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CONCURSO NACIONAL
Confira como foi a aplicação das provas do CPNU na Bahia
O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2) mobilizou 18 municípios da Bahia no último domingo (05/10). O certame é coordenado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e executado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na Bahia, foram 65.602 inscritos, o que representa 8,66% do total nacional. O maior polo foi a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, que sozinha reuniu 2.844 candidatos.
“O que mais me atrai é a possibilidade de construir uma carreira sólida, com reconhecimento profissional e pessoal”, disse Camila Santana, 19 anos, uma mulher de Salvador. Ela, que está apostando em estabilidade, concorre a um cargo de nível médio na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), no Bloco 9, o mais concorrido do CPNU 2, que reúne 17.177 participantes. Ela tenta vaga pelas cotas raciais e enquanto esperava os portões abrir, dava a última conferida nos assuntos.
Outro participante foi Cristiano Souza, 33 anos, que se inscreveu para o cargo de Administração, no Bloco 5. Ele também tenta vaga pelas cotas raciais e afirma que a experiência de ter feito a prova em 2024 serviu como aprendizado. “Este é o meu segundo ano tentando o concurso, mas agora venho mais preparado”, afirmou.
Cristiano já é servidor público estadual e agora busca uma vaga federal. “Está escasso trabalho formal e isso aumenta a concorrência do concurso. Mas essa é a saída para crescimento profissional”, analisou.
Já para Camila Vicente, 29 anos, que é farmacêutica do interior de São Paulo, o CPNU representa a oportunidade para alinhar sua experiência em projetos sociais com políticas públicas para a diversidade. A jovem concorre a uma vaga de Técnico do Desenvolvimento Socioeconômico, do Instituto Brasileiro de Museu (IBRAM).
“Eu sou da área de saúde e trabalhei com educação sexual e projetos sociais e vim para Salvador para fazer o curso de gênero e diversidade na UFBA para adquirir expertise em políticas públicas. A vaga se encaixa no perfil de atividade que gostaria de fazer e como exigia uma formação e eu já tenho eu me inscrevi”, pontuou.
Segundo dados oficiais, das inscrições na Bahia, 40.842 (62,26%) são de mulheres e 24.755 (37,74%) de homens. O concurso tem políticas afirmativas que garantem a participação de grupos historicamente excluídos: no estado, são 31.480 candidatos negros, 648 indígenas, 927 quilombolas e 2.089 pessoas com deficiência. Na Bahia, a aplicação mobilizou 102 locais de prova, com reforço de logística e segurança.
A diversidade do público também é representada por Elvira Simões, 34 anos, mulher negra. Ela tenta vaga no Bloco 9 e destaca a influência familiar na sua decisão. “Minha avó trabalhava em casa de família e hoje ela tem a maioria dos filhos formados. Minhas tias são todas concursadas e professoras. Elas me inspiram a acreditar que o estudo traz estabilidade e transformação social”, concluiu.
O jovem Mateus Souza, 20 anos, é de Itajibá, interior da Bahia. Ele é estagiário de engenharia elétrica e vai fazer a prova de nível médio, do Bloco 9, e sonha com a aprovação. O desejo foi incentivado pelo padrasto que é concursado federal. “Desde os 18 anos presto concurso. Meu principal objetivo é me estabilizar financeiramente e conquistar um futuro melhor”, falou.
O CPNU 2 oferece 3.652 vagas em 32 órgãos federais, com provas aplicadas simultaneamente em 228 cidades brasileiras. A lista de convocados para a prova discursiva será divulgada em 12 de novembro, e a avaliação está marcada para 7 de dezembro. Já o resultado final está previsto para 20 de fevereiro, com chamadas subsequentes até março, quando começam as nomeações.
Com mais de 761 mil inscrições em todo o Brasil, o concurso consolida-se como modelo inovador para democratizar o acesso ao serviço público federal.