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MGI lança sétimo livro sobre Dimensionamento da Força de Trabalho e destaca avanços na gestão integrada da força de trabalho em seminário nacional
A tarde do primeiro dia do Seminário Nacional sobre Planejamento e Dimensionamento da Força de Trabalho (DFT), iniciado nesta terça-feira (18/11) por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), promoveu o lançamento do sétimo livro da pasta sobre a metodologia DFT, a utilização no aprimoramento de análise dos pedidos de concursos públicos, provimento de pessoal e criação de cargos e o uso da educação corporativa como forma estratégica de implementação do Dimensionamento.
A apresentação do livro “Gestão de processos: Um estudo aplicado ao Dimensionamento da Força de Trabalho”, o sétimo volume da série dedicada à metodologia DFT produzido pelo MGI em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) teve participação do secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso, e de André Luiz Marques Serrano e Pedro Paulo, ambos professores da Universidade de Brasília (UnB). O lançamento aconteceu na mesa "O Dimensionamento da Força de Trabalho como Metodologia de Gestão”.
A obra traz um compilando as informações apresentadas nas edições anteriores e incluindo as atualizações mais recentes sobre o assunto. No lançamento, o secretário José Celso disse que o DFT é significativo porque, como toda ferramenta de gestão, não pode ser encarado como solução automática ou apenas do ponto de vista técnico. "Conseguimos estender o DFT em uma escala expressiva na administração pública. O DFT é uma técnica relacional que depende do envolvimento dos órgãos. Temos que criar canais que interajam com as instituições e criem uma cultura de planejamento da força de trabalho", afirmou o secretário.
José Celso também revelou a intenção de sua secretaria de construir um conjunto de políticas integradas de gestão de pessoas. "Antes, essa área se colocava em um papel de subordinação aos outros setores da administração. O primeiro passo para mudar isso é alcançar uma visão estratégica. O DFT tem papel crucial nessa construção porque se relaciona a várias etapas do chamado ciclo laboral", afirmou. "Podemos citar a qualificação das decisões sobre concursos públicos e quais os perfis desejados para gestão pública e necessários às prioridades do estado", exemplificou. O secretário também falou de interfaces possíveis com o DFT, como o processo de desenvolvimento de pessoas, com a escolha de capacitações apropriadas.
O lançamento contou ainda com os coautores do livro, os professores André Luiz Marques Serrano e Pedro Paulo, da UnB. André Luiz Serrano mencionou a integração do DFT ao Programa de Gestão de Desempenho (PGD) e informou que vários órgãos do Judiciário nos estados aderiram à metodologia. "Esse livro é um compêndio que mostra como todo o processo de implementação do DFT ocorre", explicou o docente. André reforçou que o DFT permite, entre várias possibilidades, a realização de concursos públicos mais criteriosos, com a seleção de profissionais adequados às necessidades do serviço público.
Há mais de dez anos, os organizadores e autores do Grupo Projectum de Pesquisa, da UnB, que reúne pesquisadores de múltiplas áreas na elaboração e na aplicação de metodologias de pesquisas para a produção de métodos e tecnologias de gestão organizacional e de pessoas, dedicam-se ao tema do Dimensionamento da Força de Trabalho no setor público. Ao longo desse percurso, do início da elaboração do modelo matemático do DFT à operação da última versão da tecnologia de informação, muito se pesquisou e produziu, inclusive sob circunstâncias político-institucionais, estratégicas, culturais e estruturais desafiadoras. A proposta da obra é reunir, em 25 capítulos, toda essa produção, que estava dispersada em dezenas de comunicações em congressos, artigos científicos, trabalhos de curso, dissertações e teses, de modo ordenado e organizado.
“Esse livro é um retrato histórico do que fizemos nos últimos anos. Quem tem contato com essa série de livros, tem acesso às principais informações para conhecer o DFT”, afirmou o professor Pedro Paulo. Ele lembrou da primeira versão da metodologia, aplicada na Conab. "O DFT é uma ferramenta que avança surpreendentemente porque é estratégica e pode interligar todos os processos de gestão de pessoas. Esse sistema ganha sentido à medida que outros projetos se articulem a ele", considerou. Uma das novidades da nova edição debatida no evento foi a inclusão de um capítulo com perguntas e respostas sobre o DFT, abordando, entre outros aspectos, as coletas qualitativa e quantitativa de dados, os indicadores e os resultados da aplicação do modelo.
DFT como parte transformadora em concursos públicos
A utilização no aprimoramento de análise dos pedidos de concursos públicos, provimento de pessoal e criação de cargos foi tema de outra mesa temática promovida no primeiro dia do Seminário. O coordenador de Planejamento da Força de Trabalho do MGI, Diego Tannús Dórea, foi moderou a mesa. “O DFT é uma política de gestão de pessoal transversal. A ideia é que ele seja trabalhado de forma integrada com outras políticas, como concursos públicos, provimento e movimentação de pessoal. O DFT dá suporte para a identificação dos perfis necessários e das atividades que serão desempenhadas”, afirmou.
A coordenadora-geral de Concursos e Provimento de Pessoal do MGI, Queila Cândida Ferreira Morais, falou sobre as vagas solicitadas para o cargo de analista técnico-administrativo nos últimos anos e a importância que o DFT pode ter na análise desses pedidos. Segundo ela, quando um órgão apresenta sua demanda após a realização do dimensionamento, conseguindo quantificar e qualificar sua solicitação, possibilita que a autorização das vagas e a lotação de pessoal sejam feitas de acordo com a sua necessidade atual. A utilização do DFT contribuiu para subsidiar a autorização das 517 vagas para analista técnico-administrativo na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) e a criação de 500 vagas para esse cargo em 2025.
Pablo Pizzariolo, da Coordenação-geral de Planejamento da Força de Trabalho (CGFOR) do MGI, informou que o DFT permite a identificação da necessidade de redistribuir, criar ou transformar cargos, de forma a melhor atender as atividades realizadas atualmente pelos órgãos. “É muito importante que os órgãos implementem essa metodologia, considerando sua relevância para a tomada de decisão sobre concursos, provimento e movimentação, para uma alocação adequada de pessoal”, ressaltou.
Pedro Assumpção Alves, coordenador-geral de Acompanhamento do CPNU, destacou a transversalidade do DFT, aplicável a diversas iniciativas que o MGI tem adotado na área de gestão de pessoas, e o potencial da ampliação do seu uso na análise da abertura de vagas e na definição dos blocos temáticos de um próximo concurso unificado, assim com a perspectiva de sua utilização no Programa de Gestão e Desempenho (PGD). “No CPNU 2, muitas das autorizações foram feitas com base no DFT”, declarou.
Educação como ferramenta para implementar o DFT
A terceira mesa temática do primeiro dia trouxe como tema “Programa de Mentoria e Gestão do Conhecimento: Educação Corporativa como Estratégia para Implementação do DFT”. O painel contou com a participação da coordenadora de Projetos em Gestão de Conhecimento do MGI, Sandra Luna; da coordenadora-geral de Planejamento da Força de Trabalho do MGI, Lorena Medeiros; do coordenador de Planejamento da Força de Trabalho, Diego Tannús, e de Cínthya Cristina de Freitas Santos, mentora de DFT.
Diego Tannús apresentou a trajetória do Dimensionamento da Força de Trabalho, desde a criação deste modelo referencial. Segundo ele, a UnB se tornou parceira do projeto por já ter experiência na área. "A ideia era uniformizar práticas e dispor de um sistema robusto que pudesse ser usado pelos órgãos", lembrou. Em 2021, houve um projeto piloto com 23 órgãos. Em 2022, o DFT se transformou em uma coordenação-geral da Diretoria de Provimento e Movimentação de Pessoal (Depro) do MGI. A partir de 2024, foi ampliado o contato com os órgãos da Administração Pública para expansão da metodologia. Hoje o DFT reúne mais de 30 indicadores quantitativos e qualitativos, segundo Tannús.
Outro passo importante na trajetória do DFT aconteceu em 2025 com a criação do Programa Formação de Mentoria em DFT, que conta com servidores parceiros nos diversos órgãos para disseminar a metodologia entre os colegas. "Queríamos dar corpo às instituições para difundir o DFT, o que não seria possível se fosse feito apenas pelas unidades de gestão de pessoas", recordou Lorena Medeiros.
Sandra Luna, que está à frente do Programa Formação de Mentoria, assinalou que o objetivo da iniciativa é possibilitar que servidores e órgãos tenham autonomia na adesão à metodologia. "Este é um processo institucional em que os órgãos e servidores compreendem a importância da metodologia, sabendo gerir a ferramenta e gerando conhecimento. O mentor precisa ser um educador", destacou Sandra. Há mais de 45 mentores formados pelo Programa.
Cínthya Cristina de Freitas Santos, servidora da Universidade Federal de São João del-Rei, atua como mentora e professora de novos mentores. Já aplicou a mentoria para aplicação do DFT na Casa Civil da Presidência da República e na Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Ela deu um depoimento sobre o trabalho que desenvolve na difusão do DFT. "Essa experiência representa um crescimento profissional e pessoal e permite aos órgãos refletir sobre seus próprios processos", contou.
DFT
O DFT é uma das principais iniciativas do MGI para melhoria dos processos de contratação e alocação de pessoal na administração pública federal. Em agosto, conquistou o segundo lugar no prêmio Agilidade Brasil 2025 — Setor Público durante o evento Agile Trends GOV 2025.
Sua metodologia de coleta de dados, desenvolvida pelo MGI em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), revela ao gestor os principais gargalos e demandas reprimidas, além de informações sobre o perfil profissional condizente com as entregas. O uso do DFT permite aprimorar as atividades de capacitação e os pedidos de concursos públicos, contratações temporárias e movimentação de pessoal.
No último ano, a implantação do DFT foi acelerada devido à realização pelo MGI de um programa de mentoria para sua disseminação assistida em diversas unidades simultaneamente. Até julho de 2025, o dimensionamento foi concluído em 4.727 unidades de 114 órgãos públicos, um crescimento expressivo em comparação com as 2.188 unidades dimensionadas em 85 órgãos até janeiro de 2025, e uma evolução ainda maior em relação às 1.143 unidades dimensionadas em 61 órgãos em 2024.
Seminário
O Seminário Nacional sobre Dimensionamento da Força de Trabalho reúne especialistas, pesquisadores e gestores federais na sede do MGI, em Brasília (DF), nos dias 18 e 19 de novembro, para discutir práticas e evidências voltadas ao aprimoramento da gestão de pessoas no setor público. O evento tem transmissão ao vivo pelo canal do MGI no YouTube.
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