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PRÓ-INTEGRIDADE
Ministério da Gestão realiza debate sobre empatia e prevenção ao assédio e à discriminação
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) realizou, nesta quarta-feira (25/6), em Brasília, a 11ª edição do Pró-Integridade Convida, com o tema “Empatia como mecanismo de prevenção a assédio e à discriminação”. O encontro, faz parte das ações do Programa de Integridade do ministério, o Pró-Integridade. Participaram do painel a corregedora do MGI, Érica Bezerra Queiroz; o coordenador-geral de Governança e Controle da Secretaria do Patrimônio da União (SPU/MGI), Érico de Ávila Madruga; e o secretário-executivo da Comissão de Ética da Advocacia-Geral da União, Davi Valdetaro Gomes.
Na abertura do evento, o chefe da Assessoria Especial de Controle Interno (AECI/MGI), Francisco Eduardo de Holanda Bessa, deu as boas-vindas aos participantes, em especial aos novos servidores que ingressaram via Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) e ressaltou o papel dos encontros em estimular uma reflexão crítica sobre os temas da integridade. “O objetivo desses painéis é produzir reflexão crítica, sensibilizar e, se for o caso, abrir a porta para que você possa prosseguir na busca da fluência e letramento em cada tema. Nenhum tema do Pró-Integridade Convida é escolhido aleatoriamente, ele precisa estar ancorado na realidade e nos riscos do MGI. O que a gente quer falar é da empatia como método. Empatia como mecanismo”, explicou.
Responsável pela mediação da mesa, Érico de Ávila destacou a importância da empatia no cotidiano dos servidores e a necessidade de fortalecer a cultura institucional de respeito mútuo. “Empatia com a vítima, principalmente, que é quem mais sofre nesses casos. Empatia também com as equipes que estão fazendo esses julgamentos. Empatia com a autoridade que vai julgar. A gente fala muito sobre o processo de apuração, sobre esse processo de investigação, de julgamento, a punição que precisa ser exemplar e pedagógica, mas a gente precisa pensar, e aqui está o grande foco desses eventos, em formas de evitar o assédio. Pensar em como criar ambientes equilibrados e saudáveis para prevenir situações de desrespeito”, disse.
Empatia como mecanismo de prevenção a assédio e à discriminação
Na sequência, o secretário-executivo da Comissão de Ética da AGU, Davi Valdetaro, destacou a relevância do tema, sobretudo diante de um cenário de adoecimento crescente no mundo do trabalho. “A manutenção nossa no trabalho acontece de forma qualitativa quando há espaço para as competências comportamentais. O mundo do trabalho clama por mais empatia, por mais acolhimento, porque a gente não pode fugir da realidade: estamos todos adoecendo no trabalho. Transtornos mentais e comportamentais vêm sendo a principal causa de afastamento do trabalho. E a gente precisa fazer alguma coisa. A nossa revolução mesmo passa justamente por encontros como o de hoje. A gente discutir empatia, acolhimento, falar sobre saúde mental no trabalho e quebrar esse tabu que por muito tempo existiu na nossa sociedade”, disse.
Davi defendeu que a empatia, além de conceito, deve se manifestar em atitudes cotidianas e concretas no ambiente institucional. “Empatia é a capacidade de compreender e acolher o outro a partir do lugar dele. Quando a gente fala do ambiente organizacional, todas as pessoas são igualmente importantes, independentemente de cargo, carreira ou posição. A empatia se manifesta com atitudes práticas: respeitar diferenças, validar sentimentos, escutar com atenção. Necessidade não é frescura, não é mimimi. Todo mundo tem as suas necessidades e elas precisam ser reconhecidas e acolhidas”, explicou.
A corregedora do MGI, Érica Bezerra trouxe à discussão parâmetros práticos e normativos que ajudam a delimitar comportamentos aceitáveis no ambiente institucional. Segundo ela, é fundamental, além de estimular a empatia, compreender também o que está fora desse padrão. “Pode parecer, a princípio, que estamos mudando de um enfoque empático para um enfoque repressor, mas, na realidade, o objetivo é o contrário: trazer referências para que, no momento de uma dúvida ou interação, você saiba o que não é admissível. A ideia é apresentar situações concretas e hipotéticas, com base nas diretrizes da administração pública federal, para que todos tenham mais clareza sobre comportamentos toleráveis ou não”, explicou.
Érica também destacou o papel estratégico da corregedoria na prevenção e na resposta a casos de assédio e discriminação. “A gente retroalimenta o sistema de integridade com informações sobre os processos concluídos. Às vezes não há elementos para uma apuração disciplinar, mas identificamos que há um clima ruim em determinado setor, e isso pode ser resolvido com capacitação, mediação, troca de equipe. Também oferecemos orientação: se você tem dúvida se determinada situação pode ser uma infração disciplinar, pode nos procurar. Nosso papel é acolher, orientar e garantir respostas rápidas, porque, nesses casos, a demora compromete a confiança no sistema.”
As falas destacaram tanto a necessidade de escuta ativa e respeito nas relações de trabalho quanto a importância de parâmetros claros para identificar e tratar situações de desvio. O encontro foi transmitido ao vivo pelo canal do MGI no YouTube e segue disponível para quem quiser assistir.
Pró-integridade Convida
O Pró-Integridade Convida tem como objetivo ampliar o diálogo sobre práticas de integridade na Administração Pública, promovendo debates periódicos com especialistas da área. Realizado bimestralmente, o Pró-Integridade Convida busca sensibilizar servidoras e servidores sobre a importância de uma cultura organizacional ética, respeitosa e inclusiva.