CINCO participa de grupo de trabalho da OCDE sobre Ciências Comportamentais

A aplicação de evidências na formulação de políticas públicas tem mobilizado especialistas em Ciências Comportamentais em fóruns da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), partes da comunidade BRAIN (Rede Internacional de Pesquisa Comportamental em Ação). A Rede é formada por mais de 500 membros de 58 países, fomentando a colaboração por meio de eventos e grupos de trabalho na construção de políticas públicas mais eficazes no mundo todo.

Desde fevereiro deste ano, a CINCO participa do Painel de Especialistas em Sludge. O grupo é multidisciplinar, formado por cientistas comportamentais, acadêmicos ou profissionais de políticas públicas com experiência na redução de barreiras e cargas administrativas, que dificultam o acesso da população aos serviços públicos.

Dentre os participantes, está o professor de Harvard Cass Sunstein, um dos principais nomes das ciências comportamentais aplicadas às políticas públicas e referência nas áreas de simplificação regulatória, arquitetura de escolhas e tomada de decisão. Entre os destaques do grupo, está também a equipe do governo de Nova Gales do Sul, da Austrália. A equipe foi responsável pela metodologia empregada na Academia Internacional de Sludges, realizada em parceria com a OCDE em 2023. Além do Brasil, diversos outros países aderiram ao projeto, como Canadá, França, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA.   

Os resultados da revisão anti-sludge foram apresentados em reunião da OCDE e estão no relatório sobre as auditorias de sludges feitas ao redor do mundo Fixing Frictions*,  que mostra nove princípios de boas práticas para ajudar os governos a reduzir o sludge.

* Corrigindo Fricções, em tradução livre. A publicação está disponível aqui, apenas em inglês.

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Sobre sludges

Sludges são barreiras práticas, emocionais ou sociais que interferem nas interações das pessoas com governos, encontradas, por exemplo, em formulários complexos, linguagem não simples e etapas desnecessárias em serviços. Essas barreiras são evitáveis e tornam mais difícil e desigual o acesso a serviços públicos. Elas afetam principalmente os cidadãos vulnerabilizados ou com pouca experiência no ambiente online.

A CINCO está desenvolvendo o método anti-sludge próprio, em português e adaptado ao contexto brasileiro, para a identificação de sludges nos serviços públicos digitais disponibilizados no Portal GOV.BR. O projeto F5 é projetado em etapas que vão desde a compreensão do serviço, o entendimento das jornadas comportamentais de diferentes perfis de pessoas usuárias, até o dimensionamento das barreiras e do impacto dessas barreiras para as pessoas.

O método tem sido testado por meio de protótipos em alguns serviços digitais e está atualmente em vias de ser aplicado em versão preliminar.

Diferentes perfis, diferentes barreiras