Dados de Comércio do MERCOSUL
O livre comércio no MERCOSUL foi implementado por meio do programa de desgravação tarifária previsto no Tratado de Assunção, que reduziu a zero a alíquota do imposto de importação para a maior parte do universo de bens. A tarifa externa comum (TEC) do bloco está organizada, de forma geral, em níveis tarifários, cujas alíquotas obedecem ao princípio geral da escalada tarifária: insumos têm alíquotas mais baixas; e produtos de maior valor agregado têm alíquotas maiores. Os setores de açúcar e automóveis, ainda não fazem parte do livre comércio intra-bloco. No entanto, há mandatos para negociação sobre sua inclusão ou definição de um regime comum.
Até 2023, as trocas dentro do bloco (não incluída a Bolívia), multiplicaram-se mais de dez vezes, evoluindo de US$ 4,5 bilhões, em 1991, para US$ 49 bilhões. Por sua vez, o intercâmbio comercial do bloco com o mundo, em 2023, foi de US$ 684,5 bilhões (dos quais US$ 379 bilhões em exportações). Os principais destinos das vendas do MERCOSUL foram China (29% do total), União Europeia (14%) e Estados Unidos (12%); os principais produtos exportados foram soja (13% do total), petróleo (12%) e minério de ferro (6%). Quanto às importações extrazona do MERCOSUL, a China representou 26%, seguida pela União Europeia (20%) e pelos Estados Unidos (17%). Os principais produtos importados pelo bloco foram óleos de petróleo, petróleo e cloreto de potássio (fertilizante).
As exportações do Brasil ao MERCOSUL (ainda excluída a Bolívia), em 2024, alcançaram US$ 20,2 bilhões (6% das exportações brasileiras, ao passo que as importações foram de US$ 19,4 bilhões, ou 7,4% das importações totais brasileiras). Em 2024 (dados até setembro), o Brasil respondeu por 41,6% do comércio intrazona, seguido por Argentina (37,8%), Paraguai (11,2%) e Uruguai (9,5%). Destacaram-se, no intercâmbio intrazona, soja, veículos de passeio e energia elétrica.
O MERCOSUL é o principal receptor de investimentos estrangeiros na região. Segundo os últimos dados disponíveis na UNCTAD, o MERCOSUL recebeu, em 2023, 47,9% dos investimentos estrangeiros diretos na América Latina e Caribe e 64,8% dos investimentos estrangeiros diretos na América do Sul.