À cet égard, nous appelons à un soutien financier et technique accru.
10. Nous réaffirmons notre soutien aux présidences des 29e et 30e COP pour guider la mise en œuvre de la « Feuille de route de Bakou à Belém vers 1,3 billion », visant à intensifier le financement climatique nécessaire pour les pays en développement. Cette feuille de route doit servir d’outil pour mobiliser les ressources vers des trajectoires à faibles émissions de carbone et résilientes au climat dans les pays en développement, en rappelant que les alertes du IPCC sur l’urgence de l’action climatique soulignent que le financement, la technologie et la coopération internationale sont essentiels pour une action climatique accélérée. Il est urgent d’accroître l’échelle et la rapidité du financement climatique selon les besoins des pays en développement, notamment par la réforme immédiate de l’architecture financière internationale. Les vulnérabilités et circonstances particulières des SIDS doivent être justement prises en compte dans les décisions financières.
11. Nous nous engageons à contribuer à la création et à la mise en œuvre d’un ensemble complet d’options de financement visant à accélérer les investissements publics et privés, notamment par le biais de paiements fondés sur les résultats, de financements concessionnels, ainsi que par le renforcement de la coopération au moyen de marchés du carbone à haute intégrité, selon ce qui est approprié, en conformité avec les accords multilatéraux et les différentes priorités et circonstances nationales. Dans ce contexte, nous exprimons notre attente quant au lancement du « Tropical Forests Forever Facility », une initiative innovante et de grande envergure destinée à permettre aux pays en développement de conserver et de restaurer leurs forêts tropicales.
12. Nous soulignons le rôle essentiel des océans en tant que régulateurs du climat et puits de dioxyde de carbone, ainsi que leur importance pour l’atténuation du réchauffement climatique. Nous mettons en avant leur contribution à l’adaptation et à la résilience face aux effets adverses des changements climatiques. Nous encourageons l’inclusion de mesures fondées sur les océans dans les politiques climatiques nationales.
13. Nous reconnaissons que l’élévation du niveau de la mer liée aux changements climatiques affecte de manière disproportionnée les SIDS et les communautés côtières, en particulier dans les pays en développement, et réaffirmons notre engagement à coopérer et à soutenir les communautés particulièrement vulnérables à ses impacts.
14. Nous affirmons l’importance de la justice climatique dans la mise en œuvre de mesures visant à faire face aux changements climatiques et soulignons que les processus de transition juste sont directement liés à la promotion du développement durable, à l’éradication de la pauvreté et à la réduction des inégalités, entre et au sein des pays.
15. Nous reconnaissons les contributions fondamentales des personnes d’ascendance africaine, qui incarnent des modes de vie traditionnels, préservent des systèmes de savoirs partagés et entretiennent des liens profonds avec leurs terres dans le cadre des efforts en faveur du développement durable.
16. Nous reconnaissons également que des groupes tels que les Peuples autochtones, les communautés locales, les femmes, les jeunes, les enfants et les personnes handicapées sont souvent touchés de manière disproportionnée par les effets néfastes des changements climatiques. En même temps, ils figurent parmi les acteurs les plus actifs et résilients en première ligne de l’action climatique. À ce titre, les transitions justes vers un avenir à faibles émissions de carbone doivent tenir compte de leurs besoins et de leurs réalités.
17. Nous saluons la tenue de la COP30 à Belém, au Brésil, du 10 au 21 novembre 2025, pour la première fois dans la région amazonienne. Nous unirons nos efforts pour faire de la COP30 un mouvement de transformations financières, technologiques et sociales en vue d’une nouvelle ère dans la lutte mondiale contre les changements climatiques.