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Ministério da Gestão apresenta avanços logísticos para o CPNU 2 com foco em segurança e eficiência
Debate reuniu especialistas envolvidos na organização do CPNU e de outras grandes provas do setor público. Foto: André Corrêa
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentou, nesta segunda-feira (2/6), detalhes do planejamento logístico para a próxima edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2), durante a programação do Seminário de Concursos Públicos, promovido pela pasta. Mediado por Pedro Assumpção Alves, coordenador-geral do CPNU, o encontro reuniu especialistas diretamente envolvidos na organização do CPNU e de outras grandes provas do setor público.
Participaram da mesa Cilair Rodrigues de Abreu, secretário de Serviços Compartilhados do MGI; Alexandre Retamal, diretor de Logística do CPNU; e Ricardo Magalhães Dias Cardozo, diretor de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Em sua apresentação, Alexandre Retamal detalhou o planejamento do CPNU 2, ressaltando avanços e aprendizados da edição anterior. Ele explicou que serão 3.652 vagas distribuídas em 36 órgãos e uma novidade desta edição são os nove blocos temáticos, sendo dois de nível médio. "Optamos por separar esses cargos em dois blocos distintos porque há carreiras muito diferentes entre si, como as da área da saúde. Se mantivéssemos tudo em um único bloco de nível médio, isso comprometeria a profundidade e a qualidade das questões,não só para as áreas da saúde, mas também para outras de nível médio, como as ligadas às agências reguladoras, que vão estar concentradas no bloco 8”, explicou. Ele previu a aplicação das provas em cerca de 228 cidades, com flexibilidade para ajustes conforme a logística local. Outro avanço é a divisão da prova objetiva em duas etapas, nos dias 5 de outubro e 7 de dezembro, sendo esta última a prova discursiva. Essa mudança, segundo Retamal, melhora a segurança, atende a questões como fusos horários e permite maior aprofundamento do conteúdo.
Segundo Retamal, o processo de organização do concurso segue avançando conforme o cronograma. "Divulgamos o TR em 20 de abril, estamos finalizando a parte da contratação da aplicadora. Mais uma vez, a aplicadora vai concentrar tanto a parte gráfica quanto a distribuição de provas. Esperamos que, na primeira quinzena de junho, já tenhamos o contrato assinado”. Ele também detalhou, que em paralelo, já estão trabalhando nos editais. “Esse ano teremos somente um edital com nove anexos, esmiuçando mais a área de conteúdo de cada uma das carreiras que vão estar em cada bloco”, explicou.
Retamal também explicou a metodologia de convocação para a segunda fase do concurso. “Manteremos a regra de chamar nove vezes o número de vagas para a prova discursiva. Ou seja, se um cargo oferece 100 vagas, serão convocados 900 candidatos para essa etapa”, detalhou. Ele garantiu que todos os critérios previstos na lei de cotas serão rigorosamente cumpridos.
Ele estima que, para as 3.652 vagas oferecidas, a primeira fase deve contar com entre um milhão e um milhão e meio de inscritos, resultando em aproximadamente 30 mil aprovados para a segunda etapa.
Entre as melhorias previstas, ele destacou a identificação das provas por código de barras, inclusive nas redações, o que assegura segurança e anonimato em relação aos corretores. Também continuarão a ser coletados dados biométricos, como digitais, assinaturas e exame grafológico. “Isso nos proporciona camadas adicionais e robustas de segurança, ampliadas por recomendação dos próprios órgãos de segurança”, concluiu.
Sobre segurança e monitoramento, Retamal explicou que a estrutura adotada no concurso anterior foi aperfeiçoada com a participação mais estratégica da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Toda a estrutura de segurança pública criada para o CPNU 1 será mantida no CPNU 2”, afirmou.
Segurança
Retamal ressaltou ainda a parceria com o Ministério da Justiça e as forças policiais estaduais, garantindo o apoio necessário para a segurança durante o concurso. Ele citou, ainda, o suporte de órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Força Nacional e Correios, responsáveis pela distribuição das provas.
O esquema de monitoramento contínuo prevê fiscalização próxima, capacitação constante das equipes e a atuação de um grupo de gestão de crise formado por órgãos governamentais. Segundo Retamal, os protocolos de segurança do CPNU foram fundamentais na gestão da crise no Rio Grande do Sul e passaram por adaptações com base na experiência do INEP no Enem.
“Queremos fazer do CPNU um processo cada vez melhor, inovando sempre e assegurando segurança, transparência e eficiência”, finalizou.
Cooperação
A experiência acumulada pelo Inep na aplicação do Enem foi um dos pilares para a estruturação logística do Concurso Público Nacional Unificado. Ricardo Magalhães, diretor do Instituto, destacou que a expertise técnica e os protocolos de segurança desenvolvidos ao longo dos anos serviram de base para a construção de soluções no CPNU. “Toda estrutura e inteligência que produzimos no serviço público existem para servir à população brasileira”, afirmou.
Cilair Rodrigues de Abreu, secretário de Serviços Compartilhados do MGI, falou sobre os bastidores da idealização e construção do CPNU 1. Segundo ele, a seleção unificada, por exemplo, foi baseada na experiência em concursos de grande porte e na abrangência nacional. “Não bastava atuar em muitos municípios de um mesmo estado. A abrangência tinha que ser nacional”, explicou.
Ele também relatou os desafios da primeira edição, em especial os orçamentários. A construção do modelo de rateio, detalhado na Portaria MGI nº 6.017/2023, buscou garantir previsibilidade e sustentabilidade financeira. O MGI assumiu a maior parte dos custos — cerca de 67% — enquanto os demais órgãos participantes contribuíram com 33%. “Conseguimos economia de escala. Provamos que é mais barato e mais justo, porque chegamos a cidades onde só se chega de barco. “A economia não é só financeira. É também uma questão de justiça social e de acesso”, concluiu.
Pedro Assumpção, moderador do debate, ressaltou a importância estratégica da logística para o sucesso do concurso unificado. Ele destacou a criação da Diretoria de Logística no MGI, como reconhecimento da complexidade envolvida. Mencionou também o papel central de Cilair Abreu, um dos idealizadores da unificação dos processos logísticos, e de Ricardo Magalhães, cuja experiência no Enem foi referência essencial para a execução do CPNU. Assumpção destacou ainda que a equipe do MGI segue em aprendizado contínuo. “Com o CPNU, aprendemos bastante. Estaremos mais preparados para a próxima edição”, disse, reconhecendo a relevância da escuta ativa de instituições como o Inep.