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SEMANA DE INOVAÇÃO
Gestão lança manifesto pela inovação pública “criativa e brasileira” durante oficina na Enap
Oficina na Semana de Inovação 2025 propõe reflexão sobre futuro da inovação em governo. Foto: André Corrêa
A vontade de construir um Estado inovador, inclusivo e adaptável diante de crises e oportunidades é o que motivou o Ministério da Gestão e de Inovação em Serviços Públicos (Seges/MGI) a propor a oficina “Rascunhos do Futuro” durante a Semana de Inovação 2025, organizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em Brasília. Realizada na quinta-feira (02/10), a oficina foi palco do lançamento do Manifesto Ginga pela inovação do Estado brasileiro, além de palestra de Christian Bason, especialista internacional em inovação governamental, e de atividade de reflexão com os presentes.
O Manifesto Ginga, elaborado pelo MGI, busca promover um movimento para adoção pública de soluções inovadoras. Ginga significa, segundo o documento, ter estratégia para enfrentar desafios públicos complexos com adaptabilidade, combinando técnica com criatividade. A inovação deve ser estrutural e não pode ser exceção, nicho ou acaso. Deve ser intencional e cotidiana: “Para sustentá-la, precisamos promover governança, participação social, inclusão e colocar as pessoas no centro do processo inovador”, diz o texto publicado.
Lideranças, servidores públicos, academia, sociedade civil, setor privado, órgãos de controle e instâncias legislativas, bem como parceiros internacionais são instados a reconhecer que governar é inovar: “Inovar exige tanto coragem quanto método. Exige um Estado com gingado, que experimenta, aprende rápido e escala soluções que realmente importam”.
Para a diretora de Inovação Governamental do MGI, Claudia Martinelli, a proposta é a inovação “que traga método, que tenha por base evidências para gestão, mas que, sobretudo, resgate um elemento da nossa cultura, que é a ginga, base e expressão criativa do nosso povo, que reforça nossa brasilidade e convida os servidores a se enxergarem criativos e inovadores”, conclui Martinelli.
Palestra
Após o lançamento do manifesto, palestrou Christian Bason, doutor em Liderança em Design, professor na Escola Europeia de Administração, que veio à Semana de Inovação a convite da Embaixada da Dinamarca. Durante sua fala, compartilhou com os participantes sua experiência com inovação no governo e em negócios, enfatizando a importância da liderança.
“Não há jeito de inovar em serviços para os cidadãos sem também fazê-lo internamente em nossos próprios departamentos, nossos times, nossas unidades, nossas organizações”, contou Bason. “A burocracia é quase destinada a ser objetiva, hierárquica, previsível, mas os humanos não são isso. E como a gente lida com isso? Criando organizações tão incríveis quanto as pessoas que existem dentro delas”, completou Bason.
A oficina
Após a palestra, os participantes foram convidados a discutir e rascunhar futuros para reimaginar o Estado pensando em como transformar a inovação governamental nas bases do estado brasileiro. No que diz respeito à humanização da inovação, uma das participantes, a servidora do Conselho Nacional de Justiça, Magali Dantas, contou como foi interessante trazer as perspectivas que existem a partir de estudos e pesquisas sobre diversidade. “Os povos originários e as pessoas afrodescendentes do Brasil já usavam a inovação como estratégia de sobrevivência. Temos que nos aproximar da nossa ancestralidade para trazer todo esse aprendizado como aporte para nossas estratégias públicas. A diversidade tão rica do Brasil tem que estar nas células de inovação”, refletiu.