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Programa de Gestão e Desempenho é destacado como ferramenta de planejamento governamental em evento promovido pelo MGI
A integração entre o Programa de Gestão e Desempenho (PGD) e o Dimensionamento da Força de Trabalho (DFT) foi o tema abordado na primeira mesa temática do Seminário Nacional sobre Planejamento e Dimensionamento da Força de Trabalho, nesta terça-feira (18/11), promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em Brasília (DF). Representando a Secretaria de Gestão e Inovação (Seges/MGI) na mesa temática “Operacionalizando o planejamento governamental a partir de entregas - a integração entre DFT e PGD”, Claudia Martinelli, diretora de Inovação, destacou o uso do Programa de Gestão e Desempenho como uma ferramenta de gestão por resultados que dá vida ao planejamento organizacional.
Segundo a diretora da Seges, o trabalho estruturado a partir de um plano de entregas permite a uma equipe ou instituição visualizar de forma mais nítida o que deve entregar à sociedade. “As pessoas entendem onde elas estão, o que estão fazendo e qual é sua contribuição para esse trabalho de equipe”, detalhou. “O plano de entregas permite que um coletivo ou uma organização estruture uma visão clara do que ela vai entregar para fora daquela unidade”, complementou.
Ao longo da manhã, o debate versou sobre a maior integração de ferramentas de gestão estratégica, reduzindo o retrabalho de preenchimento de informações em diferentes plataformas e permitindo o alinhamento de bases de dados. Nesse sentido, a coordenadora-geral de Planejamento da Força de Trabalho da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP/MGI), Lorena Medeiros, destacou que há um grande esforço empreendido entre diversas secretarias do Ministério para permitir a integração entre DFT e PGD. “Não é fácil porque envolve sistemas conversarem, bases de dados estarem alinhadas, envolve toda uma segmentação de como a gente organiza essa entrega em macroprocessos, processos e serviços que dialoguem de forma equânime e harmônica de um programa para o outro”, ressaltou.
Já a diretora de Gestão Estratégica da Secretaria de Serviços Compartilhados (SSC/MGI), Wanessa Queiroz, destacou que ferramentas como o PGD e o DFT permitem às instituições públicas possuir informações de gestão para definir estratégias e evoluir institucionalmente na prestação de serviços aos cidadãos. “Ter clareza sobre quais entregas e processos integram o DFT de cada equipe é essencial para compreender o esforço de gestão envolvido na execução da estratégia institucional”, afirmou.
Exemplos de integração
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) foi convidada a apresentar case sobre a busca por maior integração entre o programa de gestão de desempenho (chamado de ANAC+) e o dimensionamento da força de trabalho. A exposição de Felipe Rego, gerente técnico de assessoramento na Superintendência de Gestão de Pessoas, e de Julia Raasch Bravo, gerente técnica de Transformação e Inovação Institucional, abordou também questões operacionais sobre padronização de bases de dados na busca da melhor integração. De acordo com Rego, a integração entre os sistemas buscou otimizar, ao máximo, o tempo e esforço dos servidores da área finalística no preenchimento de dados. “É muito importante para a gente essa coisa de não gerar um esforço para a área finalística”, ressaltou.
Segundo o representante da ANAC, a agência ficou mais de dez anos sem concurso e a busca pela integração também decorre da natureza da agência como uma instituição garantidora de segurança aos passageiros de modo que os servidores possam ter maior tempo possível dedicado à atividade finalística. “Por mais que muitos acabem vendo a ANAC mais por uma questão econômica, na aviação temos uma cultura que é o safety first. Então, a segurança vem primeiro e o foco principal da ANAC é a segurança que a gente precisa garantir”, explicou.
Também foi convidado a apresentar seu histórico de implantação das ferramentas o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O coordenador de Governança do órgão, Leandro Pereira Chagas, destacou que a implantação do PGD e do DFT se alinhou a uma necessidade de implementação de uma política estratégica para a conservação da sociobiodiversidade no país. Ele ressaltou a capilaridade do ICMBio, com 344 unidades de conservação e 14 centros de pesquisa, desdobrados em outras subunidades.
Chagas relatou que, entre o final de 2024 e início de 2025, o órgão já estava em processo de implantação do PGD quando também iniciou a estruturação do DFT. “Nós vimos uma janela de oportunidade para qualificação da nossa cadeia de valor e identificação das nossas entregas”, contou. Segundo o coordenador, o ICMBio inseriu a cadeia de valor mapeada no futuro regimento interno da instituição, em vias de ser publicado, onde estarão designadas as competências de liderança de cada unidade organizacional em relação a determinados processos. “Isso só foi possível a partir da implementação da parte qualitativa do DFT, onde nós identificamos 89 processos e um conjunto atual de 1.096 entregas mapeadas”, descreveu.
Seminário
O evento se estende até quarta-feira (19/11) e conta com a participação de representantes de unidades de gestão de pessoas, da gestão estratégica e da gestão de processos em diversos órgãos públicos. Nele serão discutidos, dentre outros, as boas práticas, tendências e desafios do planejamento da gestão de pessoal bem como será abordado o Programa de Mentoria em DFT, lançado em 2024, que permitiu acelerar a disseminação do DFT.
Também será debatida a estratégia para implementação do DFT com seus sete marcos de inovação no planejamento da força de trabalho no serviço público federal, iniciativa que conquistou, em agosto de 2025, o segundo lugar no prêmio Agilidade Brasil 2025 — Setor Público.
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