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MGI NA COP30
Durante coletiva de imprensa na COP30, Esther Dweck reforça uso de tecnologia para acelerar a ação climática
A ministra Esther Dweck participa de coletiva de imprensa na COP30, ao lado de Ana Toni e Tomas Lamanauskas, sobre o papel da tecnologia na ação climática. Foto: Jhonatan Braga
Ao encerrar o primeiro dia de programação da COP30, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, participou de uma coletiva de imprensa em Belém (PA), ao lado da CEO da conferência, Ana Toni, e do subsecretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Tomas Lamanauskas. O encontro destacou o papel estratégico da tecnologia e da inovação digital na promoção de transições ecológicas eficazes e socialmente justas, reforçando a importância da cooperação internacional e da atuação do Estado na condução desse processo.
Durante sua fala, Esther Dweck ressaltou que esta é a “COP das Soluções”, marcada pela transição do debate para a ação. Segundo a ministra, o enfrentamento da crise climática exige respostas rápidas, justas e integradas, apoiadas em infraestruturas públicas digitais (DPIs) que conectem dados, reduzam custos e fortaleçam a capacidade do Estado de agir. “Estamos aqui para mostrar que é possível transformar tecnologia em instrumento de implementação. A crise climática é exponencial, e as nossas respostas também precisam ser. O Brasil quer liderar esse movimento com soluções digitais abertas, que tornem as políticas mais ágeis e inclusivas.”
Ela citou o exemplo recente da resposta do governo federal ao desastre climático no Sul do Brasil como demonstração de como a integração tecnológica e o uso de dados públicos permitiram uma mobilização ágil e eficaz.
A ministra destacou também o papel do Brasil na construção de bens públicos digitais globais, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a Carteira de Identidade Nacional (CIN), ambos exemplos de soluções interoperáveis que fortalecem políticas públicas, ampliam o acesso ao crédito e contribuem para o monitoramento ambiental. Esther ressaltou que o Brasil lidera, junto com o Banco Mundial e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), estudos sobre o uso de identidades digitais em contextos de adaptação e resiliência climática.
Entre as ações apresentadas na COP30 com a participação do MGI, destaca-se a criação de um repositório internacional de DPIs, que permitirá o compartilhamento de ferramentas abertas entre países. A iniciativa integra o compromisso brasileiro de impulsionar um ecossistema global de inovação pública, com soluções reutilizáveis e escaláveis em áreas como monitoramento florestal, gestão de desastres e finanças climáticas. “Nosso papel é criar instrumentos que viabilizem a implementação. As infraestruturas digitais públicas são a base de políticas climáticas efetivas e acessíveis a todos os países”, afirmou a ministra.
Ao final da coletiva, a ministra reforçou a importância de agir de forma coordenada e concreta. “Sabemos que, para avançar, precisamos ir para a ação. Mesmo que não haja consenso perfeito, quando há um conjunto de soluções disponíveis e compartilhadas entre países, o processo de implementação se torna mais rápido e efetivo”, concluiu.
A CEO da COP30, Ana Toni, celebrou o início bem-sucedido da Conferência e o avanço político representado pela abertura da agenda no primeiro dia, que foi marcado pela convergência entre lideranças globais em torno da urgência climática e da implementação de ações concretas para a transição sustentável. Segundo ela, isso é algo que não ocorria há quatro edições. “Pode parecer um detalhe, mas é um marco importante. Significa que começamos a COP30 prontos para agir”, afirmou.
Ela também reforçou que o grande tema da COP30 é a implementação. Segundo a CEO da Conferência, a adaptação climática deve ser o caminho central das negociações, com a tecnologia desempenhando papel decisivo na escala e velocidade das respostas. “Temos 145 tópicos em debate, mas o foco principal é transformar compromissos em resultados concretos. A tecnologia é o que nos permite dar escala às soluções e acelerar a transição justa”, concluiu Toni.
Representando a UIT, Tomas Lamanauskas destacou a importância de integrar as agendas digital e climática de forma estratégica, reconhecendo a tecnologia como um instrumento essencial de implementação. Segundo ele, o avanço da ação climática depende da capacidade de usar dados, conectividade e inteligência digital para gerar resultados concretos. “A transformação digital e a transição climática não são processos separados, elas são partes de uma mesma jornada de desenvolvimento sustentável. A tecnologia pode acelerar a mitigação, ampliar a adaptação e tornar as políticas mais eficazes quando é colocada a serviço das pessoas”, afirmou.
O subsecretário-geral ressaltou ainda que o fortalecimento das infraestruturas digitais públicas (DPIs) é um caminho seguro para promover inclusão, transparência e eficiência na governança climática. “Infraestruturas digitais abertas e interoperáveis são hoje ferramentas de desenvolvimento sustentável, integrar a tecnologia às metas climáticas significa dar escala e velocidade à implementação, garantindo que cada país possa fazer mais e melhor com base em inovação pública”, destacou.
A agenda do MGI na COP30 e os eventos prévios já realizados podem ser conferidos aqui.