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Gestão discute soberania digital e parceria entre China e América Latina em seminário internacional
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) participou do II Seminário Internacional Estudos da China Contemporânea - China, América Latina e Caribe no Novo Reordenamento Global na última semana. Ao longo de dois dias, as mesas de debates trataram dos temas soberania digital; crise climática; cooperação cultural, acadêmica e científica; e rotas de integração e dilemas regionais. As principais reflexões serão compiladas em uma publicação com o objetivo de oferecer subsídios para políticas públicas e estratégias de cooperação entre as partes.
O evento foi coorganizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e contou com a participação de autoridades do governo brasileiro e do governo chinês, formuladores de políticas públicas e acadêmicos, além de representantes de think tanks e do setor privado. O MGI foi representado no seminário pelo secretário de governo digital, Rogério Mascarenhas.
“Iniciativas como essa são importantes para nos prepararmos para um mundo que está mudando rapidamente em vários sentidos”, disse o secretário do MGI. Rogério participou da mesa Soberania Digital: posicionamento estratégico da ALC e da China, sobre gestão de dados, infraestrutura crítica e IA sustentável; cooperação tecnológica, cadeias digitais de valor e governança internacional.
O secretário de governo digital começou sua fala defendendo que a soberania digital não é diferente de qualquer outro aspecto do conceito de soberania. “Como diz o Presidente do Brasil, soberania consiste na capacidade de um país de decidir seus rumos, proteger seus recursos, cuidar do seu território e defender seus interesses”, definiu. “É isso que estamos tentando fazer nos assuntos ligados à tecnologia e transformação digital do Estado”.
Rogério Mascarenhas também defendeu que a inteligência artificial não é uma tecnologia, mas uma mudança de paradigma e, por isso, os investimentos que estão sendo feitos são enormes no mundo e o Brasil está correndo atrás. “Para a questão da soberania digital, tudo começa com a gestão dos nossos dados”, disse ele, antes de detalhar a visão do Estado brasileiro para resolver esse problema.
“A soberania digital pode ser dividida em três: soberania de dados, soberania operacional e soberania tecnológica”, explicou o secretário. “A nuvem de governo avança nas duas primeiras questões, principalmente a repatriação dos dados sensíveis do Estado brasileiro”. Ele ainda chama atenção ao fato de que uma empresa chinesa foi a primeira a negociar e estabelecer uma parceria com o Brasil para dar início a esse processo. “Isso foi determinante para que outras empresas de outros países se abrissem a negociar”, disse.
O secretário do MGI fechou sua apresentação explicando que além dessa migração de dados sensíveis, hoje o governo trabalha ativamente para diversificar os fornecedores de tecnologia nacionais e internacionais. “Queremos trabalhar com todos, mas precisamos diminuir a dependência do Brasil em relação a qualquer empresa ou país”, explicou. “A ideia não é se fechar, mas ter independência e soberania”.