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TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO
Inovação e gestão pública sustentável marcam presença do Brasil no XXX Congresso CLAD 2025
Experiências que reposicionam a inovação, a contratação pública e a gestão patrimonial como pilares estratégicos do Estado. Esses foram os temas de destaque que encerraram a participação do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no XXX Congresso Internacional do CLAD. As apresentações, realizadas nos dias 12 e 13/11, integram um conjunto de cinco atividades conduzidas pelo MGI. O evento foi promovido pelo Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD) e realizado em Assunção, no Paraguai.
No painel “Transformação Digital e Inovação Pública na América Latina: Novos Modelos, Ferramentas e Desafios”, a servidora da Secretaria de Gestão e Inovação (SEGES) Êmili Adami Rossetti, apresentou o Contrata+Brasil como uma política pública voltada à inclusão produtiva e ao desenvolvimento local. A iniciativa utiliza uma plataforma digital que simplifica a contratação de microempreendedores. “A simplificação não é exceção à lei - é a aplicação eficiente da lei, com rastreabilidade, transparência e controle. Quando a lei permite simplicidade com segurança, todos ganham”, destacou Êmili.
Já a equipe da Diretoria de Inovação Governamental da Secretaria de Gestão participou do painel "Arquitetura da Inovação no Governo Federal Brasileiro: Desenho Institucional e Implementação". Foram apresentados o desenvolvimento e os resultados iniciais de uma estratégia integrada para consolidar a inovação em serviços como política de Estado no Brasil.
Ao longo da apresentação, a equipe compartilhou experiências sobre arquiteturas para uma política de Estado inovador, que vão além de soluções tecnológicas, como ações para incorporar as ciências comportamentais em políticas e serviços, pacote de soluções de inovação governamental disponíveis para estados e munícipios e iniciativas para gerar comportamentos inovadores em liderança, entre outros.
A diretora de Inovação Governamental, Cláudia Wehbe, explicou que a consolidação da cultura inovadora depende de estruturas institucionais sólidas e de incentivos. “A OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] nos provocou a trabalhar com inovação como prática sistemática e intencional dentro das organizações públicas. Estamos discutindo caminhos para fortalecer estruturas, políticas e capacidades que tornem o Estado mais ágil, colaborativo e orientado a gerar valor público de forma contínua e sustentável”, afirmou.
As discussões também abordaram a aplicação das ciências comportamentais em políticas públicas. “No cotidiano, tomamos decisões que contrariam nosso próprio interesse. Os insights comportamentais ajudam a criar políticas mais efetivas, que considerem a lacuna entre decisão e comportamento”, explicou Marizaura Camões, coordenadora-geral de Inovação com Ciências do Comportamento.
O debate também contou com a participação da coordenadora de Governança e Inovação, Marília Resende, e da coordenadora do Programa Nacional de Gestão e Inovação (PNGI), Catarina Pinheiro. Marília enfatizou o papel das lideranças na criação de ambientes inovadores: “Errar está na base da inovação. Lideranças que acolhem o erro como parte do aprendizado inspiram equipes mais criativas e comprometidas”, garantiu.
Catarina Pinheiro destacou o caráter cooperativo do PNGI: “O desenho do programa é inovador porque cria uma burocracia que desburocratiza. Compartilhamos soluções com estados e municípios e também aprendemos com as boas práticas locais. Assim, fortalecemos a capacidade do Estado em todo o país”, explicou.
O último painel apresentado no Congresso pelo MGI teve como tema “A função social e ambiental do Patrimonio da União no fortalecimento das capacidades estatais”, coordenado por Alessandra d’Ávila Vieira, secretária-adjunta da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). O debate apresentou a experiência do Programa Imóvel da Gente, que transforma ativos ociosos da União em políticas públicas, moradias e soluções sustentáveis.
Durante sua apresentação, Alessandra destacou que o Programa Imóvel da Gente representa uma mudança de paradigma na gestão do patrimônio da União. “Estamos transformando imóveis públicos ociosos em infraestrutura ativa para habitação, serviços públicos e desenvolvimento sustentável, fortalecendo a função social e ambiental do patrimônio público. Cada imóvel da União que ganha nova destinação é uma oportunidade de construir cidadania. Quando transformamos o patrimônio público em moradia, escola ou espaço cultural, estamos fortalecendo o Estado e aproximando o governo das pessoas”, disse.
A diretora de Gestão Estratégica do MGI, Wanessa Oliveira, falou sobre a estratégia adotada pelo Ministério da Gestão para fortalecer o Estado brasileiro. O painel evidenciou como a gestão territorial e o uso estratégico de dados podem ampliar o impacto social das políticas públicas e gerar resultados concretos para a população.
Sobre o CLAD
O XXX Congresso Internacional do CLAD é o principal fórum de gestão pública da América Latina. Em 2025, o evento reuniu representantes de mais de 20 países em Assunção, no Paraguai. O evento foi realizado entre os dias 10 e 13 de novembro, para debater temas como transformação digital, inovação governamental e fortalecimento da capacidade estatal. O encontro é um espaço de troca de experiências e cooperação entre governos da região, voltado para o aprimoramento da gestão, com foco no cidadão.
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