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Discurso na abertura da Teleconferência Latino-Americana sobre alfabetização - Brasília, 5 de abril de 1989
É com grande satisfação que abro essa Teleconferência Latino-Americana sobre Alfabetização. E tenho a oportunidade de falar aos nossos irmãos do Continente sobre este tema tão importante. Estou absolutamente convencido da gravidade e da grande importância, para o progresso de todas as nações que compõem a área geográfica e cultural da América Latina e do Caribe, do tema educação. Esta Conferência apresenta-se como uma iniciativa das mais oportunas, uma vez que a Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou o ano de 1990 como Ano Internacional da Alfabetização.
Conhecendo esse problema como o grave problema, será, assim, o marco inicial de uma rodada de 10 anos voltada para a erradicação do analfabetismo no mundo, na alvorada do século XXI. E que diz respeito a todos os países em desenvolvimento e, em particular, aos nossos irmãos do Continente, numa antecipação dos trabalhos que iremos, em conjunto, iniciar na próxima década. Permitirá, sem dúvida, esta Conferência identificar, num nível mais amplo, os problemas comuns à nossa região, no contexto das afinidades sócio-culturais do nosso continente, peculiaridade de cada realidade que constitui uma razão a mais para que se aprofunde o nosso diálogo.
A participação, portanto, em tarefas conjuntas promoverá uma assimilação de toda a riqueza e criatividade geradas exatamente dessas diferenças. A cooperação entre países tem a força de conduzir ao engrandecimento mútuo as nossas instituições. E na grande luta que esta ação encerra temos muito a dizer, uns aos outros, a dizer e a aprender, desejo que o nosso diálogo não se encerre neste encontro, que ele possa prosseguir, possa prosseguir sempre e que através de um processo de interação contínua tenhamos oportunidade de utilizar a experiência de cada país como tema de estudo e um possível modelo de referência. Que também na área educacional se estabeleça uma ponte permanente entre nós. Eu espero que este encontro traga idéias e providências que nos ajudem a aprimorar a política do setor, promovendo a revitalização dos sistemas de ensino, renovação didática e adaptação às circunstâncias da vida de nossas populações.
Quero afirmar que para mim, como Presidente do Brasil, é especialmente grato participar do esforço de integração dos países da América Latina e do Caribe, na busca da superação de um dos mais graves problemas comuns aos nossos povos. Vamos lutar para resolver os problemas da educação. E lutar juntos.
(Texto reproduzido em conformidade com o acordo ortográfico vigente à época de sua publicação original)