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People Analytics e Vozes do Serviço Público em debate no Encontro Nacional de Gestão de Pessoas
Atividade reuniu especialistas e gestores públicos. Foto: Washington Costa
A mesa temática “People Analytics e Vozes do Serviço Público: Evidências para Decisões Humanizadas” reuniu, na terça-feira (17/6), especialistas e gestores públicos para debater como o uso de dados e a escuta ativa dos servidores podem contribuir para uma gestão mais estratégica e sensível no setor público. A atividade integrou a programação do Encontro Nacional de Gestão de Pessoas (ENGP) do Sipec 2025, promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em Brasília (DF).
Moderada por Mirian Lúcia Bittencourt, diretora de Governança e Inteligência de Dados do MGI, a mesa contou com a participação de Alexandre Gomide, diretor de Altos Estudos da Escola Nacional de Administração Pública (Enap); Antônio Lassance, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); César Augusto Galvão, analista de dados da Enap; e Juliana Guedes Almeida, doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com Mirian Bittencourt, o debate coroa a entrega de duas iniciativas estratégicas: o projeto Vozes do Serviço Público Federal e o programa Liderando com People Analytics. “Nossa bandeira é que o uso de dados e evidências deve atravessar toda a gestão de políticas públicas”, afirmou.
Ela ressaltou a necessidade de os gestores públicos se apropriarem dos dados e sistemas. “Ainda temos a tendência de acreditar que isso não é nossa competência. Mas os sistemas, as normas e os dados são, sim, terrenos do gestor público”, defendeu. Para a diretora, alcançar maturidade na gestão de pessoas passa por investir em governo digital para tornar os processos mais ágeis e humanizados. “People Analytics é sobre resolver perguntas com base em dados”.
Sobre a pesquisa Vozes do Serviço Público Federal: Evidências para a Gestão Pública, ela destacou que a iniciativa nasceu da necessidade de ouvir os servidores diretamente, indo além de representações sindicais, e que a escuta ativa dos servidores brasileiros foi uma recomendação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Será que o engajamento está mesmo só ligado à remuneração? E será que os servidores menos engajados adoecem mais? São perguntas que conseguimos investigar com dados reais”, explicou. Realizada entre 4 de novembro de 2023 e 3 de janeiro de 2024, a pesquisa ouviu mais de 55 mil servidores — incluindo efetivos, temporários, comissionados e sem vínculo — em todo o país, com taxa de resposta de 10%.
Alexandre Gomide reforçou o papel estratégico do People Analytics na formulação de políticas públicas. “Ele permite tornar visível o que os dados administrativos convencionais não mostram. Com isso, conseguimos fortalecer a capacidade estatal, que depende da qualidade e do engajamento dos servidores públicos”.
César Augusto Galvão destacou a robustez da base de dados gerada e seu potencial para orientar políticas mais alinhadas às necessidades reais da força de trabalho do Estado. Durante a mesa, Juliana Guedes Almeida destacou a importância da base empírica para decisões mais eficazes na Administração Pública. “O subsídio estratégico, baseado em evidências, em dados, é potente e direciona ações e políticas de gestão de pessoas de forma assertiva”, afirmou.
A mesa integrou a programação do Encontro Nacional de Gestão de Pessoas do Sipec, que ocorre de 16 a 18 de junho, das 9h às 18h, no auditório do DNIT, com transmissão ao vivo pelo canal do MGI no YouTube.