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Notícias

NOTA À IMPRENSA Nº 95

Discurso proferido pelo Ministro Mauro Vieira por ocasião da 1ª reunião de Sherpas do BRICS – Brasília, 25 de fevereiro

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Publicado em 25/02/2025 11h51 Atualizado em 25/02/2025 12h51

.

Discurso proferido pelo Ministro Mauro Vieira hoje, 25/2, por ocasião da 1ª reunião de Sherpas do BRICS:

Excellencies,

It is an honor to welcome you to this inaugural meeting of Brazil’s BRICS chairship. We convene at a pivotal moment — one of profound transformation, where the principles of multilateralism and cooperation are being tested by crises that demand urgent and collective action.

The international order is undergoing significant shifts. Deepening geopolitical tensions, rising inequalities, and rapid technological and economic changes are challenging traditional governance structures. Longstanding institutions struggle to adapt, while emerging economies rightly demand a more equitable role in shaping decisions that affect us all. In this evolving landscape, BRICS has a crucial role to play in fostering a more just, inclusive, and sustainable world order.

A multipolar world is not just an emerging reality — it is a shared objective. A rebalanced global system must rest on a firmer foundation of fairness and representation, and no such foundation can be built without the voice of BRICS. This group embodies the aspirations of the Global South, and our role in shaping the future has never been more significant.

The recent expansion of BRICS — from five to eleven members —was a major development. Representing nearly half of the world’s population and 39% of global GDP, we are also responsible for half of the global energy output. This expanded BRICS carries the promise of a Global South that is no longer merely a participant in global affairs, but an influential and constructive force in shaping the international order.

At the heart of our discussions today and tomorrow lies the imperative to redefine global governance in a way that reflects 21st-century realities. The world’s institutions must evolve to accommodate diverse perspectives, ensuring that developing nations are not passive players, but active architects of the future. BRICS represents a new vision for global governance — one that prioritizes inclusivity, fairness, and cooperation over hegemony, injustice, inequality, and unilateralism.

Excellencies,

The international order built after World War II rested on two great promises: a collective security system centered on the United Nations and a vision of prosperity through a rules-based multilateral trade system. Today, the limitations of these promises are increasingly evident.

On security, we see an alarming rise in humanitarian crises, armed conflicts, forced displacement, food insecurity, and political instability. Humanitarian needs are growing, yet international responses remain fragmented and, at times, insufficient. If we are to meet these challenges, we must advocate for a comprehensive reform of the global security architecture — one that reflects contemporary realities and upholds our shared moral responsibility to act.

BRICS must champion a multilateral approach to conflict resolution, emphasizing diplomacy, mediation, conflict prevention, and sustainable development. We must also push for a humanitarian system that is not subject to political pressures, neutral, and truly universal — ensuring that aid reaches those in need without conditionalities or political motivations.

On the economic front, we are witnessing the process of “deglobalization”. Protectionist policies, trade fragmentation, non-economic barriers, and the reconfiguration of supply chains threaten to deepen global inequalities. BRICS must resist this fragmentation and advocate for an open, fair, and balanced multilateral trade system — one that serves the needs of the Global South and fosters a genuinely multipolar economic order.

A key aspect of this transformation is financial architecture reform. The existing system was designed for a different era and has too often failed to address the realities faced by developing nations. BRICS must continue advancing alternative financial mechanisms, such as the New Development Bank, which plays a vital role in funding infrastructure and sustainable development projects in emerging economies.

Excellencies,

The most effective response to the crisis of multilateralism is more multilateralism — stronger and more inclusive across all spheres.

Beyond global governance reform, Brazil’s BRICS chairship will focus on two major areas: Global South Cooperation and a BRICS Partnership for Social, Economic, and Environmental Development, aiming at bringing solutions where the world is most in need.

We will organize our work around six priorities: global health cooperation; trade, investment and finance; combatting climate change; artificial intelligence governance; reform of the peace and security multilateral system; and BRICS’ institutional development.

The COVID-19 pandemic exposed severe inequalities in access to vaccines, treatments, and essential medical supplies. It underscored the urgent need for a more coordinated, resilient, and inclusive global health architecture – one that serves all nations, not just a privileged few. Economic status must not dictate access to healthcare. We cannot accept an international hierarchy of diseases and treatments. BRICS must lead efforts to face socially determined and neglected tropical diseases and other health challenges disproportionately affecting the Global South. We must advocate for a global health agenda that prioritizes the needs of developing nations and strengthens our national healthcare systems.

As we navigate the transformations of the 21st century, artificial intelligence presents both immense opportunities and profound risks. AI has the potential to dramatically transform sectors from healthcare to education. Yet without proper governance, it also poses ethical, economic, and security challenges.

Global AI governance must be inclusive and democratic and contribute to economic development. It cannot be dictated by a handful of actors while the rest of the world is forced to adapt to rules they had no role in shaping. BRICS must advocate for a multilateral approach that ensures AI development is ethical, transparent, and aligned with humanity’s collective interests. Our collaboration should focus on fostering AI research, addressing algorithmic bias, protecting data privacy, mitigating cybersecurity risks, and managing the socio-economic impacts of automation.

Despite our significant contribution to the global economy, trade among BRICS members is still far below its potential. Our presidency will focus on ways to enhance trade flows, both by exploring trade facilitation measures and by stimulating payment instruments in local currencies.

The climate crisis is the defining challenge of our time. While BRICS nations have made significant commitments towards sustainability, we must recognize the deep financing gap that hampers climate adaptation and mitigation efforts in developing countries.

Despite contributing little to historical greenhouse gas emissions, the Global South bears the brunt of climate change — from extreme weather events to rising sea levels and biodiversity loss. Addressing this crisis requires not only ambition but also fairness. Climate justice must be at the heart of international discussions, ensuring that developing nations have both the autonomy and the resources needed to transition towards low-carbon economies without sacrificing their development goals.

Excellencies,

The world stands at a crossroads, and the choices we make today will shape the future of global governance for generations to come. BRICS was founded on the principles of cooperation, equity, and mutual respect. As we embark on this journey together, let us reaffirm our commitment to building a more just, inclusive, and sustainable international order.

By strengthening Global South cooperation, fostering partnerships for social, economic, and environmental development, and upholding multilateralism, we can help forge a future that reflects the aspirations of the billions of people that we represent.

I look forward to the discussions among our countries and to the concrete actions that will emerge from our collective efforts.

Thank you. 

***********

(tradução para português)

Excelências,

 É uma honra dar-lhes as boas-vindas a esta reunião inaugural da presidência brasileira do BRICS. Estamos reunidos em um momento crucial — de profundas transformações, em que os princípios do multilateralismo e da cooperação são testados por crises que exigem ação urgente e coletiva.

 A ordem internacional passa por mudanças significativas. O aprofundamento das tensões geopolíticas, o aumento das desigualdades e as rápidas transformações tecnológicas e econômicas desafiam as estruturas tradicionais de governança. Instituições de longa data enfrentam dificuldades para se adaptar, enquanto economias emergentes reivindicam, com razão, um papel mais equitativo na definição de decisões que nos afetam a todos. Nesse cenário em evolução, o BRICS desempenha um papel fundamental na promoção de uma ordem mundial mais justa, inclusiva e sustentável.

 Um mundo multipolar não é apenas uma realidade emergente — é um objetivo compartilhado. Um sistema global reequilibrado deve ter bases mais sólidas de equidade e representatividade, e nenhuma base desse tipo pode ser construída sem a voz do BRICS. Este grupo incorpora as aspirações do Sul Global, e nosso papel na configuração do futuro nunca foi tão significativo.

 A recente expansão do BRICS — de cinco para onze membros — foi um marco importante. Representamos quase metade da população mundial e 39% do PIB global, além de sermos responsáveis por metade da produção global de energia. Esse BRICS ampliado simboliza um Sul Global que não é mais apenas um participante dos assuntos globais, mas uma força influente e construtiva na configuração da ordem internacional.

 O cerne de nossas discussões hoje e amanhã é a necessidade de redefinir a governança global de modo a refletir as realidades do século XXI. As instituições mundiais devem evoluir para acomodar perspectivas diversas, garantindo que as nações em desenvolvimento não sejam meros espectadores, mas sim arquitetos ativos do futuro. O BRICS representa uma nova visão de governança global — que prioriza inclusão, equidade e cooperação em detrimento da hegemonia, injustiça, desigualdade e unilateralismo. 

Excelências,

 A ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial baseou-se em duas grandes promessas: um sistema coletivo de segurança centrado na Organização das Nações Unidas e uma visão de prosperidade por meio de um sistema multilateral de comércio baseado em regras. Hoje, as limitações dessas promessas tornam-se cada vez mais evidentes.

Em termos de segurança, assistimos a um aumento alarmante das crises humanitárias, conflitos armados, deslocamentos forçados, insegurança alimentar e instabilidade política. As necessidades humanitárias crescem, mas as respostas internacionais permanecem fragmentadas e, por vezes, insuficientes. Para enfrentar esses desafios, devemos defender uma reforma abrangente da arquitetura global de segurança — uma que reflita as realidades contemporâneas e sustente nossa responsabilidade moral compartilhada de agir.

 O BRICS deve defender uma abordagem multilateral para a resolução de conflitos, enfatizando a diplomacia, a mediação, a prevenção de crises e o desenvolvimento sustentável. Devemos também promover um sistema humanitário que seja isento de pressões políticas, neutro e verdadeiramente universal — garantindo que a ajuda chegue a quem dela necessita sem condicionalidades ou motivações políticas.

 Na esfera econômica, testemunhamos um processo de "desglobalização". Políticas protecionistas, fragmentação comercial, barreiras não econômicas e a reconfiguração das cadeias de suprimentos ameaçam aprofundar as desigualdades globais. O BRICS deve resistir a essa fragmentação e advogar por um sistema de comércio multilateral aberto, justo e equilibrado — que atenda às necessidades do Sul Global e promova uma ordem econômica verdadeiramente multipolar.

 Um aspecto central dessa transformação é a reforma da arquitetura financeira. O sistema vigente foi concebido para uma era distinta e, muitas vezes, falhou em atender às realidades enfrentadas pelos países em desenvolvimento. O BRICS deve continuar avançando em mecanismos financeiros alternativos, como o Novo Banco de Desenvolvimento, que desempenha um papel vital no financiamento de infraestrutura e projetos de desenvolvimento sustentável em economias emergentes.

Excelências,

 A resposta mais eficaz à crise do multilateralismo é mais multilateralismo — mais forte e mais inclusivo em todas as esferas.

 Além da reforma da governança global, a presidência brasileira do BRICS se concentrará em duas áreas centrais: Cooperação do Sul Global e uma Parceria do BRICS para o Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental, visando trazer soluções para onde o mundo mais necessita.

 Organizaremos nosso trabalho em torno de seis prioridades: cooperação em saúde global; comércio, investimento e finanças; combate à mudança do clima; governança da inteligência artificial; reforma do sistema multilateral de paz e segurança; e desenvolvimento institucional do BRICS.

 A pandemia da COVID-19 expôs severas desigualdades no acesso a vacinas, tratamentos e suprimentos médicos essenciais. Evidenciou a necessidade urgente de uma arquitetura global de saúde mais coordenada, resiliente e inclusiva – que atenda a todas as nações, e não apenas a algumas privilegiadas. O status econômico não pode determinar o acesso à saúde. Não podemos aceitar uma hierarquia internacional de doenças e tratamentos. O BRICS deve liderar os esforços para enfrentar doenças socialmente determinadas e negligenciadas e demais desafios de saúde que afetam desproporcionalmente o Sul Global. Devemos promover uma agenda de saúde global que priorize as necessidades de países em desenvolvimento e que fortaleça os sistemas nacionais de saúde.

 À medida que navegamos pelas transformações do século XXI, a inteligência artificial apresenta tanto oportunidades imensas quanto riscos profundos. A IA tem o potencial de transformar dramaticamente setores como saúde e educação. No entanto, sem governança adequada, também pode gerar desafios éticos, econômicos e de segurança.

 A governança global de IA deve ser inclusiva e democrática, além de contribuir para o desenvolvimento econômico. Ela não pode ser ditada por um pequeno grupo de atores enquanto o restante do mundo é forçado a se adaptar a regras que não ajudou a estabelecer. Os BRICS devem defender uma abordagem multilateral que garanta que o desenvolvimento de IA seja ético, transparente e alinhado aos interesses coletivos da humanidade. Nossa colaboração deve se concentrar em promover a pesquisa em IA, abordar o viés algorítmico, proteger a privacidade de dados, mitigar riscos de cibersegurança e administrar os impactos socioeconômicos da automação.

 Apesar de nossa contribuição significativa para a economia global, o comércio entre os países dos BRICS ainda está muito aquém de seu potencial. Nossa presidência se concentrará em maneiras de aumentar os fluxos comerciais, tanto explorando medidas de facilitação de comércio quanto estimulando instrumentos de pagamento em moedas locais.

 A crise climática é o maior desafio de nossa época. Embora as nações dos BRICS tenham assumido compromissos importantes em prol da sustentabilidade, é preciso reconhecer o grande déficit de financiamento que prejudica os esforços de adaptação e mitigação do clima em países em desenvolvimento.

 Apesar de contribuírem pouco para as emissões históricas de gases de efeito estufa, o Sul Global é o que mais sofre com as consequências das mudança do clima — de eventos climáticos extremos à elevação do nível do mar e perda de biodiversidade. Enfrentar essa crise exige não apenas ambição, mas também justiça. A justiça climática deve estar no centro das discussões internacionais, garantindo que as nações em desenvolvimento tenham tanto a autonomia quanto os recursos necessários para realizar a transição rumo a economias de baixo carbono, sem abrir mão de seus objetivos de desenvolvimento.

 Excelências,

 O mundo está em uma encruzilhada, e as escolhas que fizermos hoje moldarão o futuro da governança global pelas próximas gerações. Os BRICS foram fundados com base nos princípios de cooperação, equidade e respeito mútuo. Ao iniciarmos esta jornada juntos, reafirmemos nosso compromisso de construir uma ordem internacional mais justa, inclusiva e sustentável.

 Ao fortalecer a cooperação do Sul Global, promover parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, e defender o multilateralismo, podemos ajudar a forjar um futuro que reflita as aspirações dos bilhões de pessoas que representamos.

 Aguardo com interesse as discussões entre nossos países e as ações concretas que surgirão de nossos esforços conjuntos.

 Muito obrigado. 

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