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MÊS DAS MULHERES
Lideranças femininas do MGI participam de seminário sobre o papel das mulheres no setor público
Um dia de palestras e talk shows sobre liderança feminina com dados e experiências comprovadas. Esse foi o perfil do Empodera – Liderança Feminina com Base em Evidências, que aconteceu nesta quinta-feira (13/3), na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Brasília (DF). O evento contou com a participação de representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
O Empodera é um movimento que reúne vozes influentes para debater a presença feminina na liderança no setor público. O programa começou no formato piloto em 2023, no Paraná, e teve edição nacional em 2024.
Mulheres que participaram da mentoria do Empodera falaram das suas experiências com o projeto e de como ele mudou suas perspectivas profissional e de vida. Alessandra de Pádua, assistente técnica do Dnit, contou um pouco da sua história. “O Empodera é um divisor de águas porque me fez enxergar questões que impediam meu desenvolvimento profissional, e me proporcionou humildade para compreender que as pessoas enfrentam dificuldades e precisam ser apoiadas para se desenvolver. A gente descobre como apoiá-las e acolhê-las”, disse.
A secretária-adjunta de Gestão de Pessoas do MGI, Regina Camargos, esteve na abertura do encontro. Ela parabenizou o Dnit pela iniciativa e destacou a importância de ampliar a presença feminina na Administração Pública Federal. “Precisamos de projetos como esse, que fortaleçam a autoestima e promovam o desenvolvimento pessoal e profissional das servidoras”, afirmou.
Camargos ressaltou a importância de as mulheres na sua trajetória de vida não reproduzirem padrões contra os quais elas lutam. “Cada uma sabe da sua jornada como mãe, mulher, trabalhadora, e nos dedicamos muito para chegarmos aonde estamos”. Ela lembrou que ainda há um longo caminho para que as mulheres ocupem mais postos de liderança e recordou as dificuldades que elas enfrentam, muitas vezes por terem jornadas duplas, no trabalho e nos cuidados com a família, além de serem muito mais cobradas do que os homens.
A secretária-adjunta também enfatizou a importância dos números e dados para traçar políticas públicas mais eficazes, com o objetivo de promover a presença das mulheres em cargos de liderança. “Estatísticas são essenciais porque revelam realidades a serem transformadas”, afirmou.
Um olhar para dados, gêneros e raças
A presidenta da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Betânia Lemos, e Mirian Bittencourt, diretora de Inteligência de Dados da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) do MGI, participaram do painel Liderança Feminina com Base em Evidências – olhar para gênero e raça.
Mirian Bittencourt comentou sobre a importância dos dados para o serviço público, destacando o Observatório de Pessoal do governo, gerido pela sua diretoria. Dentro do Observatório, está o Painel Estatístico de Pessoal (PEP), que reúne uma vasta base de dados sobre o Poder Executivo Federal. Ali, é possível descobrir informações como o número de servidores públicos, com recortes por sexo e raça, pessoas com deficiência e número de cargos e funções.
“Como gestora de dados, me debruço diariamente para compreender a realidade que precisa ser mudada. Quando nos deparamos com mulheres em cargos de liderança, o número delas é bem menor do que o dos homens. Mulheres casadas e com filhos, então, cai ainda mais essa presença porque elas precisam se redobrar entre a rotina profissional e as obrigações em casa”, observou.
A diretora também lembrou da participação menor de pessoas negras no serviço público. “Mais da metade da população brasileira é negra, porém, no serviço público, esse número cai para 35%. Somente 12% dos magistrados são negros”, citou.
Bittencourt mencionou iniciativas do governo federal para tornar o perfil do servidor mais diverso e inclusivo, como o LideraGov, desenvolvido pelo MGI em parceria com a Enap, para a formação de lideranças no Executivo. O programa contou com uma edição voltada exclusivamente para pessoas negras e outra com cotas para pessoas trans, negras, com deficiência, quilombolas e paridade de vagas entre homens e mulheres.
Outro dado destacado pela diretora foi a utilização da metodologia People Analytics no governo, com a finalidade de usar dados nas tomadas de decisões na área de gestão de pessoas.
Betânia Lemos, da Enap, afirmou que dados trazem histórias de vida e que, além dos números, é essencial ver as pessoas. Ela deu como exemplo um grupo de trabalho criado pelo Movimento Pessoas à Frente para discutir a equidade de gênero. Voluntários do Brasil inteiro se inscreveram para participar e contar suas experiências.
Como resultado, a presidenta da Enap informou que foi elaborada uma publicação com recomendações centradas em evidências, como a promoção de políticas afirmativas para que as mulheres ocupem mais espaços e a discussão sobre leis que consolidem direitos para a população feminina.