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CONCURSO NACIONAL
MGI dá início à Semana de Boas-Vindas para novos servidores do Concurso Público Nacional Unificado
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) deu início, nesta segunda-feira (23/6), à Semana de Boas-Vindas às novas servidoras e aos novos servidores aprovados na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). A cerimônia de abertura, realizada no Auditório Celso Furtado, em Brasília, contou com a presença da ministra Esther Dweck, de autoridades da pasta e dos 370 novos servidores nomeados para o MGI. Os encontros seguem até a próxima segunda-feira (30/5), em formato on-line, com palestras que visam apresentar a estrutura do MGI, os principais sistemas utilizados e orientações sobre a rotina de trabalho na administração pública federal.
Na abertura a ministra Esther Dweck conversou com quatro novos servidores que também integraram a mesa de abertura do evento e cujas histórias representaram a diversidade presente no CPNU. Ela expressou a satisfação em receber os novos servidores. “É uma alegria muito grande receber vocês aqui. A chegada de cada um representa um passo fundamental na reconstrução da capacidade do Estado”. A ministra destacou o simbolismo da posse no contexto de reconstrução do serviço público federal. “Estávamos muito ansiosos para a chegada de todos vocês. As secretarias estavam todas esperando, e a gente está muito feliz. Cada pessoa que entrou tem uma história, e a ideia desse concurso foi justamente trazer pessoas com trajetórias diferentes para ajudar a mudar a realidade do nosso país”, afirmou.
Esther também destacou a importância da diversidade de pensamentos e experiências como motor fundamental para a transformação na administração pública. Ela ressaltou que a chegada de pessoas com visões diferentes traz um frescor essencial para repensar práticas tradicionais e promover mudanças. “Quando chegam pessoas com a cabeça diferente, isso ajuda a arejar. É a chance de olhar para o que sempre foi feito de um jeito e perguntar: será que não dá para fazer diferente? A inovação no nome do ministério vem dessa lógica, trata-se de pensar de outra forma, propor novas soluções”, disse.
Outro ponto central do discurso da ministra foi a transformação digital vai além da tecnologia e depende de pessoas que estejam dispostas a melhorar os serviços com inclusão e equidade. “Transformação digital não é só sobre tecnologia. Ela precisa de pessoas que pensem em como melhorar os serviços, sem deixar ninguém para trás. Um governo digital de verdade tem que ser inclusivo, e vocês fazem parte dessa mudança”, afirmou.
A ministra ressaltou a importância da construção de vínculos dentro da equipe e do ambiente acolhedor no ministério. “A gente quer que vocês se sintam parte de um processo, engajados, com vontade de vir trabalhar todos os dias. Isso faz parte da entrega que fazemos para a população: perceber que estamos, de fato, mudando vidas”, afirmou. E destacou o Programa de Desenvolvimento e Integração (PDI) como um instrumento estratégico para a formação dos novos servidores, que promove a troca de conhecimentos e a integração das equipes, preparando-os para os desafios da carreira pública. “A formação inicial é fundamental para trocar experiências e preparar vocês para os desafios do serviço público. O PDI nasce justamente com esse objetivo: aproveitar o estágio probatório para qualificar e integrar os novos servidores.”
A secretária-executiva do MGI, Cristina Mori afirmou que o momento foi muito planejado e comemorou a integração dos novos servidores para, juntos, colaborarem no andamento das políticas públicas da pasta. “Quando a gente teve a ideia de fazer o Concurso Público Nacional Unificado, a gente estava sonhando muito com esse momento de agora. Ele só faz sentido na hora em que vocês colocam o pezinho aqui e começam, de fato, a trabalhar, encarando junto com a gente os nossos desafios, que são muitos”, disse.
Depoimentos dos novos servidores reforçaram o alcance do CPNU e sua importância como instrumento de inclusão. “Sou da zona rural, de um lugar bem escondido. Ter começado a estudar em meio à pandemia e hoje estar aqui, encontrando a ministra no elevador e começando no governo federal… é surreal. Nunca imaginei chegar tão longe”, contou Luís Fábio Vital.
Já Claudirene Rodrigues, nova servidora vinda do interior da Bahia, celebrou a conquista. “Eu sou de um povoado baiano perto de Xique-Xique, hoje moro em Planaltina (GO), e tenho quatro filhas. Não foi fácil conciliar tudo, mas deu certo. Só consegui me dedicar de verdade aos estudos quando saiu o CPNU, e foi a primeira vez que passei dentro do número de vagas. É uma conquista muito importante pra mim”, comemorou.
Levinsky Alves, de Esperantina (PI), ressaltou o caráter democrático do certame. “Já estudava há três anos para a área de tribunais. Quando surgiu o Concurso Nacional Unificado, vi como uma oportunidade inovadora e inclusiva. Foi desafiador, mas também uma chance única de entrar no serviço público de forma mais democrática. Estou muito grato por estar aqui hoje”, disse.
Para Édila Maria, o CPNU representou uma nova chance após um período afastada dos estudos. “Retomei os estudos em 2022, e logo depois começaram as notícias sobre o CPNU. Achei a proposta muito inovadora e decidi focar só nele. Foi o primeiro concurso que fiz após esse retorno, e estar aqui hoje é uma felicidade enorme”, contou.
Apresentando o ministério
Cilair Abreu, secretário de Serviços Compartilhados (SSC/MGI) reforçou a importância da paciência e da flexibilidade no processo de adaptação ao novo ambiente de trabalho. Ele destacou que o ministério entende que os servidores precisam de tempo para se situar e se familiarizar com os processos internos, e que o diálogo aberto é fundamental para aprimorar continuamente o serviço público. “Não esperamos que vocês estejam prontos para tudo de imediato. Sabemos que levará algum tempo para se acostumar, entender os processos e o funcionamento do ministério. Aqui, valorizamos a flexibilidade e o diálogo aberto. Se algo não está funcionando, queremos que vocês falem, que tragam suas críticas e sugestões. A gente sabe que mudar não é fácil, e por isso temos paciência para que cada servidor encontre seu ritmo e faça parte da transformação. O importante é ter a cabeça aberta para fazer diferente, para inovar e colaborar, construindo juntos um serviço público melhor”, disse.
Ele também apresentou o ColaboraGov, um projeto inovador da Secretaria de Serviços Compartilhados (SSC) do MGI que exemplifica essa visão integrada e colaborativa da gestão pública. “O ColaboraGov é uma solução integrada que reúne áreas diversas como patrimônio, gestão de pessoas e orçamento. Mais do que tecnologia, ele representa uma mudança de cultura, uma forma diferente de trabalhar em equipe e oferecer serviços públicos com mais eficiência e qualidade”, disse.
Vanessa Queiroz, diretora de Gestão Estratégica da Secretaria de Serviços Compartilhados (SSC), explicou a estrutura organizacional e a estratégia do MGI. Ela destacou que o ministério conta com nove secretarias, incluindo a Secretaria Extraordinária para a Transformação do Estado, criada em 2023, e outras secretarias de órgãos consolidadas vindas de órgãos anteriores, como a Secretaria do Patrimônio da União e o Arquivo Nacional. “O MGI nasce com a missão de fortalecer o Estado por meio da ampliação das capacidades estatais, tornando-o capaz de entregar políticas públicas de forma eficiente, após um período de restrições e descontinuidade que prejudicou essa função essencial”, ressaltou.
A diretora também enfatizou que o ministério atua como suporte para as demais pastas, promovendo a melhoria da qualidade dos serviços públicos. “O MGI busca uma transformação focada na eficiência e inclusão, oferecendo uma nova cara à gestão pública, a cadeia de valor do ministério orienta essas ações estratégicas, com o objetivo de garantir uma prestação de serviços mais democrática, inclusiva e eficiente para toda a população brasileira”, explicou.
Além dos 370 novos servidores do MGI, outros 150 servidores de órgãos participantes do ColaboraGov também iniciam sua trajetória no serviço público federal nesta semana. A programação de boas-vindas inclui atividades presenciais e on-line, como palestras sobre ethos público, políticas públicas, estágio probatório, direitos e deveres dos servidores, integridade, previdência complementar, saúde, qualidade de vida, estrutura organizacional e planejamento estratégico do ministério.
O ColaboraGov atende a uma ampla rede de ministérios e órgãos públicos, entre eles: Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Educação; Fazenda; Indústria, Comércio e Serviços; Justiça e Segurança Pública; Saúde; Meio Ambiente; Planejamento, Orçamento e Gestão; Desenvolvimento Social; Cidades; Direitos Humanos e Cidadania; Igualdade Racial; Mulheres; Povos Indígenas; Ciência, Tecnologia e Inovação; Trabalho e Emprego; Portos e Aeroportos; Turismo; Esporte; e Previdência Social.
Ethos Público
A secretária-executiva do MGI, Cristina Mori, abriu a programação da tarde destacando que o concurso público representa apenas o início de uma trajetória mais ampla dentro do serviço público. Segundo ela, o fortalecimento do Estado começa antes da prova, com a definição das carreiras, e segue com a construção de processos seletivos atrativos e acessíveis, como o CPNU. “A gente não desenvolve, não implementa políticas públicas, portanto, não responde aos anseios da sociedade se não tivermos um serviço público civil forte, capaz de enxergar os desafios, de propor inovações”, afirmou. Ela reforçou a importância de servidores que se sintam motivados, reconhecidos e valorizados, e que encontrem ao longo da carreira oportunidades contínuas de desenvolvimento.
Cristina também ressaltou que, diante de uma sociedade cada vez mais complexa, é essencial contar com profissionais capazes de propor novas soluções. “A gente precisa de servidores e servidoras públicas que enxerguem as possibilidades que, às vezes, não estamos trazendo, porque seguimos repetindo o que sempre foi feito. Mas a inovação vem junto com a mente arejada de quem está entrando agora, e essa mente precisa continuar sendo arejada ao longo do tempo. Porque, durante todo o ciclo da vida no serviço público, essa vontade de inovar e de fazer melhor precisa estar sempre presente”, enfatizou.
Logo depois, o professor de Gestão Pública Fernando Coelho, que tem colaborado com algumas secretarias do MGI desde 2023, ministrou uma palestra sobre gestão pública e ethos público. “O concurso público terminou, mas o sistema de ingresso ainda não. Vocês são, resultado de todo um processo de replanejamento da força de trabalho. O governo federal ficou muitos anos sem realizar concursos para diversas carreiras, e o Concurso Público Nacional Unificado deu origem a esse processo inovador de recrutamento”, explicou.
Após a palestra, foi realizada uma roda de conversa com o tema “A Importância do Papel do Servidor Público no Fortalecimento das Políticas Públicas”, com a participação de secretários e representantes das secretarias do MGI. O objetivo da mesa foi promover um diálogo sobre a missão institucional e as principais ações desenvolvidas pelas unidades, além de estimular a troca de percepções sobre o serviço público e os desafios contemporâneos da administração pública.
A Secretária Adjunta de Gestão de Pessoas do MGI, Regina Camargos, abordou a diferença do papel do servidor público em relação ao trabalhador da iniciativa privada, destacando o vínculo direto entre a atuação desses profissionais e a missão institucional do Estado. “O que distingue o servidor público de um trabalhador da iniciativa privada é que o seu trabalho se confunde com a própria missão institucional do Estado, que é entregar serviços estratégicos à população — na saúde, na educação, em empresas públicas que contribuem para o desenvolvimento econômico e social do país. A missão do servidor é, portanto, a própria missão do Estado”, reforçou.
A secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, Elisa Leonel, compartilhou uma mensagem inspiradora com os novos servidores e servidoras, destacando a importância do serviço público como um instrumento de transformação social e compromisso com o futuro do país. “Acredito profundamente no propósito do serviço público, que é servir à população e ajudar a construir o país que desejamos para as futuras gerações. Espero que vocês encontrem essa mesma satisfação em suas trajetórias”. Ela também ressaltou o papel estratégico das empresas estatais no processo de reconstrução do Estado brasileiro, em curso desde 2023. “Vivemos hoje um momento de reconstrução do Estado, e isso passa necessariamente pela reconstrução das empresas estatais. Diferentes governos ao longo do tempo tiveram visões distintas. E o atual governo trabalha para fortalecê-las”, completou.
A secretária de Patrimônio da União, Caroline Stuchi, destacou a trajetória histórica da SPU e o esforço atual de reposicionar o órgão a serviço do interesse público. “A SPU é um dos órgãos mais antigos da administração pública federal. Completou 171 anos neste ano. Foi criada ainda antes da Proclamação da República, logo após a promulgação da Lei de Terras. Ao longo do tempo, sua estrutura muitas vezes favoreceu a apropriação dos bens públicos por interesses privados, em vez de assegurar o uso desses bens em favor da coletividade. Nosso esforço agora é justamente esse: resgatar a primazia do interesse público e reafirmar que os bens da União são um patrimônio de todos os brasileiros”, afirmou.
Também participaram do debate representantes da Secretaria de Gestão e Inovação (SEGES), da Ouvidoria, da Secretaria de Governo Digital (SGD), da Secretaria de Relações de Trabalho (SRT), da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) e do Arquivo Nacional. Todos os presentes apresentaram brevemente as estruturas, competências e principais projetos de suas respectivas secretarias. Ao final, responderam perguntas e esclareceram dúvidas dos novos servidores. As atividades tiveram continuidade ao longo da tarde, com uma programação voltada à integração e ambientação dos novos servidores.
