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NOTA À IMPRENSA Nº 184
Declaração da Presidência da Reunião de Ministros das Relações Exteriores dos Países Membros do BRICS
Declaração da Presidência da Reunião de Ministros das Relações Exteriores/Relações Internacionais dos Países Membros do BRICS[*]
1. Os Ministros das Relações Exteriores do BRICS reuniram-se em 28 e 29 de abril de 2025, na cidade do Rio de Janeiro. Eles trocaram opiniões sobre as principais tendências e questões globais e regionais. Reafirmaram seu compromisso de fortalecer a estrutura da Parceria Estratégica do BRICS sob os três pilares de cooperação – política e segurança, economia e finanças, e intercâmbio cultural e da sociedade civil. Reafirmaram também seu compromisso com o espírito do BRICS de respeito e entendimento mútuos, igualdade, solidariedade, abertura, inclusividade e consenso.
2. Os Ministros saudaram a República da Indonésia como membro do BRICS, bem como a República da Belarus, o Estado Plurinacional da Bolívia, a República do Cazaquistão, a República de Cuba, a República Federal da Nigéria, a Malásia, o Reino da Tailândia, a República do Uganda e a República do Uzbequistão como países parceiros do BRICS a partir de 1º de janeiro de 2025.
3. Os Ministros reiteraram seu firme compromisso com o multilateralismo e com o direito internacional, incluindo os Propósitos e Princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, em sua totalidade e interconexão, como seu alicerce indispensável, bem como o papel central da ONU em um sistema internacional no qual estados soberanos cooperam para manter a paz e a segurança internacionais, promover o desenvolvimento sustentável e assegurar a promoção e proteção dos direitos humanos para todas as pessoas. Nesse sentido, os Ministros condenaram tentativas unilaterais de minar o trabalho das instituições multilaterais globais e prejudicar a implementação de seus respectivos mandatos, inclusive por meio da retenção deliberada de contribuições obrigatórias.
4. Recordando que 2025 marca o octogésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, conflito que trouxe profundo sofrimento à humanidade, particularmente na Europa, África, Ásia, Pacífico e outras partes do mundo, os Ministros manifestaram seu pleno apoio à Resolução 79/272 da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o octogésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, sobre esse evento histórico, que estabeleceu as condições para a criação das Nações Unidas, concebida para proteger as gerações futuras do flagelo da guerra.
5. Os Ministros notaram o atual contexto global de polarização e desconfiança e encorajaram ação global para fortalecer a paz e a segurança internacionais. Conclamaram a comunidade internacional a responder a esses desafios e às ameaças à segurança associadas por meio de medidas político-diplomáticas para reduzir o potencial de conflitos, e enfatizaram a necessidade de engajar-se em esforços de prevenção de conflitos, inclusive por meio do enfrentamento de suas causas profundas. Ressaltaram que a segurança entre todos os países é indivisível e reiteraram seu compromisso com a solução pacífica de controvérsias internacionais por meio do diálogo, da consulta e da diplomacia. Incentivaram o papel ativo das organizações regionais na prevenção e resolução de conflitos e apoiaram todos os esforços que contribuam para a solução pacífica de crises. Destacaram a importância da mediação e da diplomacia preventiva como ferramentas essenciais para evitar crises e prevenir sua escalada, em conformidade com os Propósitos e Princípios da Carta das Nações Unidas.
6. Os Ministros observaram que a multipolaridade oferece mais oportunidades para que os Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento (EMDCs) atinjam seu potencial construtivo e usufruam de uma globalização econômica e cooperação universais, inclusivas e equitativas. Concordaram que, em um contexto de mudanças globais, é crucial que os países em desenvolvimento trabalhem em estreita colaboração para promover o diálogo e relações mutuamente benéficas entre as nações. Os Ministros ressaltaram a importância do Sul Global como indutor de uma ordem mundial multipolar mais justa, equitativa, democrática e equilibrada, especialmente diante dos significativos desafios globais, como o aprofundamento das tensões geopolíticas, a competição estratégica entre nações, a desaceleração econômica, medidas protecionistas, mudanças tecnológicas e crises migratórias. Alertaram ainda que o agravamento de antagonismos não conduzirá à paz nem ao desenvolvimento e recordaram a necessidade urgente de se concentrar na convivência pacífica, na tolerância, na cooperação e no diálogo, em oposição a narrativas que apenas aprofundam a fragmentação e a polarização geopolítica. Reiteraram o papel central que os países do BRICS podem desempenhar ao oferecer ao Sul Global uma plataforma para expressar suas preocupações e interesses, bem como para participar ativamente da promoção de uma ordem internacional mais justa, sustentável, inclusiva e multipolar.
7. Os Ministros reiteraram seu compromisso com a reforma da governança global por meio da promoção de um sistema internacional e multilateral mais justo, equitativo, ágil, efetivo, eficiente, responsivo, representativo, legítimo, democrático e responsável, no espírito de ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados. Reiteraram também seu compromisso de assegurar uma maior e mais significativa participação e representação dos países em desenvolvimento e dos países de menor desenvolvimento relativo, especialmente países africanos, nos processos e nas estruturas globais de tomada de decisão, tornando-os mais sintonizados com as realidades contemporâneas. Reiteraram ainda a necessidade urgente de alcançar uma representação geográfica equitativa no Secretariado das Nações Unidas e em outras organizações internacionais de forma oportuna. Os Ministros enfatizaram a necessidade de que o processo de seleção e nomeação das lideranças executivas e dos altos cargos da ONU seja guiado pelos princípios de transparência e inclusão, e conduzido de acordo com todas as disposições do Artigo 101 da Carta das Nações Unidas, com a devida consideração a critérios geográficos na contratação de pessoal e à maior participação de mulheres, observando a regra geral de que não deve haver monopólio de cargos superiores no sistema da ONU por nacionais de qualquer estado ou grupo de estados.
8. Reconhecendo a Declaração de Johanesburgo II de 2023, os Ministros apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho, para que ele possa responder adequadamente aos desafios globais prevalecentes, e apoiaram as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança. Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte.
9. À luz do 80º aniversário das Nações Unidas, os Ministros relembraram as Resoluções 75/1, 77/335 da Assembleia Geral da ONU e outras resoluções relevantes, e reiteraram o apelo urgente por reformas nos principais órgãos das Nações Unidas, com vistas a alcançar progressos concretos. Reafirmaram o compromisso de relançar as discussões sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU e de continuar o trabalho de revitalização da Assembleia Geral e de fortalecimento do Conselho Econômico e Social. Aguardaram com expectativa a conclusão bem-sucedida da Revisão de 2025 da arquitetura de Consolidação da Paz e concordaram em reforçar a coordenação na Comissão para Consolidação da Paz.
10. Os Ministros manifestaram sua preocupação com os conflitos em curso em diversas partes do mundo e com o atual estado de polarização e fragmentação da ordem internacional. Manifestaram apreensão diante da tendência atual de aumento crítico dos gastos militares globais, em detrimento do financiamento adequado para o desenvolvimento. Os Ministros defenderam uma abordagem multilateral que respeite as diversas perspectivas e posições nacionais sobre questões globais cruciais, incluindo o desenvolvimento sustentável, a erradicação da fome e da pobreza e o enfrentamento adequado dos desafios impostos pela mudança do clima.
11. Os Ministros expressaram séria preocupação com a perspectiva de fragmentação da economia global e enfraquecimento do multilateralismo, bem como seu apoio a um sistema multilateral de comércio aberto, transparente, justo, previsível, inclusivo, equitativo, não discriminatório e baseado em regras, tendo a Organização Mundial do Comércio (OMC) em seu centro. Ressaltaram que o comércio internacional é importante motor do crescimento inclusivo, da erradicação da pobreza e da fome, da promoção do desenvolvimento sustentável em suas três dimensões e da realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Sul Global.
12. Os Ministros expressaram sérias preocupações com o aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, inconsistentes com as regras da OMC, incluindo o aumento indiscriminado de tarifas recíprocas e medidas não tarifárias, como o uso abusivo de políticas verdes para fins protecionistas. Eles alertaram que essas medidas causam perturbações na cadeia de suprimentos global e trazem mais incerteza para a economia global. Nesse sentido, exortaram todas as partes a tomar medidas para defender o livre comércio e o sistema multilateral de comércio, com vistas a enfrentar os desafios comerciais atuais e promover ambiente favorável de comércio e investimento para todos, especialmente para EMDCs. No ano de seu 30º aniversário, reconheceram que a Organização Mundial do Comércio (OMC) é a única instituição multilateral com o mandato necessário para estabelecer as regras do sistema multilateral de comércio e liderar nas múltiplas dimensões do comércio internacional, incluindo a dimensão do desenvolvimento, nas discussões internacionais sobre o tema. Reafirmaram seu compromisso de continuar a promover a necessária reforma da OMC para melhorar todas as suas funções, reforçando simultaneamente os seus princípios fundamentais. Eles ressaltaram a necessidade de fortalecer a OMC à luz das medidas arbitrárias unilaterais e protecionistas emergentes. Eles lamentaram que o prazo de 2024 para a restauração completa do sistema de solução de controvérsias de duas instâncias tenha expirado sem resultado e permaneceram comprometidos em ter um sistema de solução de controvérsias completo e funcional acessível a todos os Membros com urgência. Reiteraram seu compromisso de intensificar o diálogo sobre o sistema multilateral de comércio e questões relacionadas à OMC por meio do Quadro Consultivo Informal do BRICS sobre a OMC e concordaram em participar ativamente da preparação da 14ª Conferência Ministerial da OMC (MC14), a ser realizada em 2026, com vistas à obtenção de resultados concretos. Tomaram nota e expressaram forte apoio à candidatura da Etiópia de acessão à OMC.
13. Os Ministros reiteraram que medidas coercitivas unilaterais, na forma de, entre outras, sanções econômicas unilaterais e sanções secundárias, que são contrárias ao direito internacional, têm implicações amplas para os direitos humanos, inclusive o direito ao desenvolvimento, da população dos estados atingidos, afetando de forma desproporcional os pobres e pessoas em situação de vulnerabilidade. Apelaram, nesse sentido, pela eliminação dessas medidas.
14. Os Ministros reafirmaram a necessidade de esforços voltados para a redução das tensões e a busca de um caminho para a paz, bem como do pleno respeito ao e cumprimento do direito internacional humanitário por todas as partes envolvidas em conflitos armados, em especial a obrigação de proteger civis e pessoal humanitário. Condenaram veementemente todas as violações do direito internacional humanitário e a negação ou obstrução do acesso humanitário. Recordaram que a assistência humanitária deve ser prestada de acordo com os princípios orientadores de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência, conforme estabelecido na Resolução 46/182 da Assembleia Geral das Nações Unidas.
15. No contexto do 30º aniversário da Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, os Ministros reiteraram seu compromisso com a promoção da implementação plena e efetiva da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim. Reafirmaram também seu compromisso com a plena implementação e o avanço da agenda Mulheres, Paz e Segurança (WPS), especialmente tendo em vista o 25º aniversário da Resolução 1325 (2000) do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Reiteraram, ainda, a importância de garantir a participação plena, igualitária, segura e significativa das mulheres nos processos de tomada de decisão em todos os níveis dos processos de paz e segurança, incluindo prevenção e resolução de conflitos, ajuda humanitária, mediação, operações de paz, construção da paz e reconstrução e desenvolvimento pós-conflito.
16. Os Ministros recordaram suas posições nacionais relativas ao conflito na Ucrânia, conforme expressas nos foros apropriados, inclusive o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral das Nações Unidas. Notaram com apreço propostas relevantes de mediação e de bons ofícios, inclusive a Iniciativa Africana de Paz e a criação do Grupo de Amigos para a Paz, voltadas para a solução pacífica do conflito por meio do diálogo e da diplomacia. Expressaram a expectativa de que os esforços atuais conduzam a um acordo de paz sustentável.
17. Os Ministros expressaram séria preocupação com a continuidade dos conflitos na região do Oriente Médio e Norte da África e saudaram a Declaração Conjunta dos Vice-Ministros das Relações Exteriores e Enviados Especiais do BRICS, emitida por ocasião de sua reunião de 28 de março de 2025.
18. Os Ministros manifestaram grande preocupação com a situação no Território Palestino Ocupado, com a retomada dos ataques israelenses contra Gaza e com a obstrução da entrada de ajuda humanitária no território. Eles lamentaram o colapso do cessar-fogo anunciado em 15 de janeiro e instaram as partes a cumprir integralmente seus termos. Eles exortaram as partes a se engajarem de boa-fé em novas negociações para alcançar a cessação permanente das hostilidades, a retirada total das forças israelenses da Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns e detidos em violação do direito internacional, assim como para facilitar e permitir acesso irrestrito de ajuda humanitária.
19. Os Ministros convocaram a comunidade internacional a apoiar a Autoridade Palestina na realização de reformas para cumprir as legítimas aspirações palestinas de independência e soberania, assim como a rápida reconstrução da infraestrutura civil do território, com papel central dos palestinos, conforme acordado na Cúpula Árabe de Emergência sobre a Palestina, em 4 de março de 2025, e notaram com apreço a iniciativa de convocar uma próxima conferência de doadores a ser realizada no Cairo.
20. Os Ministros expressaram firme oposição ao deslocamento forçado, temporário ou permanente, sob quaisquer pretextos, de qualquer parte da população palestina do Território Palestino Ocupado. Eles condenaram declarações provocativas sobre planos para a imposição da soberania de Israel sobre a Cisjordânia ocupada e a intensificação das atividades relacionadas a assentamentos no território. Reiteraram que esses assentamentos são ilegais sob o direito internacional e que qualquer atividade de assentamento deve ser interrompida e revertida.
21. Os Ministros reafirmaram firme apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) e enfatizaram a necessidade de respeitar plenamente o mandato, concedido pela AGNU, para a prestação de serviços básicos aos refugiados da Palestina em seus cinco campos de operações. Eles notaram, a esse respeito, as medidas provisórias da Corte Internacional de Justiça nos processos judiciais instaurados pela África do Sul contra Israel, que, entre outros aspectos, reafirmaram a obrigação de Israel de assegurar a prestação de ajuda humanitária em Gaza.
22. Os Ministros reafirmaram que uma solução justa e duradoura para o conflito entre Israel e Palestina só pode ser alcançada por meios pacíficos e depende do cumprimento dos direitos legítimos do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação e ao retorno. Reiteraram o compromisso inabalável com a Solução de Dois Estados, de acordo com o direito internacional, incluindo as resoluções relevantes do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas, e a Iniciativa de Paz Árabe, com um Estado Palestino independente e viável vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como sua capital. Eles manifestaram expectativa pela realização da Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, a ser realizada em junho de 2025.
23. Os Ministros saudaram o cessar-fogo no Líbano e apelaram a todas as partes para que cumpram rigorosamente os seus termos e implementem plenamente a Resolução 1701 do CSNU. Condenaram as contínuas violações do cessar-fogo e da soberania, independência e integridade territorial do Líbano. Eles pediram a Israel que respeite os termos acordados com o governo libanês e retire suas forças de ocupação de todo o território libanês, incluindo dos cinco locais no sul do Líbano onde ainda permanecem.
24. Eles reafirmaram seu compromisso com a soberania, a independência, a unidade e a integridade territorial da Síria e pediram um processo político pacífico e inclusivo, feito e liderado por sírios, facilitado pelas Nações Unidas, com base nos princípios da Resolução 2254 (2015) do Conselho de Segurança, de forma a garantir a segurança e o bem-estar da população civil, sem discriminação. Condenaram a violência generalizada perpetrada nas províncias sírias de Latakia e Tartus desde 6 de março, incluindo assassinatos em massa de civis na comunidade alauita, a continuação das atividades terroristas do ISIL e afiliados da Al-Qaeda na Síria, a ameaça representada pela presença de combatentes terroristas estrangeiros em território sírio, bem como o risco de disseminação de terroristas da Síria para países da região. A Síria deve se opor firmemente a todas as formas de terrorismo e extremismo.
25. Os Ministros reiteraram que o princípio “Soluções africanas para os problemas africanos” deve continuar a servir de base para a resolução de conflitos no continente africano. Reconheceram o papel fundamental da União Africana na prevenção, gestão e resolução de conflitos na África e reafirmaram o apoio aos esforços africanos de paz no continente, incluindo os empreendidos pela União Africana e pelas organizações sub-regionais africanas.
26. Os Ministros elogiaram os esforços e êxitos dos países africanos na busca de paz duradoura e desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que expressaram séria preocupação com as graves crises humanitárias resultantes de conflitos armados novos e duradouros em algumas regiões da África, particularmente os efeitos devastadores dos conflitos no Sudão, na região dos Grandes Lagos e no Chifre da África, que levaram a graves crises humanitárias. Nesse sentido, reafirmaram apoio aos esforços destinados a encontrar soluções políticas para essas crises, reiteraram o apelo ao fim das hostilidades e enfatizaram a necessidade da resolução pacífica dos conflitos.
27. Eles expressaram grande preocupação com a escalada da violência e da crise humanitária no Sudão e com o alastramento dos conflitos na região, assim como com o aumento do risco de propagação do extremismo e do terrorismo, e reiteraram o apelo a um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional e a uma resolução pacífica do conflito, com o envolvimento em negociações de paz como a única forma de pôr fim a este conflito, ao acesso sustentado, urgente e desimpedido da população sudanesa à assistência humanitária e à ampliação da assistência humanitária ao Sudão e aos estados vizinhos. Saudaram a convocação da Conferência Humanitária de Alto Nível para o Povo do Sudão em 14 de fevereiro de 2025, coorganizada por União Africana, Etiópia, Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) e Emirados Árabes Unidos, em coordenação com as Nações Unidas.
28. Os Ministros expressaram séria preocupação com a deterioração contínua da situação securitária, humanitária, política e econômica no Haiti. Eles enfatizaram que a crise atual requer uma solução liderada por haitianos que abranja o diálogo nacional e a construção de consenso entre as forças políticas locais, as instituições e a sociedade, e pediram à comunidade internacional que apoie os esforços haitianos para desmantelar as gangues, melhorar a situação de segurança e estabelecer as bases para o desenvolvimento social e econômico duradouro no país.
29. Os Ministros expressaram forte condenação a quaisquer atos de terrorismo, considerados criminosos e injustificáveis, independentemente de sua motivação, quando, onde e por quem quer que os tenha cometido. Eles condenaram nos mais fortes termos o ataque terrorista em Jammu e Caxemira em 22 de abril de 2025, durante o qual pelo menos 26 pessoas foram mortas e muitas mais ficaram feridas. Reafirmaram o compromisso de combater o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, incluindo o movimento transfronteiriço de terroristas, o financiamento do terrorismo e os santuários para terroristas. Reiteraram que o terrorismo não deve ser associado a nenhuma religião, nacionalidade, civilização ou grupo étnico e que todos os envolvidos em atividades terroristas e em seu apoio devem ser responsabilizados e levados à justiça de acordo com os termos relevantes do direito nacional e internacional. Os Ministros instaram a garantia de tolerância zero com o terrorismo e rejeitaram a adoção de duplos padrões no combate ao terrorismo. Enfatizaram a responsabilidade primária dos estados no combate ao terrorismo e que os esforços globais para prevenir e enfrentar ameaças terroristas devem estar plenamente em conformidade com suas obrigações sob o direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas, em especial seus Propósitos e Princípios, bem como os tratados e protocolos internacionais pertinentes, em particular o direito internacional dos direitos humanos, o direito internacional dos refugiados e o direito internacional humanitário, conforme aplicável. Saudaram as atividades do Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS (CTWG) e seus cinco subgrupos com base na Estratégia de Contraterrorismo do BRICS, no Plano de Ação de Contraterrorismo do BRICS e no documento de posição do CTWG. Eles também demonstraram expectativa de aprofundar ainda mais a cooperação antiterrorista. Os Ministros pediram uma rápida finalização e adoção da Convenção Abrangente sobre Terrorismo Internacional no âmbito das Nações Unidas. Os Ministros exortaram ações concertadas contra todas as entidades terroristas e terroristas designados pela ONU.
30. Os Ministros reiteraram seu compromisso com a prevenção e o combate aos fluxos financeiros ilícitos, incluindo a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, bem como outras formas de crime organizado transnacional, como o narcotráfico, os crimes que afetam o meio ambiente, o tráfico ilícito de armas de fogo, o tráfico de pessoas e o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) para fins criminosos e para corrupção. Reafirmaram seu compromisso com os princípios de natureza técnica e não politizada da cooperação internacional anticrime, inclusive para fins de prevenção e de investigações financeiras. Notaram a necessidade de fortalecer ainda mais essa cooperação, inclusive por meio de grupos de trabalho pertinentes e existentes do BRICS, com base nos documentos adotados no BRICS, bem como nos instrumentos jurídicos internacionais pertinentes dos quais os países do BRICS são partes. Eles também enfatizaram a importância de criar condições para o desenvolvimento seguro das gerações mais jovens, reduzindo o risco de seu envolvimento em atividades ilegais, e saudaram o desenvolvimento de projetos internacionais relevantes com a participação de jovens.
31. Os Ministros reafirmaram seu compromisso de promover a cooperação do BRICS na prevenção e no combate à corrupção e de proceder à implementação contínua de acordos internacionais pertinentes a esse respeito, em particular a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. Eles saudaram o trabalho do Grupo de Trabalho Anticorrupção do BRICS de promover a colaboração em questões anticorrupção, incluindo a formulação da Visão Comum e da Ação Conjunta do BRICS sobre Cooperação Anticorrupção Aprimorada e Recuperação e Devolução de Ativos e Produtos da Corrupção, a negação de refúgio seguro e o fortalecimento das capacidades dos países membros.
32. Os Ministros expressaram preocupação com os riscos crescentes da ameaça nuclear e do conflito nuclear. Reiteraram a necessidade de revigorar o sistema de desarmamento, controle de armas e não proliferação e de preservar integridade e eficácia do sistema para alcançar a estabilidade global, a paz e segurança internacionais. Enfatizaram a contribuição significativa das zonas livres de armas nucleares para o fortalecimento do regime de não proliferação nuclear, reafirmaram apoio e respeito a todas as zonas livres de armas nucleares existentes e garantias contra o uso ou ameaça de uso de armas nucleares a elas associadas e reconheceram a importância primordial dos esforços que visam acelerar a implementação das resoluções sobre o Estabelecimento de uma Zona Livre de Armas Nucleares e outras Armas de Destruição em Massa no Oriente Médio, incluindo a Conferência convocada de acordo com a Decisão 73/546 da Assembleia Geral da ONU. Os Ministros apelaram a todas as partes convidadas para participarem desta conferência de boa-fé e para se engajarem a este esforço de forma construtiva. Saudaram a adoção da Resolução 79/241 da AGNU “Estudo abrangente da questão das zonas livres de armas nucleares em todos os seus aspectos”.
33. Os Ministros reconheceram a necessidade de garantir o uso de sistemas espaciais e das conquistas da ciência e tecnologia espacial para fins pacíficos. Eles também reafirmaram seu apoio a que se garanta a sustentabilidade a longo prazo das atividades espaciais e a Prevenção de uma Corrida Armamentista no Espaço Sideral (PAROS) e de seu uso como arma, bem como das ameaças ou do uso da força contra objetos espaciais, inclusive por meio de negociações para adotar um instrumento multilateral legal pertinente para garantir a segurança global. Eles reconheceram a apresentação do Projeto de Tratado atualizado sobre a Prevenção da Colocação de Armas no Espaço Exterior, da Ameaça ou do Uso da Força contra Objetos Espaciais (PPWT) à Conferência sobre Desarmamento em 2014 como um passo importante para esse objetivo. Eles enfatizaram que compromissos práticos e não vinculantes, como Medidas de Transparência e Construção de Confiança (TCBMs), e normas, regras e princípios universalmente acordados também podem contribuir para a PAROS. Eles observaram a iniciativa de alguns membros do BRICS na Assembleia Geral de criar um único Grupo de Trabalho Aberto para permitir discussões coerentes, inclusivas e eficazes que sirvam a esse propósito e se comprometem a se envolver construtivamente no processo, com base nos êxitos existentes, inclusive em elementos substanciais sobre um instrumento juridicamente vinculativo sobre PAROS.
34. Ao enfatizar o potencial das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) para reduzir a crescente exclusão digital dentro dos países e entre eles, os Ministros reconheceram os desafios e ameaças que se originam no ambiente digital e que são provenientes dele. Eles reafirmaram seu compromisso com a promoção de um ambiente de TICs aberto, seguro, estável, acessível, pacífico e interoperável. Destacaram o papel central das Nações Unidas na promoção de um diálogo construtivo para a construção de entendimentos comuns sobre a segurança no uso das TICs. Saudaram o trabalho em andamento do Grupo de Trabalho de Composição Aberta sobre a segurança de e no uso das TICs 2021–2025 como o único mecanismo global e inclusivo sobre o tema, e destacaram seu objetivo comum de concluir com êxito os trabalhos do grupo em julho deste ano. Reafirmaram o compromisso com o estabelecimento, por consenso, de um mecanismo permanente, de úncia via de negociação e liderado pelos estados, sob os auspícios das Nações Unidas, reportando à Primeira Comissão da Assembleia Geral da ONU. Defenderam uma abordagem abrangente, equilibrada e objetiva para o desenvolvimento e a segurança de produtos e sistemas de TICs, bem como para a elaboração e implementação de regras e padrões comuns globais interoperáveis para a segurança das cadeias de fornecimento.
35. Os Ministros comemoraram a adoção pela Assembleia Geral das Nações Unidas da Convenção das Nações Unidas Contra Crimes Cibernéticos, que representa um marco histórico no âmbito multilateral e constituirá um instrumento eficaz, provendo o arcabouço jurídico necessário para a cooperação internacional na prevenção e no combate a crimes cibernéticos, assegurando a coleta e o compartilhamento de evidências de maneira rápida e de acordo com a lei, em formato eletrônico, relativas a crimes graves que possam ser cometidos por meio do uso de sistemas de TICs. Eles destacaram a importante contribuição dos países do BRICS para a sua adoção desde quando foi proposta. Eles convocaram todos os estados a assinarem a Convenção na primeira oportunidade, em Hanói, em 2025, e a ratificá-la o mais rápido possível, de acordo com suas legislações, processos e procedimentos internos, a fim de assegurar sua rápida entrada em vigor, bem como a continuarem seu engajamento no Comitê Ad Hoc, em conformidade com as resoluções 74/247 e 75/282 da Assembleia Geral, com vistas à negociação de um minuta de protocolo suplementar à Convenção, abordando, entre outros temas, a tipificação de novos delitos, conforme apropriado.
36. Os Ministros reiteraram a necessidade de todos os países cooperarem na promoção e proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, com base nos princípios da igualdade e do respeito mútuos. Concordaram em continuar tratando de todos os direitos humanos, incluindo o direito ao desenvolvimento, de maneira justa e igualitária, da mesma forma e com a mesma ênfase. Concordaram em fortalecer a cooperação em questões de interesse comum, tanto dentro do BRICS quanto em fóruns multilaterais, incluindo a Assembleia Geral das Nações Unidas e o Conselho de Direitos Humanos, levando em consideração a necessidade de promover, proteger e cumprir os direitos humanos de maneira não seletiva, não politizada e construtiva, sem duplos critérios. Conclamaram o respeito pela democracia e pelos direitos humanos e ressaltaram que estes devem ser implementados no nível da governança global, assim como nos níveis regional e nacional. Reafirmaram seu compromisso em garantir a promoção e proteção da democracia, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos, com o objetivo de construir um futuro compartilhado mais promissor para a comunidade internacional, baseado em uma cooperação mutuamente benéfica. Reafirmaram também seu compromisso na luta contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância relacionada, assim como em promover a igualdade racial.
37. Os Ministros reconheceram a resolução anual da Assembleia Geral da ONU sobre “Combate à Glorificação do Nazismo, Neonazismo e Outras Práticas que Contribuem para Alimentar Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Relacionada”.
38. Os Ministros expressaram séria preocupação com a disseminação e proliferação exponenciais de desinformação, informações falsas, incluindo a propagação de narrativas falsas e notícias falsas, assim como o discurso de ódio, especialmente em plataformas digitais, que alimentam a radicalização e os conflitos. Ao reafirmarem o compromisso com a soberania dos estados, eles enfatizaram a importância da integridade e autenticidade da informação, de assegurar o fluxo livre e o acesso público a informações precisas e baseadas em fatos, incluindo a liberdade de opinião e expressão, bem como da alfabetização digital e midiática, para permitir uma conectividade significativa, em conformidade com as leis nacionais e internacionais aplicáveis. Os Ministros enfatizaram ainda a necessidade de promover um arcabouço unificado de ação no nível multilateral.
39. Os Ministros enfatizaram a necessidade de uma reforma abrangente da arquitetura financeira global para ampliar a voz dos países em desenvolvimento e sua representação nas instituições financeiras internacionais. Reafirmaram o apelo para garantir que a reforma das instituições financeiras internacionais se concentre em aumentar o volume de financiamento e em permitir o acesso simplificado a recursos, especialmente para os países em desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo. Eles aguardam com expectativa uma bem-sucedida Revisão da Participação Acionária de 2025 do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, de acordo com os princípios de Lima de Participação Acionária. Apoiaram uma rede global de segurança financeira robusta, centrada em um Fundo Monetário Internacional (FMI) forte, baseado em cotas e adequadamente financiado. Tomaram nota do aumento de cotas na 16ª Revisão Geral de Cotas, e instaram os membros do FMI a garantir aprovação em âmbito interno para tornar o aumento de cotas eficaz. Conclamaram à continuidade do processo de reforma da governança do FMI e o realinhamento das cotas, incluindo a criação de uma nova fórmula de cotas que reflita o peso econômico de seus membros até junho de 2025, no âmbito da 17ª Revisão Geral de Cotas, com o propósito de aumentar a voz e a representação dos membros mercados emergentes e economias em desenvolvimento (EMDE).
40. Os Ministros destacaram a importância do uso ampliado de moedas locais nas compensações comerciais e financeiras entre os países do BRICS e seus parceiros comerciais. Recordaram o parágrafo 66 da Declaração de Kazan, que incumbiu os Ministros da Fazenda e Governadores de Bancos Centrais, conforme apropriado, de continuar a apreciação da questão das moedas locais, instrumentos de pagamento e plataformas, e de relatar aos Chefes de Estado e de Governo do BRICS, incluindo o estudo da viabilidade da Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do BRICS, BRICS Clear e o reforço da capacidade de resseguro do BRICS.
41. Os Ministros reconheceram o papel fundamental do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) na promoção da infraestrutura e do desenvolvimento sustentável dos seus países membros e saudaram os resultados alcançados pelo NDB no contexto de seu 10º aniversário. Encorajaram o Novo Banco de Desenvolvimento a seguir os princípios “member-led” e “demand-driven”, empregar mecanismos financeiros inovadores para mobilizar recursos de fontes diversificadas, aprimorar a capacitação e o intercâmbio de conhecimentos, incluindo com fontes de conhecimento de países em desenvolvimento, auxiliar os países membros a alcançar os ODS e melhorar ainda mais a eficiência e a eficácia para cumprir seu mandato, com o objetivo de se tornar uma instituição multilateral de desenvolvimento de referência para os EMDCs. Os Ministros enfatizaram a importância de continuamente expandir o financiamento em moedas locais e fortalecer a inovação em ferramentas de investimento e financiamento, reconhecendo a iniciativa de criar uma nova plataforma de investimentos para impulsionar os fluxos de investimentos nos países do BRICS e nos mecanismos do Sul Global. Concordaram em conjuntamente tornar o Novo Banco de Desenvolvimento um novo tipo de banco multilateral de desenvolvimento do século XXI. Os Ministros recordaram o parágrafo 62 da Declaração de Kazan sobre o apoio dos líderes à apreciação célere das candidaturas dos países do BRICS para se tornarem membros do NDB e reiteraram seu apoio à expansão contínua da adesão ao NDB e à rápida consideração das candidaturas dos países membros do BRICS, de acordo com a Estratégia Geral do NDB para 2022-2026 e suas políticas relacionadas. Acolheram a reeleição unânime da ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff como Presidenta do NDB para um mandato adicional de cinco anos.
42. Os Ministros reafirmaram o papel importante do G20 como o principal fórum de cooperação econômica internacional, que compreende tanto economias emergentes quanto desenvolvidas, trabalhando com base no consenso e buscando conjuntamente soluções para os desafios globais, com vistas a um crescimento econômico global universalmente benéfico, resiliente e inclusivo. Reafirmaram a necessidade de o G20 funcionar de forma inclusiva, igualitária e mutuamente benéfica. Reiteraram seu compromisso com abordagem equilibrada, continuando a amplificar a voz do Sul Global e a integrar ainda mais suas prioridades na agenda do G20. Os Ministros também reiteraram que as presidências consecutivas do G20 da Indonésia, da Índia, do Brasil e da África do Sul, entre 2022-2025, estabelecem base sólida para abordar as desigualdades, os desequilíbrios e as deficiências da economia mundial, bem como para resistir a medidas protecionistas. Nesse sentido, acolheram as quatro prioridades da África do Sul que detém a atual presidência do G20: resiliência e resposta a desastres; sustentabilidade da dívida para países de baixa renda; financiamento para transições energéticas justas; minerais críticos para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável. Os Ministros também reconheceram a importância de fortalecer a cooperação internacional no setor de minerais críticos, incluindo por meio da industrialização, transferência de tecnologia e práticas sustentáveis, para garantir que esses recursos contribuam para o desenvolvimento inclusivo e equitativo, especialmente para os países fornecedores. Os Ministros acolheram o fortalecimento da voz do Sul Global no G20 por meio da adesão da União Africana e do convite ao NDB durante as presidências de economias emergentes.
43. Os Ministros reiteraram o apelo por maior cooperação na agricultura, a fim de garantir a segurança alimentar e nutricional global, especialmente em níveis nacional e local, e promover a revitalização e o desenvolvimento rural. Nesse sentido, os Ministros reconheceram a importância de fortalecer a cooperação internacional sobre óleos vegetais sustentáveis e acolheram os esforços em curso para promover a sustentabilidade, a inclusão e o acesso equitativo ao mercado no setor global de óleos vegetais. Também saudaram a criação da Parceria do BRICS para a Restauração de Terras Degradadas e da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Reafirmaram a importância da plena implementação da Agenda de Ação de Addis Abeba, adotada na Terceira Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em 2015, e da participação efetiva dos países em desenvolvimento na Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que será realizada na Espanha, de 30 de junho a 3 de julho de 2025. Além disso, instaram os países desenvolvidos a cumprirem o seu compromisso com o financiamento para o desenvolvimento, incluindo o cumprimento integral e pontual de seus respectivos compromissos de assistência oficial ao desenvolvimento, com vistas a contribuir com o atendimento das necessidades financeiras dos países em desenvolvimento.
44. Os Ministros acolheram o progresso nas negociações em andamento da Estratégia para a Parceria Econômica BRICS 2030, com base na versão anterior do documento acordada durante a Presidência russa em 2020.
45. Os Ministros reconheceram o papel fundamental da Parceria para a Nova Revolução Industrial (PartNIR) na promoção da cooperação entre os países BRICS, identificando interesses industriais compartilhados, desafios e oportunidades, e promovendo colaboração estruturada entre os membros. Expressaram apreciação pelas valiosas discussões técnicas sobre temas-chave, como transformação digital da indústria, manufatura inteligente e robótica (IMR), desenvolvimento de PMEs, Inteligência Artificial (IA) soberana para a industrialização digital, bioindústria, economia circular, indústria fotovoltaica e equipamentos médicos. Reafirmaram seu compromisso de aprimorar e facilitar a cooperação nessas áreas, com foco especial em treinamento inclusivo e desenvolvimento de capacidades, visando à contínua atualização tecnológica dos setores industriais dos países membros. Incentivaram a cooperação intra-BRICS por meio do Centro de Inovação BRICS PartNIR (BPIC), do Centro de Competências Industriais BRICS (BCIC) e do Fórum de Startups BRICS, a ser sediado pela Índia em 2025.
46. Os Ministros reconheceram que a mudança do clima representa um desafio urgente do nosso tempo e que enfrentá-lo exige avanço na direção do desenvolvimento sustentável até 2030, bem como a mobilização de recursos globais para combater as desigualdades estruturais dentro dos países e entre eles, e o fornecimento, pelos países desenvolvidos, de meios de implementação aos países em desenvolvimento, abrindo caminho para transições justas rumo a sociedades de baixa emissão e resilientes ao clima, com base no Acordo de Paris e nas decisões relevantes da COP 27, COP 28 e COP 29 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), como o Resultado do primeiro balanço global e a Nova Meta Coletiva Quantificada sobre Financiamento do Clima. Reconheceram ainda que a mudança do clima é uma grave ameaça para todos os países em desenvolvimento. Reiteraram que o BRICS está disposto e pronto a contribuir com seus melhores esforços para enfrentar os desafios climáticos, por meio da cooperação com todos os países. Reconheceram o Grupo de Contato para Mudança do Clima e Sustentabilidade (CGCCSD) como um mecanismo eficaz de cooperação do BRICS em questões relacionadas à mudança do clima, inclusive por meio da implementação do Quadro sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável.
47. Profundamente preocupados com o fato de que a tendência ao unilateralismo, ao protecionismo comercial e à fragmentação da cooperação internacional comprometem a confiança e, consequentemente, a ambição da ação climática, os Ministros reafirmaram seu compromisso com o multilateralismo, especialmente à luz dos avanços alcançados no âmbito da UNFCCC e do Acordo de Paris, e decidiram manter-se unidos na busca por esforços para alcançar o propósito e os objetivos de longo prazo do Acordo de Paris e os objetivos da UNFCCC. Conclamaram todos os países a respeitarem seus compromissos existentes como Partes do Acordo de Paris e a manterem e ampliarem seus esforços para combater a mudança do clima. Reiteraram que os objetivos, princípios e disposições da UNFCCC, de seu Protocolo de Quioto e de seu Acordo de Paris, incluindo os princípios de equidade e de responsabilidades comuns, porém diferenciadas e respectivas capacidades (CBDR-RC), à luz das diferentes circunstâncias nacionais, devem ser honrados.
48. Os Ministros reafirmaram seus firmes compromissos, em prol do objetivo da UNFCCC, de combater a mudança do clima por meio do fortalecimento da implementação plena e efetiva do Acordo de Paris, incluindo suas disposições relacionadas à mitigação, à adaptação e à provisão de meios de implementação para os países em desenvolvimento, refletindo a equidade e o princípio CBDR-RC, à luz das diferentes circunstâncias nacionais.
49. Os Ministros também recordaram que a UNFCCC, incluindo as sessões anuais da Conferência das Partes (COP), é o fórum internacional apropriado e legítimo para discutir a questão da mudança do clima em todas as suas dimensões. Como tal, os Ministros expressaram seu apoio à liderança do Brasil em sediar a COP30 e saudaram a candidatura da Índia para sediar a COP 33 em 2028. Afirmaram seu total compromisso com uma COP30 bem-sucedida que revitalizará a diplomacia climática multilateral e catalisará a transição das negociações para ações concretas e inclusivas, para implementar a UNFCCC e seu Acordo de Paris. Os Ministros também expressaram apoio ao Azerbaijão e ao Brasil, na condução do “Roteiro de Baku a Belém para 1,3 Trilhão” com o objetivo de ampliar o financiamento climático para os países em desenvolvimento.
50. Os Ministros enfatizaram que garantir financiamento climático acessível, oportuno e econômico é fundamental para permitir caminhos de transições justas que combinem ação climática com desenvolvimento sustentável. Instaram os países desenvolvidos a cumprir suas obrigações nos termos da Convenção e avançar na implementação da decisão sobre a nova meta coletiva quantificada sobre financiamento climático (NCQG) adotada na COP29, bem como a cumprir integralmente seus compromissos de fornecer recursos financeiros para ajudar os países em desenvolvimento, levando em consideração as necessidades e prioridades dos países em desenvolvimento. Sublinharam também a importância de um esforço reorientado para reforçar o papel do setor privado no combate à mudança do clima, de uma forma que complemente o financiamento público, através de instrumentos financeiros inovadores, financiamento misto e apoio a iniciativas de capacitação e financiamento concessional direcionado. Reconhecendo a natureza transversal do financiamento climático, tomaram nota da proposta de Declaração-Quadro dos Líderes, que se destina a liderar uma mobilização global para um sistema de financiamento climático mais justo e eficaz, como um facilitador crítico para caminhos de transição justos.
51. Os Ministros rejeitaram medidas protecionistas unilaterais, punitivas e discriminatórias, que não estão em consonância com o direito internacional, sob o pretexto de preocupações ambientais, como mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono na fronteira (CBAM), requisitos de devida diligência, impostos e outras medidas, e reconfirmaram o apoio total à convocação na COP28 relacionada à prevenção de medidas comerciais unilaterais baseadas no clima ou no meio ambiente. Os Ministros também se opuseram a medidas protecionistas unilaterais, que perturbam deliberadamente as cadeias globais de fornecimento e produção e distorcem a concorrência.
52. Os Ministros tomaram nota da proposta, em debate no CGCCSD, de estabelecer um Laboratório do BRICS sobre Comércio, Mudança do Clima e Desenvolvimento Sustentável, para promover a colaboração em abordagens de apoio mútuo à política comercial e ambiental. Os Ministros anseiam pelo avanço na implementação do Memorando de Entendimento da Parceria do Mercado de Carbono do BRICS de 2024 para fortalecer a colaboração entre os membros do BRICS. Essa parceria facilitará a cooperação no campo dos mercados de carbono, com foco específico na capacitação e troca de experiências.
53. Os Ministros reafirmaram a importância da implementação efetiva da Convenção sobre Diversidade Biológica e seus Protocolos, bem como do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, adotado no âmbito da referida Convenção. Eles enfatizaram que o BRICS desempenhou papel crucial durante a Décima Sexta Reunião da Conferência das Partes para chegar a um acordo sobre a mobilização de recursos de acordo com suas respectivas posições de negociação nacionais e regionais. Os Ministros tomaram nota dos planos de lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, em inglês) e reconheceram-no como uma ferramenta inovadora para a conservação florestal. Os Ministros apreciam a criação do Fundo de Biodiversidade de Kunming e a contribuição feita pela China.
54. Os Ministros reconheceram que a desertificação, incluindo tempestades de areia e poeira, a degradação do solo e a seca, constitui sério desafio que representa ameaça ao bem-estar e aos meios de subsistência dos povos, em particular em muitos países em desenvolvimento, e sublinharam a importância da cooperação internacional, dos recursos necessários e do compartilhamento de conhecimento/tecnologia para enfrentar esses desafios. Reiteraram seu firme compromisso na implementação da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).
55. Os Ministros reafirmaram seu compromisso de engajar-se ativa e construtivamente, no espírito de colaboração e construção de consenso, e com senso de urgência e solidariedade na negociação em andamento de um instrumento internacional juridicamente vinculante sobre poluição por plásticos, inclusive no ambiente marinho, conforme a resolução 5/14 da UNEA, buscando alcançar entendimento comum sobre um instrumento internacional juridicamente vinculante justo, eficaz e equilibrado, por meio do Comitê Internacional de Negociação, garantindo transições justas para que ninguém seja deixado para trás. Ressaltaram que sua eficácia dependerá da disponibilização de meios adequados de implementação, o que inclui o estabelecimento de um fundo multilateral independente e dedicado, aportado pelos países desenvolvidos, para auxiliar os países em desenvolvimento, com cooperação internacional em ciência, tecnologia avançada, inovação e educação ambiental voltada para o desenvolvimento e compartilhamento de soluções inovadoras e sustentáveis.
56. Os Ministros enfatizaram que a Inteligência Artificial é fundamental para promover o desenvolvimento socioeconômico e o crescimento inclusivo em todas as sociedades e, para esse fim, é importante garantir que a IA seja projetada, desenvolvida e utilizada de maneira responsável, segura e ética. Concordaram que a governança global da IA deve mitigar riscos potenciais e atender às necessidades de todos os países, especialmente os do Sul Global. Deve operar sob os marcos regulatórios nacionais e a Carta das Nações Unidas, respeitar a soberania, bem como ser representativa, orientada para o desenvolvimento, acessível, inclusiva, dinâmica, responsiva, fundamentada em proteção de dados pessoais, direitos e interesses da humanidade, segurança, transparência, sustentabilidade e propícia para superar as crescentes desigualdades digitais e de dados, dentro dos e entre os países. Nesse contexto, os Ministros defenderam o reforço da governança internacional da IA por meio do sistema das Nações Unidas, como uma instância internacional totalmente inclusiva e representativa, e incentivaram intercâmbios de políticas e diálogos sobre IA, com vista a estimular a inovação e promover o crescimento econômico.
57. Os Ministros expressaram expectativa de cooperação do BRICS para auxiliar os países em desenvolvimento a fortalecer o desenvolvimento de capacidades em IA. Reafirmaram a Resolução A/RES/78/311 da Assembleia Geral das Nações Unidas – Reforçar a Cooperação Internacional no Desenvolvimento de Capacidades de Inteligência Artificial. Os Ministros também enfatizaram a importância de promover o desenvolvimento em código aberto e a cooperação científica e tecnológica internacional como fatores-chave para a capacitação em pesquisa, desenvolvimento, inovação, proteção de dados, soberania de dados e implementação de IA.
58. Reconhecendo a crescente importância dos dados como impulsionadores de crescimento econômico, criação de empregos, inovação, soberania e desenvolvimento sustentável, os Ministros elogiaram o crescente consenso a respeito do documento sobre Governança da Economia de Dados do BRICS, que visa estabelecer um mapa do caminho sobre futuras áreas de trabalho para explorar pontos em comum e alavancar a economia de dados em todo o BRICS.
59. Os Ministros notaram a crescente relevância da interface entre o desenvolvimento sustentável e as questões de saúde global, reconhecendo simultaneamente que a cooperação internacional em saúde deve ser inclusiva, baseada na equidade e orientada para resultados em benefício de todas as pessoas. Reafirmaram que a arquitetura global de saúde deve ser aberta, inclusiva, baseada em ciência e em evidências, despolitizada e baseada nos princípios de equidade e transparência, igualdade, respeito mútuo, em consonância com os Propósitos e Princípios da Carta das Nações Unidas e com o devido respeito à soberania e aos interesses de todos os países. Ressaltaram o papel de liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS) como autoridade diretora e coordenadora do trabalho internacional em saúde. Enfatizaram a necessidade de defender e fortalecer a OMS, garantindo que ela permaneça uma instituição robusta, responsiva e financiada de forma sustentável, capaz de efetivamente cumprir seu mandato. Reafirmaram seu compromisso de intensificar esforços em nível nacional para alcançar a cobertura universal de saúde, incluindo a melhoria do acesso equitativo a serviços de saúde essenciais de qualidade e a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos. Os Ministros reconheceram que a cooperação do BRICS no combate à tuberculose e à resistência antimicrobiana, bem como no fortalecimento das capacidades na prevenção de doenças transmissíveis e não transmissíveis, no compartilhamento de experiências sobre outras questões de saúde, inclusive em sistemas de medicina tradicional, e na saúde digital, contribui imensamente para os esforços internacionais relevantes. Concordaram em apoiar a intensificação dos esforços para abordar doenças socialmente determinadas, juntamente com outros desafios de saúde que afetam desproporcionalmente o Sul Global, e tomaram nota do trabalho em andamento sobre o lançamento da Parceria do BRICS para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas. Os Ministros saudaram a conclusão da negociação de um acordo sobre pandemias na Organização Mundial da Saúde e aguardam com expectativa a conclusão bem-sucedida da negociação do seu Anexo sobre Acesso a Patógenos e Sistema de Repartição de Benefícios.
60. Os Ministros reafirmaram a importância dos intercâmbios interpessoais do BRICS para aprimorar a compreensão mútua, amizade e cooperação. Reconheceram que os intercâmbios interpessoais desempenham um papel essencial no enriquecimento das sociedades e no desenvolvimento das economias. Nesse sentido, clamaram por maiores esforços para promover o respeito à diversidade de culturas, valorizar a ancestralidade, a inovação e a criatividade, defender conjuntamente intercâmbios e cooperação internacionais robustos entre os povos.
61. Os Ministros reafirmaram seu compromisso de fortalecer o BRICS por meio de discussões contínuas sobre o desenvolvimento institucional do grupo. Eles enfatizaram a importância de apoiar os países parceiros a participar da cooperação do BRICS de acordo com as Modalidades da Categoria de Países Parceiros do BRICS, adotadas durante a Cúpula do BRICS em Kazan, Rússia. Dada a recente expansão do grupo, eles reconheceram a importância de explorar o potencial da cooperação do BRICS por meio do desenvolvimento institucional. Tomaram nota da necessidade de estabelecer um banco de dados comum do BRICS para facilitar o acesso a documentos relevantes e informações básicas. Ressaltaram sua forte convicção de que a ampliação da parceria do BRICS com EMDCs contribuirá ainda mais para fortalecer o espírito de solidariedade e a verdadeira cooperação internacional para o benefício de todos.
62. Os Ministros expressaram seu total apoio à presidência do BRICS exercida pelo Brasil em 2025, sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”. Expressaram seu compromisso de trabalhar juntos para garantir o sucesso da XVII Cúpula do BRICS. Os Ministros aguardam com expectativa a próxima reunião dos Ministros das Relações Exteriores e Relações Internacionais do BRICS, a ser realizada à margem da 80ª Assembleia Geral da ONU e organizada pela Índia, na qualidade de presidente do BRICS em 2026.
Palácio do Itamaraty, Rio de Janeiro, Brasil
29 de abril de 2025
[*] Egito e Etiópia objetaram a partes do parágrafo 8 deste documento.
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Chair’s Statement of the Meeting of Ministers of Foreign Affairs/International Relations of BRICS Member Countries[*]
1. The BRICS Ministers of Foreign Affairs/International Relations met on 28 and 29 April 2025 in Rio de Janeiro, Brazil. They exchanged views on major global and regional trends and issues. They reaffirmed their commitment to strengthening the framework of BRICS Strategic Partnership under the three pillars of cooperation – policy and security, economy and finance, and cultural and people-to-people exchanges. They reaffirmed their commitment to the BRICS spirit featuring mutual respect and understanding, equality, solidarity, openness, inclusiveness, and consensus.
2. The Ministers welcomed the Republic of Indonesia as a BRICS member, as well as the Republic of Belarus, the Plurinational State of Bolivia, the Republic of Kazakhstan, the Republic of Cuba, the Federal Republic of Nigeria, Malaysia, the Kingdom of Thailand, the Republic of Uganda, and the Republic of Uzbekistan as BRICS partner countries as of 1 January 2025.
3. The Ministers reiterated their strong commitment to multilateralism and to international law, including the Purposes and Principles enshrined in the Charter of the United Nations, in their entirety and interconnectedness, as its indispensable cornerstone, as well as the central role of the UN in an international system in which sovereign states cooperate to maintain international peace and security, advance sustainable development and ensure the promotion and protection of human rights for all. In this regard, the Ministers condemned attempts, including by deliberately withholding assessed contributions, to unilaterally undermine the work of global multilateral institutions and impair the implementation of their respective mandates.
4 Recalling that 2025 marks the eightieth anniversary of the end of the Second World War, a war which brought untold sorrow to humankind, particularly in Europe, Asia, Africa, the Pacific and other parts of the world, the Ministers rendered their full support to the UNGA Resolution 79/272 on the Eightieth anniversary of the end of the Second World War, on this historic event, which established the conditions for the creation of the United Nations, designed to save succeeding generations from the scourge of war.
5. The Ministers noted the current global context of polarization and distrust and encouraged global action to strengthen international peace and security. They called for the international community to respond to these challenges and associated security threats through politico-diplomatic measures to lower conflict potential and stressed the need to engage in conflict prevention efforts, including through addressing their root causes. They underscored that security among all countries is indivisible and reiterated their commitment to the peaceful resolution of international disputes through dialogue, consultation and diplomacy. They encouraged the active role of regional organizations in conflict prevention and resolution and supported all efforts conducive to the peaceful settlement of crises. They highlighted the importance of mediation and preventive diplomacy as essential tools to avoid crises and prevent their escalation, in accordance with the Purposes and Principles of the UN Charter.
6. The Ministers noted that multipolarity provides more opportunities for EMDCs to unlock their constructive potential and enjoy universally beneficial, inclusive and equitable economic globalization and cooperation. They agreed that, in the context of global changes, it is crucial that developing countries work together as closely as possible to promote dialogue and mutually beneficial relations among nations. The Ministers highlighted the importance of the Global South as a driver for a more equitable, just, democratic and balanced multipolar world order, especially in the face of significant global challenges, such as deepening geopolitical tensions, strategic competition among nations, economic downturns, protectionist measures, technological changes, and migratory crises. They further cautioned that escalating antagonisms will not lead to peace or development and recalled the urgent need to focus on peaceful coexistence, tolerance, cooperation and dialogue, in contrast to narratives that only deepen fragmentation and geopolitical polarization. They underscored the pivotal role BRICS countries can play in giving the Global South a platform for voicing their concerns and interests, as well as actively participating in the promotion of a more just, sustainable, inclusive and multipolar international order.
7. The Ministers reiterated their commitment to reforming global governance by promoting a more just, equitable, agile, effective, efficient, responsive, representative, legitimate, democratic and accountable international and multilateral system in the spirit of extensive consultation, joint contribution and shared benefits. They also reiterated their commitment to ensuring greater and more meaningful participation and representation of developing and least developed countries, especially African countries, in global decision-making processes and structures, and making them better attuned to contemporary realities. They further reiterated the urgent need to achieve equitable geographical representation in the Secretariat of the United Nations and other international organizations in a timely manner. The Ministers stressed the need for the selection and appointment process of UN executive heads and senior positions to be guided by the principles of transparency and inclusiveness, and carried out in accordance with all the provisions of Article 101 of the UN Charter, with due regard for recruiting staff on a geographical basis as wide as possible and the increased participation of women, and adhere to the general rule that there should be no monopoly on senior posts in the UN system by nationals of any State or group of States.
8. Recognizing the 2023 Johannesburg II Declaration, the Ministers supported a comprehensive reform of the United Nations, including its Security Council, with a view to making it more democratic, representative, effective and efficient, and to increase the representation of developing countries in the Council’s memberships so that it can adequately respond to prevailing global challenges and supported the legitimate aspirations of emerging and developing countries from Africa, Asia and Latin America, including Brazil and India, to play a greater role in international affairs, in particular in the United Nations, including its Security Council. They also recognised the legitimate aspirations of African countries, reflected in the Ezulwini Consensus and Sirte Declaration.
9. In light of the 80th Anniversary of the United Nations, the Ministers recalled the UNGA Resolutions 75/1, 77/335 and other relevant resolutions, and reiterated the urgent call for reforms of the principal organs of the United Nations with a view to achieving concrete progress. They recommitted to instill new life in the discussions on reform of the UN Security Council and continue the work to revitalize the General Assembly and strengthen the Economic and Social Council. They looked forward to the successful conclusion of the 2025 Review of the Peacebuilding architecture and agreed to reinforce their coordination in the Peacebuilding Commission.
10. The Ministers expressed their concern about ongoing conflicts in many parts of the world and the current state of polarization and fragmentation in the international order. They expressed alarm at the current trend that has seen a critical increase in global military spending, to the detriment of the adequate financing for development. The Ministers advocated for a multilateral approach that respects diverse national viewpoints and positions on crucial global issues, including sustainable development, the eradication of hunger and poverty and adequately addressing the challenges posed by climate change.
11. Ministers expressed serious concern at the prospect of a fragmented global economy and the weakening of multilateralism and their support for the open, transparent, fair, predictable, inclusive, equitable, non-discriminatory and rules-based multilateral trading system with the World Trade Organisation (WTO) at its core. Stressing that international trade is an important driver of inclusive growth, poverty and hunger eradication, the promotion of sustainable development in its three dimensions and the achievement of the Sustainable Development Goals in the Global South.
12. The Ministers voiced serious concerns about the rise of unjustified unilateral protectionist measures inconsistent with WTO rules, including indiscriminate raising of reciprocal tariffs and non-tariff measures, such as the abuse of green policies for protectionist purposes. They warned that such measures disrupt global supply chain and bring more uncertainty to the global economy. In this regard, they called upon all sides to take measures to defend free trade and multilateral trading system, with a view to addressing current trade challenges and fostering a favorable trade and investment environment for all, especially for EMDCs and developing countries. In the year of the 30th anniversary of the World Trade Organization (WTO), they recognized that it is the only multilateral institution with the necessary mandate to set the rules for the multilateral trading system and lead on the multiple trade dimensions, including the development dimension, of international trade discussions. They reaffirmed their commitment to continue to promote the necessary reform of the WTO to improve all its functions while strengthening its foundational principles. They underscored the need to strengthen the WTO in light of emerging arbitrary unilateral and protectionist measures. They regretted that the 2024 deadline for the full restoration of the two-tier dispute settlement system expired without a result and remained committed to having a fully and well-functioning dispute settlement system accessible to all Members as a matter of urgency. They reiterated their commitment to enhancing dialogue on multilateral trading system and WTO-related issues through the BRICS Informal Consultative Framework on WTO and agreed to participate actively in the preparation for the WTO 14th Ministerial Conference (MC14), to be held in 2026, and to contribute to the achievement of concrete outcomes. They took note of and strongly supported Ethiopia’s bid for accession to the WTO.
13. The Ministers reiterated that the unilateral coercive measures, inter-alia in the form of unilateral economic sanctions and secondary sanctions that are contrary to international law, have far-reaching implications for the human rights, including the right to development, of the general population of targeted states, disproportionally affecting the poor and people in vulnerable situations. Therefore, they called for their elimination.
14. The Ministers reaffirmed the need for efforts aimed at de-escalating tensions and finding a path to peace as well as for full respect for and compliance with international humanitarian law by all parties to armed conflicts, particularly the obligation to protect civilians and humanitarian personnel. They strongly condemned all violations of international humanitarian law and the denial or obstruction of humanitarian access. They recalled that humanitarian assistance must be provided in accordance with the guiding principles of humanity, neutrality, impartiality and independence, as established in UN General Assembly resolution 46/182.
15. In the context of the 30th anniversary of the Fourth World Conference on Women, the Ministers reiterated their commitment to promote the full and effective implementation of the Beijing Declaration and Platform for Action. They also reaffirmed their commitment to full implementation and advancement of the Women, Peace and Security (WPS) agenda, especially in view of the upcoming 25th anniversary of UN Security Council Resolution 1325 (2000). They further reiterated the importance of ensuring the full, equal, safe and meaningful participation of women in decision-making at all levels of peace and security processes, including conflict prevention and resolution, humanitarian relief, mediation, peace operations, peacebuilding, and post-conflict reconstruction and development.
16. The Ministers recalled their national positions concerning the conflict in Ukraine as expressed in the appropriate fora, including the UN Security Council and UN General Assembly. They noted with appreciation relevant proposals of mediation and good offices, including the African Peace Initiative and the creation of the Group of Friends for Peace, aimed at peaceful resolution of the conflict through dialogue and diplomacy. They expressed their expectation that current efforts will lead to a sustainable peace settlement.
17. The Ministers expressed serious concern over continued conflicts in the Middle East and North Africa (MENA) region and welcomed the Joint Statement by BRICS Deputy Foreign Ministers and Special Envoys at their meeting of March 28, 2025.
18. The Ministers expressed grave concern with the situation in the Occupied Palestinian Territory, with the resumption of Israeli attacks against Gaza and the obstruction of the entry of humanitarian aid into the territory. They deplored the collapse of the ceasefire announced on January 15th and urged the parties to fully comply with its terms. They exhorted the parties to engage in good faith in further negotiations to achieve the permanent cessation of hostilities, the full withdrawal of Israeli forces from the Gaza Strip, and the release of all hostages and detainees held in violation of international law, as well as to facilitate and enable unhindered access of humanitarian aid.
19. The Ministers called on the international community to support the Palestinian authority in undergoing reforms to fulfill the Palestinians’ legitimate aspirations for independence and statehood, as well as the expeditious reconstruction of the civil infrastructure of the territory, with a central role by the Palestinians, as agreed in the Emergency Arab Summit on Palestine, on 4 March 2025, and they noted with appreciation the initiative to convene an upcoming pledging conference to be held in Cairo.
20. The Ministers expressed their firm opposition to the forced displacement, temporary or permanent, under any pretexts, of any of the Palestinian population from the Occupied Palestinian Territory. They condemned provocative statements regarding plans for the imposition of Israeli sovereignty over the occupied West Bank and the intensification of settlement activity in the territory. They reiterated that these settlements are illegal under international law and that any settlement activity must be stopped and reversed.
21. The Ministers reasserted their steadfast support for the United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East (UNRWA) and stressed the need to fully respect the mandate, bestowed on it by the UNGA, for the provision of basic services to Palestine refugees in its five fields of operations. They noted, in this regard, the provisional measures of the International Court of Justice in the legal proceedings instituted by South Africa against Israel, which, inter alia, reaffirmed Israel’s obligation to ensure the provision of humanitarian aid in Gaza.
22. The Ministers reaffirmed that a just and lasting solution to the Israeli-Palestinian conflict can only be achieved by peaceful means and depends on the fulfillment of the legitimate rights of the Palestinian people, including the right to self-determination and return. They reiterated their unwavering commitment to the two-state solution, in accordance with international law, including relevant UN Security Council and General Assembly resolutions, and the Arab Peace Initiative, with an independent and viable State of Palestine living side by side with Israel, in peace and security, within the 1967 borders, which includes the Gaza Strip and the West Bank, with East Jerusalem as its capital. They looked forward to the High-Level International Conference for the Peaceful Settlement of the Question of Palestine and the Implementation of the Two-State Solution, to be held in June 2025.
23. The Ministers welcomed the ceasefire in Lebanon and called on all parties to strictly adhere to its terms and to fully implement UNSC Resolution 1701. They condemned the continued violations of the ceasefire and of the sovereignty, independence and territorial integrity of Lebanon. They called on Israel to respect the terms agreed with the Lebanese government and to withdraw its occupying forces from all Lebanon territory including the five sites in Southern Lebanon in which they remain.
24. They reaffirmed their commitment to the sovereignty, independence, unity, and territorial integrity of Syria and called for a peaceful and inclusive Syrian-led and Syrian-owned, UN-facilitated political process, based on the principles of Security Council Resolution 2254 (2015), in a manner that ensures the security and well-being of the civilian population without discrimination. They condemned the widespread violence perpetrated in Syria’s Latakia and Tartus provinces since 6 March, including mass killings of civilians among the Alawite community, the continuation of terrorist activities by ISIL and Al-Qaeda affiliates in Syria, the threat posed by foreign terrorist fighters’ presence in Syrian territory as well as the risk of spreading terrorists from Syria to regional countries. Syria should firmly oppose all forms of terrorism and extremism.
25. The Ministers reiterated that the principle “African solutions to African problems” should continue to serve as the basis for conflict resolution on the African continent. They recognised the critical role of the African Union in the prevention, management and resolution of conflicts in Africa and reaffirmed their support for African peace efforts on the continent, including those undertaken by the African Union, and African sub-regional organizations.
26. The Ministers commended the efforts and achievements by African countries in their pursuit of lasting peace and sustainable development, while expressing serious concern over the severe humanitarian crises resulting from new and protracted armed conflicts in some regions of Africa, particularly the devastating effects of conflicts in Sudan, the Great Lakes region, and the Horn of Africa, which have led to serious humanitarian crises. In this regard, they reaffirmed their support for efforts aimed at finding political solutions to these crises, reiterated the call for an end to hostilities, and emphasized the need for the peaceful resolution of conflicts.
27. They expressed grave concern over the escalating violence and humanitarian crisis in Sudan and regional spillover of the conflicts, as well as increased risk of spread of extremism and terrorism and reiterated their call for an immediate, permanent, and unconditional ceasefire and peaceful resolution of the conflict with engagement in peace talks as the only way to end this conflict, sustained, urgent and unimpeded access of the Sudanese population to humanitarian assistance, and the scaling up of humanitarian assistance to Sudan and neighboring states. They welcomed the convening of the High-level Humanitarian Conference for the People of Sudan on 14 February 2025 co-hosted by AU, Ethiopia, IGAD, and UAE, in coordination with the UN.
28. The Ministers expressed serious concern with the ongoing deterioration of the security, humanitarian, political and economic situation in Haiti. They stressed that the current crisis requires a Haitian-led solution that encompasses national dialogue and consensus building among local political forces, institutions and the society and called on the international community to support the Haitian endeavors to dismantle the gangs, enhance the security situation and put in place the foundations for long-lasting social and economic development in the country.
29. The Ministers expressed strong condemnation of any acts of terrorism as criminal and unjustifiable, regardless of their motivation, whenever, wherever and by whomsoever committed. They condemned in the strongest terms the terrorist attack in Jammu and Kashmir on 22 April 2025, during which at least 26 people were killed and many more injured. They reaffirmed their commitment to combating terrorism in all its forms and manifestations, including the cross-border movement of terrorists, terrorism financing and safe havens. They reiterated that terrorism should not be associated with any religion, nationality, civilization or ethnic group and that all those involved in terrorist activities and their support must be held accountable and brought to justice in accordance with relevant national and international law. The Ministers urged to ensure zero tolerance for terrorism and rejected double standards in countering terrorism. They emphasized the primary responsibility of States in combating terrorism and that global efforts to prevent and counter terrorist threats must fully comply with their obligations under international law, including the Charter of the United Nations, in particular the purposes and principles thereof, and relevant international conventions and protocols, in particular international human rights law, international refugee law and international humanitarian law, as applicable. They welcomed the activities of the BRICS Counter-Terrorism Working Group (CTWG) and its five Subgroups based upon the BRICS Counter-Terrorism Strategy, the BRICS Counter-Terrorism Action Plan and the CTWG position paper. They also looked forward to further deepening counter-terrorism cooperation. The Ministers called for an expeditious finalization and adoption of the Comprehensive Convention on International Terrorism in the UN framework. The Ministers called for concerted actions against all UN designated terrorist and terrorist entities.
30. The Ministers reiterated their commitment to preventing and combating illicit financial flows, including money laundering and the financing of terrorism, as well as other forms of transnational organized crime, such as drug trafficking, crimes that affect the environment, illicit trafficking of firearms, trafficking in persons, use of ICTs for criminal purposes and corruption. They reaffirmed their commitment to the principles of technical and non-politicized nature of international anti-criminal cooperation, including for the purpose of prevention and of financial investigations. They noted the need to further strengthen such cooperation including through relevant existing BRICS working groups based on the documents adopted in BRICS as well as the relevant international legal instruments to which BRICS countries are parties. They also emphasized the importance of creating conditions for the safe development of the younger generation, reducing the risk of their involvement in illegal activities, and welcomed the development of relevant international projects with the participation of young people.
31. The Ministers reaffirmed their commitment to promote BRICS cooperation in the prevention of and fight against corruption and to the continued implementation of relevant international agreements in this regard, in particular the United Nations Convention against Corruption. They welcomed the work of the BRICS Anti-Corruption Working Group to foster collaboration on anti-corruption matters, including the formulation of the BRICS Common Vision and Joint Action on Enhanced Anti-Corruption Cooperation and Recovery and Return of Assets and Proceeds of Corruption, promotion of denial of safe haven and strengthening capacity-building among the member countries.
32. The Ministers expressed concerns about the growing risks of nuclear danger and conflict. They reiterated the need for invigorating the system of disarmament, arms control and non-proliferation and for preserving its integrity and effectiveness to achieve global stability and international peace and security. They stressed the significant contribution of nuclear-weapon-free zones to the strengthening of the nuclear non-proliferation regime, reaffirmed their support for and respect towards all existing nuclear-weapons-free-zones and their associated assurances against the use or threat of use of nuclear weapons, and acknowledged the paramount importance of the efforts aiming at accelerating the implementation of the resolutions on the Establishment of a Zone Free of Nuclear Weapons and other Weapons of Mass Destruction in the Middle East, including the Conference convened pursuant to UN General Assembly Decision 73/546. The Ministers called on all invited parties to participate in this conference in good faith and engage with this effort constructively. They welcomed the adoption of the UNGA Resolution 79/241 “Comprehensive study of the question of nuclear-weapon-free zones in all its aspects”.
33. The Ministers recognized the need to ensure the use of space systems, as well as the achievements of space science and technologies, for peaceful purposes. They also reasserted their support for ensuring the long-term sustainability of outer space activities and prevention of an arms race in outer space (PAROS) and of its weaponization, as well as the threats or use of force against outer space objects, including through negotiations to adopt a relevant legal multilateral instrument to ensure global security. They recognized the submission of the updated Draft Treaty on the Prevention of the Placement of Weapons in Outer Space, the Threat or Use of Force against Outer Space Objects (PPWT) to the Conference on Disarmament in 2014 as an important step towards this goal. They stressed that practical and non-binding commitments such as Transparency and Confidence-Building Measures (TCBMs), and universally agreed norms, rules, and principles may also contribute to PAROS. They noted the initiative of some BRICS Members at the General Assembly to create a single Open-Ended Working Group to enable coherent, inclusive and effective discussions that serves such purpose and undertake to engage constructively in the process, on the basis of existing achievements, including on substantial elements on a legally binding instrument on PAROS.
34. While emphasizing the potential of Information and Communication Technologies (ICTs) to bridge the growing digital divides within and between countries, the Ministers acknowledged challenges and threats stemming from and within the digital realm. They reaffirmed their commitment to the promotion of an open, secure, stable, accessible, peaceful and interoperable ICT environment. They underscored the leading role of the United Nations in fostering constructive dialogue to forge common understandings on security in the use of ICTs. They commended the ongoing work of the UN Open Ended Working Group on the Security of and in the Use of ICTs 2021-2025 as the sole global and inclusive mechanism on this matter, and underlined their common purpose to a successful finalization of its work this July. They reaffirmed their commitment to the establishment, by consensus, of a single-track, state-led permanent mechanism on this issue under the auspices of the United Nations, reporting to the First Committee of the UNGA. They called for a comprehensive, balanced, objective approach to the development and security of ICT products and systems as well as for the development and implementation of globally interoperable common rules and standards for supply chain security.
35. The Ministers commended the adoption by the General Assembly of the United Nations Convention against Cybercrime, a landmark multilateral achievement which will constitute an effective tool and the necessary legal framework for international cooperation in preventing and combating cybercrime and in ensuring the timely and lawful collection and sharing of evidence in electronic form of any serious crimes that may be committed through the use of ICT systems. The Ministers highlighted the important contribution of BRICS countries to its adoption since it was first proposed. The Ministers called upon all States to sign, at the earliest opportunity in Hanoi in 2025, and ratify it, in accordance with domestic laws, processes and procedures, as soon as possible in order to ensure its rapid entry into force, as well as to continue their engagement in the ad Hoc Committee, in accordance with General Assembly resolutions 74/247 and 75/282, with a view to negotiating a draft protocol supplementary to the Convention, addressing, inter alia, additional criminal offences as appropriate.
36. The Ministers reiterated the need for all countries to cooperate in promoting and protecting human rights and fundamental freedoms under the principles of equality and mutual respect. They agreed to continue to treat all human rights, including the right to development, in a fair and equal manner, on the same footing and with the same emphasis. They agreed to strengthen cooperation on issues of common interests both within BRICS and in multilateral fora, including the United Nations General Assembly and Human Rights Council, taking into account the necessity to promote, protect and fulfil human rights in a non-selective, non-politicised and constructive manner and without double standards. They called for the respect of democracy and human rights and underlined that they should be implemented on the level of global governance as well as at the regional and national level. They reaffirmed their commitment to ensuring the promotion and protection of democracy, human rights and fundamental freedoms for all with the aim to build a brighter shared future for the international community, based on mutually beneficial cooperation. They reaffirmed their commitment to the fight against racism, racial discrimination, xenophobia and related intolerance, as well as to promote racial equality.
37. The Ministers acknowledged the annual UNGA resolution on “Combating glorification of Nazism, neo-Nazism, and other practices that contribute to fueling contemporary forms of racism, racial discrimination, xenophobia and related intolerance”.
38. The Ministers expressed serious concern over exponential spread and proliferation of disinformation, misinformation, including propagating false narratives and fake news, as well as hate speech especially on digital platforms fueling radicalization and conflicts. While reaffirming commitment to sovereignty of States, they emphasized the importance of information integrity and authenticity and ensuring free flow of and public access to accurate fact-based information, including the freedom of opinion and expression as well as digital and media literacy in order to allow for meaningful connectivity, in accordance with applicable national and international law. The ministers further emphasized the need to foster a unified framework for action at the multilateral level.
39. The Ministers emphasised the need for a comprehensive reform of the global financial architecture to enhance the voice of the developing countries and their representation in the international financial institutions. They reaffirmed the call to ensure that the reform of the International Financial Institutions would focus on increasing the scale of finance and enable simplified access to resources, especially to developing and least developed countries. They looked forward to a successful 2025 shareholding Review of the International Bank for Reconstruction and Development, in line with the Lima Shareholding principles. They supported a robust Global Financial Safety Net with a strong quota-based and adequately resourced International Monetary Fund (IMF) at its center. They noted the quota increase at the 16th General Review of Quotas and urged IMF members to secure domestic approvals to make quota increase effective. They called on continuing the process of IMF governance reform and quota shares realignment including by creating a new quota formula reflecting the economic size of its membership by June 2025 under the 17th General Review of Quotas with the purpose of increasing the voice and representation of EMDEs members.
40. The Ministers underscored the importance of the enhanced use of local currencies in trade and financial settlements between BRICS countries and their trade partners. They recalled the paragraph 66 of the Kazan Declaration tasking the Finance Ministers and Central Bank Governors, as appropriate, to continue consideration of the issue of local currencies, payment instruments and platforms and report back to the BRICS Leaders, including by studying the feasibility of BRICS Cross-Border payments initiative, BRICS Clear and of reinforcing the BRICS reinsurance capacity.
41. The Ministers recognized the key role of the New Development Bank (NDB) in promoting infrastructure and sustainable development of its member countries, and welcomed the outcomes as achieved by the NDB in the context of its 10th anniversary. They encouraged the New Development Bank to follow the member-led and demand-driven principle, employ innovative financing mechanisms to mobilize financing from diversified sources, enhance capacity building and knowledge exchange, including with knowledge sources from developing countries, assist member countries in achieving the SDGs and further improve efficiency and effectiveness to fulfil its mandate, aiming to be a premier multilateral development institution for EMDCs. They emphasized the importance of continuously expanding local currency financing and strengthening innovation in investment and financing tools and acknowledging the initiative to create new investment platform to boost investment flows into BRICS countries and the Global South mechanisms. They agreed to jointly develop the New Development Bank to a new type of Multilateral Development Banks of the 21st century. The Ministers recalled paragraph 62 of the Kazan Declaration on the leaders support for expedited consideration of applications of BRICS countries to become members of the NDB and reiterated their support to the further expansion of the NDB membership and early consideration of applications of BRICS Member countries in line with NDB General Strategy for 2022-2026 and its related policies. They welcomed the unanimous reelection of former Brazilian President Dilma Rousseff as President of the NDB for an additional five-year term.
42. The Ministers reaffirmed the important role of the G20 as the premier forum for international economic cooperation that comprises both emerging and developed economies, working on the basis of consensus and jointly seeking solutions to global challenges to the achievement of universally beneficial, resilient and inclusive global economic growth. They reasserted the need for the G20 to function on an inclusive, equal and mutually beneficial footing. They reiterated their commitment to a balanced approach by continuing to amplify the voice of Global South and further integrate their priorities in the G20 agenda. The Ministers also reiterated that the consecutive G20 presidencies of Indonesia, India, Brazil and South Africa in 2022-2025 lay a solid ground for addressing inequalities, imbalances and shortcomings in the world economy as well as for resisting protectionist measures. In this regard they welcomed the four priorities of South Africa as Chair Country of the G20: disaster resilience and response; debt sustainability for low-income countries; finance for just energy transitions; critical minerals for inclusive growth and sustainable development. The Ministers also acknowledged the importance of strengthening international cooperation in the critical mineral sector, including through downstreaming industrial policy, technology transfer, and sustainable practices, to ensure that these resources contribute to inclusive and equitable development, particularly for source countries. The Ministers welcomed the strengthening of the voice of the Global South in the G20 through the accession of the African Union and the invitation of the NDB during EMEs presidencies.
43. The Ministers reiterated their call for further cooperation in agriculture in order to ensure global food security and nutrition, especially at national and local levels and promote rural revitalization and development. In this regard, the Ministers recognized the importance of strengthening international cooperation on sustainable vegetable oils, and welcomed ongoing efforts to promote sustainability, inclusivity, and equitable market access in the global vegetable oil sector. Also, they welcomed the establishment of the BRICS Partnership on Land Restoration and the Global Alliance against Hunger and Poverty. They re-emphasized the importance of the full implementation of Addis-Ababa Action Agenda adopted at the Third International Conference on Financing for Development in 2015 and the effective participation of developing countries in the Fourth International Conference on Financing for Development, which will be held in Spain from 30 June to 3 July 2025. They further urged developed countries to honor their commitment to financing for development, including to fully deliver on their respective ODA commitments in full and on time to contribute to addressing the financing needs of developing countries.
44. The Ministers welcomed the progress in the ongoing negotiations of the Strategy for BRICS Economic Partnership 2030, building upon and updating the previous version of the document agreed during the Russian Presidency in 2020.
45. The Ministers acknowledged the pivotal role of the Partnership on the New Industrial Revolution (PartNIR) in fostering BRICS cooperation by identifying shared industrial interests, challenges, and opportunities, and by promoting structured collaboration among members. They expressed appreciation for the valuable technical discussions on key topics such as digital transformation of industry, intelligent manufacturing and robotics (IMR), SME development, sovereign AI for digital industrialization, bioindustry, circular economy, photovoltaic industry and medical equipment. They reiterated their commitment to enhancing and facilitating further cooperation in these areas, with a special focus on inclusive training and capacity building, aiming at the continuous technological upgrading of member countries’ industrial sectors. They encouraged intra-BRICS cooperation through BRICS PartNIR Innovation Center (BPIC), BRICS Center for Industrial Competences (BCIC) and BRICS Startup Forum hosted by India in 2025.
46. The Ministers recognized that climate change represents an urgent challenge of our time and that addressing it requires progress towards sustainable development through 2030 and the mobilization of global resources to tackle structural inequalities within and among countries, provision of means of implementation to developing countries from developed countries, paving the way for just transitions towards low-emission and climate resilient societies, building on the Paris Agreement and relevant decisions of the UNFCCC COP 27, COP 28 and COP 29, such as Outcome of the first global stocktaking and the New Collective Quantified Goal on Climate Finance. They further recognized that climate change is a grave threat to all developing countries. They reiterated that BRICS is willing and ready to contribute its best effort in addressing climate challenge, through cooperation with all countries. They recognized the BRICS Contact Group on Climate Change and Sustainable Development as an effective mechanism of BRICS cooperation on climate change issues, including through the implementation of the Framework on Climate Change and Sustainable Development.
47. Deeply concerned that trends towards unilateralism, trade protectionism and fragmentation of international cooperation jeopardize trust and, consequently, ambitious climate action, the Ministers reaffirmed their commitment to multilateralism, especially in the light of the progress made under the UNFCCC and the Paris Agreement and resolved to remain united in the pursuit of efforts to achieve the purpose and long-term goals of the Paris Agreement and the objectives of the UNFCCC. They called on all countries to uphold their existing commitment as Parties of the Paris Agreement and to maintain and scale up their effort to combat climate change. They reiterated that the objectives, principles and provisions of the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), its Kyoto Protocol and its Paris Agreement, including its principles of equity and common but differentiated responsibilities and respective capabilities (CBDR-RC) in the light of different national circumstances, must be honored.
48. The Ministers reaffirmed their steadfast commitments, in pursuit of the objective of UNFCCC, to tackle climate change by strengthening the full and effective implementation of the Paris Agreement, including its provisions related to mitigation, adaptation and the provision of means of implementation to developing countries, reflecting equity and the principle of common but differentiated responsibilities and respective capabilities, in light of different national circumstances.
49. The Ministers also recalled that the UNFCCC, including the annual Conference of the Parties (COP) sessions, is the appropriate and legitimate international forum to discuss the issue of climate change in all its dimensions. As such, the Ministers expressed their support for Brazil’s leadership in hosting COP30 and welcomed India’s candidacy to host COP 33 in 2028. They affirmed their full commitment to a successful COP30 that will revitalize multilateral climate diplomacy and catalyze the transition from negotiations into concrete, inclusive action to implement the UNFCCC and its Paris Agreement. Ministers also expressed support to Azerbaijan and Brazil, in guiding the “Baku to Belém Roadmap to 1.3T” aiming at scaling up climate finance to developing countries.
50. The Ministers emphasized that ensuring accessible, timely and affordable climate finance is critical for enabling just transitions pathways that combine climate action with sustainable development. They urged developed countries to fulfill their obligations under the Convention and advance the implementation of the decision on new collective quantified goal on climate finance (NCQG) adopted at COP29 and fully deliver on their commitments to provide financial resources to assist developing countries, taking into account the needs and priorities of developing countries. They also underlined the importance of a refocused effort for enhancing the role of the private sector in addressing climate change, in a manner that complements public funding, through innovative financial instruments, blended finance, and supporting capacity building initiatives and targeted concessional finance. Recognizing the cross-cutting nature of climate finance, they took note of the proposal for a Leader’s Framework Declaration, which is intended to lead a global mobilization for a fairer and more effective climate finance system, as a critical enabler for just transition pathways.
51. The Ministers rejected unilateral, punitive and discriminatory protectionist measures, that are not in line with international law, under the pretext of environmental concerns, such as unilateral and discriminatory carbon border adjustment mechanisms (CBAMs), due diligence requirements, taxes and other measures and reconfirmed full support for the call in COP28 related to avoidance of unilateral trade measures based on climate or environment. The Ministers also opposed unilateral protectionist measures, which deliberately disrupt the global supply and production chains and distort competition.
52. The Ministers took note of the proposal, under debate in the CGCCSD, to establish a BRICS Laboratory on Trade, Climate Change and Sustainable Development, to promote collaboration on mutually supportive approaches to trade and environmental policy. The Ministers looked forward to advancing the implementation of the 2024 BRICS Carbon Market Partnership MoU to strengthen collaboration among BRICS members. This partnership will facilitate cooperation in the field of carbon markets, with a specific focus on capacity-building and exchange of experiences.
53. The Ministers reaffirmed the importance of the effective implementation of the Convention on Biological Diversity and its Protocols, as well as its Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework, adopted thereunder. They emphasized that the BRICS played a crucial role during the Sixteenth Meeting of the Conference of the Parties to reach an agreement on resource mobilization in line with their respective national and regional negotiating positions. The Ministers took note of the plans to launch the Tropical Forests Forever Facility (TFFF) and acknowledged it as an innovative tool for forest conservation. The ministers appreciate the establishment of the Kunming Biodiversity Fund and the contribution made by China.
54. The Ministers recognized that desertification including sand and dust storms, land degradation and drought are serious challenges posing threats to the well-being and livelihoods of peoples, in particular in many developing countries, and underlined the importance of international cooperation, necessary resources and knowledge/technology-sharing to face with those challenges. They reiterated their firm commitment in implementing United Nations Convention to Combat Desertification (UNCCD).
55. The Ministers reaffirmed their commitment to actively and constructively engage, in the spirit of collaboration and consensus-building, and with a sense of urgency and solidarity in the ongoing negotiation of an international legally binding instrument on plastic pollution, including in the marine environment, as per UNEA resolution 5/14 and seek to reach common ground on a fair, effective, and balanced international legally binding instrument through the International Negotiating Committee, ensuring just transitions whereby no one is left behind. They stressed that its effectiveness will depend on the provision of adequate means of implementation, which includes the establishment of an independent and dedicated multilateral fund contributed by developed countries to assist developing countries, with international cooperation in science, advanced technology, innovation, and environmental education aimed at developing and sharing innovative and sustainable solutions.
56. The Ministers emphasized that Artificial Intelligence (AI) is instrumental for promoting socio-economic development and inclusive growth in all societies and, for this purpose, it is important to ensure that AI is designed, developed, and used in a responsible, safe, secure, and ethical manner. They agreed that the global governance of AI must mitigate potential risks and address the needs of all countries, especially those of the Global South. It must operate under national regulatory frameworks and the UN Charter, respect sovereignty as well as be representative, development-oriented, accessible, inclusive, dynamic, responsive, grounded in personal data protection, the rights and interests of humanity, safety, transparency, sustainability, and conducive to overcoming the growing digital and data divides, within and between countries. In this context, the Ministers called for strengthening AI international governance through the United Nations system as a fully inclusive and representative international framework and encouraged policy exchanges and dialogues on AI, with a view to spur innovation and promote economic growth.
57. The Ministers looked forward to BRICS cooperation to help developing countries strengthen AI capacity building. They reiterated the UN General Assembly Resolution A/RES/78/311 – Enhancing International Cooperation on Capacity-building of Artificial Intelligence. The Ministers also stressed the importance of promoting open-source development and international scientific and technological cooperation as key enablers to building capacities in AI research, development, innovation, data protection, data sovereignty and deployment.
58. Recognizing the growing significance of data as a driver of economic growth, job creation, innovation, sovereignty and sustainable development, the Ministers commended the growing consensus on the BRICS Data Economy Governance Understanding, which aims to establish a roadmap of future work areas to explore commonalities and leverage the data economy across BRICS.
59. The Ministers noted the increasing relevance of the interface between sustainable development and global health issues, while recognizing that international health cooperation shall be inclusive, based on equity and result-oriented for the benefit of all people. They reaffirmed that the global health architecture should be open, inclusive, science and evidence based, depoliticised and based on the principles of equity and transparency, equality, mutual respect, in line with the purposes and principles of the UN Charter, and with due respect to the sovereignty and interests of all countries. They underscored the leadership role of the World Health Organization (WHO) as the directing and coordinating authority on international health work. They stressed the need to uphold and strengthen the WHO, ensuring it remains a robust, responsive, and sustainably-financed institution capable of effectively fulfilling its mandate. They reaffirmed their commitment to intensify efforts at national level towards achieving universal health coverage, including improving equitable access to quality essential health services and safe, effective, quality and affordable essential medicines and vaccines for all. The Ministers acknowledged that BRICS cooperation on countering TB and AMR as well as strengthening capacities in preventing communicable and non-communicable diseases and other health issues experience sharing including on traditional medicine systems, digital health greatly contributes to relevant international efforts. They agreed to support intensified efforts to address socially determined diseases, along with other health challenges that disproportionately impact the Global South, and took note of the ongoing work on the launch of the BRICS Partnership for the Elimination of Socially Determined Diseases. The Ministers welcomed the conclusion of the negotiation of a pandemic agreement in the World Health Organization and look forward to the successful conclusion of the negotiation of its Annex on Pathogen Access and Benefit-Sharing System.
60. The Ministers reaffirmed the importance of BRICS people-to-people exchanges in enhancing mutual understanding, friendship and cooperation. They acknowledged that people-to-people exchanges play an essential role in enriching our societies and developing our economies. In this regard, they called for more efforts to respect diversity of cultures, highly value inheritance, innovation and creativity, jointly advocate robust international people-to-people exchanges and cooperation.
61. The Ministers reaffirmed their commitment to strengthening BRICS through continued discussions on the group's institutional development. They emphasized the importance of supporting partner countries to participate in BRICS cooperation in accordance with the Modalities of BRICS Partner Country Category adopted during the BRICS Summit at Kazan, Russia. Given the recent expansion of the group, they recognized the importance of tapping the potential of BRICS cooperation through institutional development. They took note of the need to establish a common BRICS database to facilitate access to relevant documents and background information. They underscored their strong belief that extending the BRICS partnership with EMDCs will further contribute to strengthening the spirit of solidarity and true international cooperation for the benefit of all.
62. The Ministers expressed their full support to Brazil’s BRICS Chairship in 2025 under the theme “Strengthening Global South Cooperation for More Inclusive and Sustainable Governance”. They expressed their commitment to working together to ensure the success of the XVII BRICS Summit. The Ministers looked forward to the next BRICS Ministers of Foreign Affairs/International Relations meeting to be held on the margins of UNGA 80 and hosted by India as incoming Chair of BRICS in 2026.
Itamaraty Palace, Rio de Janeiro, Brazil
29 April 2025