O Agronegócio no Estado: Base Econômica e Social

A inovação rural em Pernambuco vem se consolidando como um vetor estratégico para o desenvolvimento agropecuário e social do estado. A partir de modelos de produção familiar conectados a novas tecnologias, cadeias produtivas tradicionais e arranjos de inovação local, as iniciativas buscam potencializar produtividade, sustentabilidade e inclusão. Em especial, destaca-se a forte articulação entre pequenos produtores, políticas públicas de fomento e o agronegócio moderno, o que cria um ecossistema dinâmico de inovação agropecuária no estado.

O agronegócio em Pernambuco representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto estadual, o que equivale a mais de R$ 13 bilhões por ano, segundo relatório de 2024 da Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional de Pernambuco (Seplag-PE). Além disso, o setor envolve cerca de 10% de toda a mão de obra ocupada no estado, evidenciando seu papel como motor de emprego e inclusão social. Estudos anteriores também apontavam que o agronegócio pernambucano abrangia uma produção significativa que incluía fruticultura irrigada, cana-de-açúcar, bovinocultura de leite e avicultura. No plano de inovação, o estado aderiu ao Sistema de Inovação nos Sistemas Agropecuários (SIPA), sendo o primeiro do Nordeste a assinar esse protocolo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), visando pesquisa tecnológica e novos negócios no agro.

Relevância Econômica

A agricultura familiar em Pernambuco tem um papel central no abastecimento alimentar e no tecido socioeconômico rural: por exemplo, estimativas do IBGE apontam que esse segmento é responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos pelo estado. Políticas públicas recentes reforçam isso, como o investimento de R$ 27,5 milhões no setor para fortalecer produtores familiares. Por outro lado, o agronegócio - que engloba grandes cadeias produtivas, agroindústria e exportações - representa um dos pilares da economia de Pernambuco, com destaque a culturas como cana-de-açúcar, fruticultura, bovinocultura de leite e avicultura. Esse duplo funcionamento - agricultura familiar + agronegócio - sustenta um ecossistema agropecuário em que inovação, tecnologia e cooperação podem prosperar.

Cadeias Produtivas de Destaque

As principais cadeias produtivas em Pernambuco incluem:

• Fruticultura irrigada, especialmente no Vale do São Francisco e outras áreas do semiárido, com destaque para uvas, mangas e outras frutas voltadas à exportação.
• Cana-de-açúcar, com o estado na quinta posição no Nordeste em produção, gerando cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos.
• Avicultura e ovos, com Pernambuco ocupando o primeiro lugar no Nordeste na produção de ovos e frangos. Mais de 12 milhões de ovos por dia foram citados, além de 14 milhões de frangos por mês, gerando cerca de 160 mil empregos.
• Pecuária leiteira e caprinovinocultura, especialmente no Agreste e no Sertão, com milhares de pequenos produtores.
   Essas cadeias são fomentadas não só pela produção primária, mas também por arranjos agroindustriais, logística e exportações, amplificando o valor agregado e impacto regional.

Em síntese, o ecossistema de inovação agropecuária em Pernambuco repousa sobre uma base econômica sólida e diversificada, marcada por cadeias produtivas estratégicas e uma articulação institucional crescente. Essa estrutura oferece ambiente propício para tecnologias emergentes (por exemplo, irrigação de precisão, startups agtech) e programas de apoio à inovação no campo, fornecendo uma vantagem competitiva para o agronegócio local.

Em Pernambuco, algumas cadeias produtivas se destacam tanto no segmento familiar quanto no agronegócio moderno. Por exemplo:

• A bovinocultura de leite - Pernambuco é o maior produtor de leite do Nordeste com cerca de 60 mil produtores em 27 municípios distribuídos entre Agreste e Sertão.
• A ovinocaprinocultura vem sendo alvo de inovação em municípios como Dormentes, que apresenta produção de carne por hectare acima da média regional, reforçando o fortalecimento dessa cadeia.
• A cadeia da mandioca também foi identificada por políticas estaduais como prioritária para arranjos de inovação junto ao programa AgroNordeste em Pernambuco, bem como apicultura.
• A fruticultura e a cana-de-açúcar compõem parte do agronegócio estadual com relevância para empregos, renda e produção de alimentos.

Além disso, o estado vem articulando arranjos produtivos locais e inovação digital (por exemplo, soluções de conectividade, Internet das Coisas no campo) para elevar a competitividade destas cadeias. Esse conjunto - forte presença da agricultura familiar, cadeias produtivas bem definidas, apoio à inovação tecnológica e políticas públicas de fomento - configura o ecossistema de inovação agropecuária em Pernambuco.