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Estatais avançam em pacto pela diversidade, equidade e inclusão
3ª Reunião do Grupo Executivo do Pacto de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) reúne representantes de 34 estatais nos Correios, em Brasília. Foto: André Corrêa
Nesta quinta-feira (24/4), foi realizada a 3ª Reunião do Grupo Executivo do Pacto de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), com participação de representantes de 34 empresas estatais, como os Correios, Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. O encontro, realizado em Brasília, teve como objetivo elaborar planos de ação para promover a inclusão de grupos sub-representados, como mulheres, população negra, LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência, nas empresas.
"As empresas estatais têm um papel fundamental na promoção da diversidade, equidade e inclusão, pois podem liderar pelo exemplo e influenciar positivamente outras organizações", afirmou Ilana Soares, coordenadora-geral da SEST/MGI, durante a abertura do evento. Os debates e apresentações levantaram metas numéricas de inclusão e relatos de inovações institucionais.
Os Correios, empresa anfitriã do encontro, apresentaram suas experiências para concretizar o pacto, com destaque para o programa de saúde menstrual, que garante licença remunerada para colaboradoras com cólicas intensas. "Romper o tabu sobre a menstruação no ambiente de trabalho foi um desafio, mas hoje é nosso orgulho", relatou Ângela Rosa, assessora da diretoria de gestão de pessoas. A política, incorporada ao acordo coletivo, serve de modelo para outras empresas
Outro avanço importante da empresa, é a adoção de cotas de 30% para negros, quilombolas e indígenas em seus concursos públicos, reforçando o compromisso com a equidade no acesso às oportunidades.
"Nos últimos 10 anos, sequer tivemos concurso público. Agora, não apenas retomamos as contratações como estabelecemos percentuais acima da lei", destacou Vilma Reis, coordenadora do pacto nos Correios. De acordo com a coordenadora, o banco de talentos com filtros específicos para mulheres negras já está mostrando resultados práticos na promoção de lideranças.
Os Correios ainda surpreenderam com iniciativas como:
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O programa "CEP para Todos", que já levou endereçamento postal a 70 comunidades que não tinham endereçamento formal;
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Selos postais que celebram personalidades negras como Marielle Franco e Elza Soares;
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Patrocínios culturais focados em manifestações populares como o hip hop.
Apesar dos avanços, os participantes reconheceram obstáculos comuns. "Ainda encontramos resistência em alguns setores que veem a diversidade como 'modismo'. E é importante lembrar que quando as empresas públicas se movimentam, criamos um efeito cascata em toda a sociedade", disse Juliana Agatte, diretora de governança e estratégia dos Correios. Para superar isso, as empresas vão criar um diagnóstico conjunto sobre barreiras à entrada e ascensão de grupos sub-representados, em uma das ações do Pacto.
O encontro continua durante todo o dia, com a formação de grupos de trabalho dedicados à elaboração de planos de ação para cada uma das quatorze ações previstas no plano de trabalho do Pacto.
Até o final do ano, as empresas se comprometeram a executar os planos de ação elaborados. "Não estamos aqui para fazer relatórios bonitos, mas para mudar realidades", resumiu Sheila Hesketh, do Banco do Brasil. A próxima reunião, marcada para maio, avaliará os primeiros resultados dessas iniciativas e dar continuidade aos esforços.