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Debate promovido pelo MGI destaca ações de prevenção ao assédio moral e promoção da saúde mental
A Comissão de Ética do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) realizou, nesta quarta-feira (29/10), mais uma edição da série “Comissão de Ética em Ação”, dedicada ao debate sobre assédio moral e saúde mental no serviço público. Para aprofundar a discussão, o encontro contou com a participação do procurador federal e professor de Gestão e Apuração da Ética Pública na Enap, Davi Valdetaro Gomes Cavalieri, e foi mediado pela presidenta da Comissão de Ética do MGI, Gleice Lima Miguel.
Durante a abertura, a presidenta da Comissão de Ética do MGI, Gleice Lima Miguel, destacou a importância de criar espaços seguros de diálogo e de cuidado no ambiente público, reforçando o papel das instituições na construção de uma cultura de respeito e acolhimento. “Falar sobre assédio moral e saúde mental é um ato de coragem e cuidado. Precisamos abrir espaço para uma conversa sincera sobre como nossas relações de trabalho impactam o bem-estar de todas as pessoas, com empatia e propósito, para construirmos juntos um ambiente público mais saudável, respeitoso e humano”, afirmou.
Uma conversa corajosa e direta ao ponto
Em sua apresentação, o procurador federal Davi Valdetaro Gomes Cavalieri e autor do livro Compliance e Saúde Mental nas Organizações, enfatizou que a saúde mental é um direito de todas as pessoas e que o tema deve ser tratado com seriedade e responsabilidade institucional. “A saúde mental é um direito humano fundamental de todas as pessoas que atuam com comprometimento no serviço público. Quem se dedica a servir a sociedade merece ambientes de trabalho que promovam respeito, equilíbrio e dignidade”, ressaltou.
Ao aprofundar o debate, Davi destacou que o assédio moral não se limita às relações tradicionais entre chefias e equipes, podendo ocorrer de diferentes formas dentro das organizações. Ele explicou que a prática pode ser vertical, horizontal ou até institucional, quando se enraíza na cultura organizacional.
O procurador apresentou exemplos de comportamentos que podem caracterizar assédio moral e reforçou a importância de atenção às sutilezas que, muitas vezes, passam despercebidas no cotidiano das equipes. “O assédio moral pode estar presente tanto em condutas explícitas quanto em atitudes silenciosas, como o silenciamento, a vigilância excessiva, a ridicularização, a difamação, a imposição de tarefas impossíveis ou o isolamento. Cada caso precisa ser analisado no contexto, mas é fundamental que tenhamos sensibilidade e responsabilidade para reconhecer essas práticas e agir de forma preventiva”, pontuou.
Davi chamou atenção para a necessidade de transformar culturas organizacionais para além da criação de normas, destacando a importância de práticas que promovam segurança psicológica, confiança e humanidade nas relações de trabalho. “Não se trata apenas de criar mais políticas, mas de transformar culturas. A ética precisa deixar de ser discurso e se tornar prática cotidiana, presente em cada relação, em cada decisão e em cada gesto institucional. É hora de substituir o medo pela confiança e reconstruir a cultura da escuta, colocando a humanidade como valor central”, afirmou.
Para finalizar, o procurador também ressaltou o papel estratégico das Comissões de Ética na prevenção e no acolhimento, defendendo que sejam reconhecidas como núcleos de cuidado institucional. Ele destacou a responsabilidade compartilhada entre instituições e pessoas na identificação, denúncia e enfrentamento de situações abusivas. “A prevenção ao assédio moral tem dimensão institucional, cultural e pessoal. Envolve políticas, canais de denúncia, educação, liderança ética, segurança psicológica e coragem coletiva. Denunciar não é punir alguém, é corrigir um caminho que adoeceu. Assédio moral é violação de humanidade e está na hora de escolhermos outro caminho”, concluiu.
O debate completo sobre assédio moral e saúde mental no serviço público pode ser visto abaixo ou pelo canal do MGI no YouTube.