Acordo Mercosul-EFTA
As negociações de um acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) – bloco integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein – foram lançadas em janeiro de 2017 e já contam com 11 rodadas negociadoras.
Após a décima rodada negociadora, em agosto de 2019, MERCOSUL e EFTA anunciaram “acordo político”, que não produz efeitos jurídicos. Na décima primeira rodada, em abril de 2024, as partes reuniram-se para retomar a negociação e decidir sobre os ajustes necessários para a conclusão das tratativas. No momento, as negociações prosseguem com base nos pontos identificados ao longo das tratativas ocorridas em 2024.
Com PIB de US$ 1,4 trilhão e população de 14,3 milhões de pessoas, a EFTA é o décimo primeiro maior ator no comércio mundial de bens e o sétimo maior no comércio de serviços. Com outros 29 acordos comerciais já firmados, os quatro países do bloco estão entre os maiores PIB “per capita” do mundo e conformam mercado consumidor de grande relevância global.
Em 2024, a corrente de comércio entre Brasil e EFTA totalizou US$ 7,1 bilhões, com exportações de US$ 3,07 bilhões, compostas principalmente por ouro, produtos químicos como óxido de alumínio, café, soja, carnes e preparações alimentícias diversas; e importações de US$ 4,03 bilhões, com proeminência em produtos farmacêuticos e químicos orgânicos, máquinas e equipamentos, petróleo e gás, peixes e crustáceos. As exportações brasileiras se dividem principalmente entre Suíça e Noruega, e as importações provêm sobretudo da Suíça.
A Suíça, maior economia da EFTA, é o décimo primeiro maior investidor estrangeiro direto no Brasil, pelo critério de controlador final, com estoque de US$ 30,5 bilhões em 2023. Os investimentos diretos suíços concentram-se, sobretudo, nos setores financeiro, de seguros, da indústria de transformação e comércio. Por outro lado, segundo dados do Banco Central, o investimento direto brasileiro nos países da EFTA chegou a US$ 2,2 bilhões, em 2023. Os investimentos do Brasil na EFTA encontram-se principalmente nos setores financeiro, manufatura de papel e celulose e mineração.
Uma vez concluído, o acordo ampliará mercados para produtos e serviços brasileiros, além de promover o incremento de competitividade da economia nacional, ao reduzir custos produtivos e garantir acesso a insumos de elevado teor tecnológico com preços mais baixos. Os consumidores serão beneficiados com acesso a maior variedade de produtos a preços competitivos. Os compromissos a serem assumidos permitirão maior agilidade e redução de custos dos trâmites de exportação, importação e trânsito de bens, além de contribuir para a maior integração da economia brasileira às cadeias de valor bilaterais, regionais e globais.