Obras de Milton Dacosta no Itamaraty
O artista
Milton Dacosta (Niteroi, Rio de Janeiro, 1915 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1988)

- Milton Dacosta e, ao fundo, a obra "Figura" (1951), parte do acervo do Itamaraty. Crédito: História das Artes. Autoria desconhecida
Milton Dacosta iniciou seus estudos em pintura em 1929, na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, destacando-se como um dos nomes relevantes da arte moderna brasileira. Em 1931, participou do Salão Nacional de Belas Artes, obtendo reconhecimento por suas obras de caráter figurativo.
Na década de 1940, realizou viagens a Nova York e Paris, onde entrou em contato com a produção artística internacional e incorporou elementos do cubismo e da abstração geométrica em sua pintura. Nesse período, frequentou a Académie de la Grande Chaumière, em Paris, conheceu Pablo Picasso e outros artistas europeus, e participou de exposições como o Salon d’Automne.
Retornando ao Brasil, integrou a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e representou o país na Bienal de Veneza, em 1952. Sua obra se caracteriza pela exploração do equilíbrio entre cor, linha e espaço, transitando entre a figuratividade inicial e a abstração geométrica de composição rigorosa. Entre suas séries mais conhecidas estão as composições geométricas e a representação da figura feminina, que combinam síntese formal e unidade da figura.
Obras de Milton Dacosta no acervo histórico, artístico e de representação do Itamaraty
O acervo do Palácio Itamaraty reúne três obras de Milton Dacosta, que exemplificam a diversidade de sua produção artística. A mais conhecida é Figura (1951), óleo sobre tela exposto à visitação pública na Sala Duas Épocas. Pertencente à série realizada entre 1949 e 1951, a obra reflete a busca do artista por uma maior geometrização das figuras e do espaço, utilizando a linha como elemento estruturante em diálogo com o cubismo analítico, mas preservando a unidade da figura.

- Figura (1951). Óleo sobre tela. Crédito: CGPH/MRE
As demais peças encontram-se em outros ambientes do Palácio. Entre elas, uma calcogravura sem título, que retrata uma mulher deitada, de pernas cruzadas, em composição intimista e de caráter erótico. O tema aproxima-se de outras obras do artista, como “Vênus” (1963) e “Dama” (s.d.), nas quais Dacosta também representa figuras femininas. A obra está localizada no Anexo Maria José de Castro Rebello.

- Sem Título, (S.D). Calcogravura. Crédito: CGPH/MRE
Completa o conjunto “Construção sobre fundo vermelho” (s.d.), óleo sobre tela de caráter abstrato, formado por retângulos em tons de cinza e branco sobre fundo vermelho. A obra integra uma vertente da produção do artista dedicada à exploração da forma pura e do equilíbrio cromático, próxima de serigrafias em que o pintor dispõe figuras geométricas — triângulos, retângulos e trapézios — sobre fundos contrastantes. A tela está localizada no Gabinete do Ministro de Estado das Relações Exteriores.

- Construção sobre fundo vermelho, (S.D). Óleo sobre tela. Crédito: CGPH/MRE
Referências
MILTON Dacosta. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/513-milton-dacosta. Acesso em: 03 de outubro de 2025. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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