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ANCINE divulga Panorama Coproduções Internacionais Brasil 2015-2024
A ANCINE publicou no Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual - OCA, o Panorama Coproduções Internacionais Brasil 2015-2024. O estudo apresenta dados sobre o número de coproduções internacionais, os países envolvidos, os tipos de obras coproduzidas, os recursos financeiros aportados e o desempenho comercial destas obras, com o objetivo de permitir a leitura de tendências e contribuir para o entendimento do papel desempenhado pelas parcerias internacionais na dinâmica do desenvolvimento do audiovisual brasileiro.
As coproduções internacionais se consolidaram como um pilar estratégico para a expansão do mercado audiovisual brasileiro, aumentando a capacidade de captação de recursos e financiamento de obras, além de ampliar oportunidades de distribuição e acesso a novos mercados.
O panorama apresenta uma análise das obras brasileiras de longa-metragem realizadas em regime de coprodução internacional no período de 2015 a 2024, com foco nas obras audiovisuais não publicitárias de longa-metragem com destinação inicial para o segmento de salas de exibição.
A metodologia utiliza como fonte os números e dados disponibilizados pela ANCINE no portal do OCA e no Portal de Dados Abertos do Governo Federal.
Neste período, o número total de Certificados de Produto Brasileiro - CPBs emitidos para obras com destinação inicial para salas de exibição foi de 2.327, dos quais 242 foram de coproduções internacionais, uma participação de 10,4%. Resultados relevantes são observados em 2017 e 2024, com 32 coproduções cada, enquanto 2016 e 2022 se destacam com um número reduzido, com apenas 14 e 15 coproduções concluídas respectivamente.
Entre 2022 e 2024, o número de coproduções cinematográficas se expande por três anos consecutivos. No período, os investimentos recordes do FSA para o financiamento de parcerias internacionais foram estratégicos para a recuperação dos impactos da pandemia de COVID-19 e expansão da atividade audiovisual. Os investimentos do Fundo são realizados por meio de chamadas públicas e parcerias bilaterais, que se sucedem e completam de acordo com as disponibilidades financeiras e o planejamento do Comitê Gestor do Fundo.

- participação dos títulos com coprodução
Entre 2022 e 2024, o FSA fez o investimento de R$ 258 milhões no financiamento de coproduções internacionais, garantindo a realização de 115 novas parcerias para produção de obras audiovisuais.
Em relação aos tipos das coproduções internacionais destaca-se a predominância clara das obras de ficção, com um total de 183 produções cinematográficas, representando 76,12% do total de 242 coproduções finalizadas no período. A segunda posição fica com o tipo documentário, com 53 obras, ou 21,3%, seguido por 6 obras de animação, o equivalente a 2,42% do total.
Argentina, Portugal e França são os principais parceiros
O Brasil mantém relações fortes e consolidadas com diversos parceiros internacionais. Os dados revelam uma participação geográfica variada, incluindo países da América do Norte e Ásia, como Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Japão e Índia, além dos principais parceiros Argentina, Portugal e França.
Entre 2015 e 2024 foram registradas obras em regime de coprodução com um total de 37 países. Os países com coproduções mais frequentes com o Brasil são notadamente a Argentina, Portugal e França, registrando 68, 49 e 48 participações respectivamente. Uruguai, com 22 participações, e Alemanha, com 21, também se destacam, representando potenciais parceiros para a expansão dos esforços por parcerias.
O Acordo Latino-Americano é o instrumento legal mais utilizado, com 32% dos reconhecimentos de coprodução, destacando a importância dos acordos internacionais.
O quadro abaixo apresenta o número de obras realizadas com o envolvimento de cada país em coprodução com o Brasil. Nota-se que o número de participações é superior ao número de obras, pois muitos países estão envolvidos em coproduções multilaterais, participando simultaneamente de um único projeto.

- Países envolvidos em coproduções internacionais com o Brasil
O Panorama Coproduções Internacionais Brasil 2015-2024 apresenta ainda uma série de outros recortes de análise: por instrumentos legais utilizados nos reconhecimentos de coprodução internacional; por participação patrimonial das empresas brasileiras nos projetos; por fontes de financiamento; por nível das empresas coprodutoras brasileiras; e por distribuição segmentada pela macrorregião geográfica brasileira da sede das empresas; entre outros. Também são analisados o público e renda dos filmes brasileiros de coprodução lançados no mercado de exibição.
Qualidade artística e relevância internacional crescente
O estudo oferece um retrato das obras que foram finalizadas e lançadas na última década sob regime de coprodução internacional. Considerando o tempo de maturação dos projetos audiovisuais, novos resultados de investimentos e ações em curso serão visíveis nos próximos anos.
Significativa parcela das coproduções financiadas pelos investimentos recordes do FSA se encontram em fase de finalização. Além disso, a abertura de negociações e a celebração de acordos internacionais avançaram nos últimos anos. Acordos assinados com Chile, China, França e Nigéria aguardam a entrada em vigor, enquanto negociações com Coreia do Sul, Japão, Líbano, México, Nova Zelândia, Polônia, Rússia e Turquia estão em andamento.
Os acordos internacionais mais antigos são restritos ao cinema. Neste sentido as negociações de novos acordos e da atualização daqueles em curso objetivam a ampliação do conceito de “obra audiovisual”, para incorporar séries, programas televisivos e novos formatos.
O expressivo desempenho artístico de coproduções brasileiras no circuito internacional de festivais amplia o cenário de perspectivas positivas, delineando um horizonte promissor – de excelência artística e visibilidade global -, com um número cada vez mais significativo de obras brasileiras sendo lançado internacionalmente nos próximos anos, consolidando a presença do audiovisual brasileiro nas salas de cinema, nos principais festivais do mundo e nas múltiplas janelas.
Embora as salas de exibição ainda sejam a principal janela (73% dos lançamentos), as parcerias apresentam uma rápida adaptação às novas tendências de mercado: 27% das coproduções internacionais foram destinadas inicialmente a plataformas de TV Paga, Vídeo por Demanda e outros segmentos. Para essas outras janelas, o formato seriado (61%) e o documentário (52%) prevalecem, mostrando a diversidade produtiva do Brasil.
Acesse aqui o Panorama Coproduções Internacionais Brasil 2015-2024
Transparência e abertura de dados
O Panorama Coproduções Internacionais Brasil 2015-2024 se soma ao Painel Interativo de Coproduções Internacionais, ambos constantes do OCA, reforçando o compromisso da ANCINE com a transparência e a abertura de dados do audiovisual brasileiro.
O painel conta com cinco abas com informações sobre as obras brasileiras e, em todas elas, é possível a aplicação de filtros que permitem maior detalhamento das coproduções realizadas.