O Agronegócio no Estado: Base Econômica e Social
O Estado do Rio de Janeiro é um ambiente de alto potencial para alavancar o desenvolvimento tecnológico e a inovação no Brasil, visto que representa a segunda maior economia do país; o segundo maior centro consumidor; é um grande centro de decisão; congrega a sede de grandes organizações, instituições financeiras e de fomento, instituições de pesquisa de referência dentre outras, constituindo assim, um ecossistema pujante.
Somado a isso, o estado possui características singulares e potencialidades únicas que juntas trazem um universo de possibilidades que perpassam pelas suas características edafoclimáticas diversas, a presença dos cinco biomas, sua posição geográfica transformam o do estado apresentam muitas potencialidades .Embora haja um ambiente favorável, o estado apresenta desafios primários ao desenvolvimento de um ambiente de inovação eficaz, como a ineficiência dos mecanismos de interação entre seus diversos agentes de inovação.
Segundo dados do Índice Brasil de inovação e desenvolvimento – IBI, publicado pelo INPI anualmente e que ranqueia os estados do Brasil em termos de desempenho de inovação, o estado do Rio de Janeiro ocupou no ano de 2024, a 4ª posição, integrando o rol das cinco economias mais inovadoras do Brasil. Embora a posição do estado seja expressiva, o ranking composto por sete pilares de inovação, possibilita identificar as reais potencialidades e desafios de cada território do país.
O Agronegócio no Estado: base econômica e social
Apesar da relevância do estado do Rio de Janeiro para a economia brasileira, o agronegócio fluminense tem uma participação mais modesta dentro deste setor do país. Isto é, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, 2021) 3, a estimativa do PIB do agronegócio do Rio de Janeiro, em 2020, foi de R$ 32,5 bilhões, representando apenas 1,67% do total do setor considerando o Brasil inteiro.
Vale destacar que ao considerar apenas as atividades agropecuárias (ou seja, uma parte do agronegócio), a relevância do Rio de Janeiro é ainda menor dentro do país. Nesse sentido, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2021, do R$ 1,1 trilhão gerado pelas atividades agropecuárias
Cadeias Produtivas de Destaque
Vocações Regionais Agropecuárias do Estado do Rio de Janeiro:
O Estado do Rio de Janeiro possui uma rica diversidade de climas e solos, o que possibilita a produção de uma ampla variedade de produtos agropecuários. Cada região do estado apresenta vocações específicas, com base em suas características edafoclimáticas e socioeconômicas (EMATER-RJ, 2023
O Estado do Rio de Janeiro possui uma rica diversidade de climas e solos, o que possibilita a produção de uma ampla variedade de produtos agropecuários. Cada região do estado apresenta vocações específicas, com base em suas características edafoclimáticas e socioeconômicas (EMATER-RJ, 2023)5.
Norte Fluminense:
- Cultivares de Grãos: A região Norte Fluminense é conhecida pela produção de cana-de- açúcar, arroz, feijão, milho e pastagens para pecuária bovina. Segundo o INPE (2023)6, a
Região possui clima tropical úmido, com temperaturas elevadas e chuvas abundantes, o que favorece o desenvolvimento dessas culturas.
- Fruticultura: A região também se destaca na produção de frutas como abacaxi, goiaba, manga e banana (SEBRAE-RJ, 2023)7. O potencial da fruticultura na região é evidenciado por estudos como o de Silva et al. (2022), que aponta a região como um importante polo de produção e exportação de frutas tropicais.
- Pecuária: A pecuária bovina de leite e corte é outra atividade importante na região A presença de pastagens extensas e a disponibilidade de água favorecem a criação de gado (EMATER-RJ, 2023).
- Aquicultura: A criação de camarões e peixes em água doce vem crescendo na região, principalmente em municípios como São Francisco de Itabapoana e Campos dos Goytacazes. De acordo com a EMATER-RJ (2023), a produção de camarões na região Norte Fluminense tem apresentado um crescimento anual de 10%, o que demonstra o potencial dessa atividade para a região.
Noroeste Fluminense:
- Pecuária: A região Noroeste Fluminense é um importante polo de produção de leite e carne bovina, suína e de frango. A região possui clima tropical úmido com chuvas concentradas no verão, ideal para a criação de animais (EMATER-RJ, 2023).
- Cultivares de Grãos: Pastagens, milho, café e feijão também são importantes cultivos na região (EMATER-RJ, 2023). O café da região é conhecido pela sua qualidade e possui Indicação Geográfica (IG), o que garante sua procedência e qualidade. Segundo o SEBRAE- (2023), o café da região Noroeste Fluminense é um dos produtos mais exportados do estado do Rio de Janeiro.
- Fruticultura: A produção de laranja, tangerina, limão e maracujá vem crescendo na região, especialmente em municípios como Itaperuna e Bom Jesus do Itabapoana. De acordo com a EMATER-RJ (2023), a produção de laranja na região Noroeste Fluminense tem crescido em média 5% ao ano nos últimos cinco anos.
- Apicultura: A produção de mel e outros produtos apícolas é uma atividade tradicional na região, com destaque para o município de Miracema. A EMATER-RJ (2023) estima que a produção de mel na região Noroeste Fluminense seja de aproximadamente 100 toneladas por ano.
Centro-Sul Fluminense:
- Laticínios: A região Centro-Sul Fluminense é conhecida pela produção de leite e derivados, com destaque para os municípios de Vassouras e Paty do Alferes (EMATER-RJ, 2023). A qualidade do leite da região é reconhecida nacionalmente e a produção de queijos e outros produtos lácteos vem crescendo nos últimos anos. Segundo a EMATER-RJ (2023), a produção de leite na região Centro-Sul Fluminense é de aproximadamente 500 milhões de litros por ano.
- Fruticultura: A produção de maçã, pêssego, uva e morango é outra atividade importante na região. O clima frio e úmido da região é ideal para o desenvolvimento dessas frutas. De acordo com a EMATER-RJ (2023), a produção de maçã na região Centro-Sul Fluminense é de aproximadamente 100 mil toneladas por ano.
- Olericultura: O cultivo de hortaliças e legumes também é expressivo na região, com destaque para os municípios de Barra do Piraí e Valença (EMATER-RJ, 2023).
Região Litorânea:
- Cultivares de Grãos: A região litorânea é conhecida pela produção de cana-de-açúcar, café, banana e coco (EMATER-RJ, 2023). Segundo o INPE (2023), a região possui clima tropical úmido, com temperaturas elevadas e chuvas abundantes, o que favorece o desenvolvimento dessas culturas.
- Fruticultura: A região também se destaca na produção de frutas como abacaxi, goiaba, manga e maracujá (SEBRAE-RJ, 2023). O potencial da fruticultura na região é evidenciado por estudos como o de Silva et al. (2022), que aponta a região como um importante polo de produção e exportação de frutas tropicais.
- Aquicultura: A criação de camarões e peixes em água salgada vem crescendo na região, principalmente em municípios como Cabo Frio e Arraial do Cabo. De acordo com a EMATER-RJ (2023), a produção de camarões na região litorânea tem apresentado um crescimento anual de 15%, o que demonstra o potencial dessa atividade para a região.
Região Metropolitana:
- Horticultura: A região metropolitana é conhecida pela produção de hortaliças e legumes, como tomate, alface, couve e batata (EMATER-RJ, 2023). A proximidade com o mercado consumidor e a disponibilidade de mão de obra qualificada favorecem o desenvolvimento dessa atividade.
- Pecuária: A produção de leite e derivados também é importante na região, principalmente em municípios como Seropédica e Itaguaí (EMATER-RJ, 2023). A presença de pastagens e a disponibilidade de água favorecem a criação de gado.
- Agricultura familiar: A agricultura familiar é uma atividade importante na região, com destaque para a produção de alimentos frescos e orgânicos (SEBRAE-RJ, 2023). A agricultura familiar contribui para a segurança alimentar da população e para o desenvolvimento sustentável da região.
Cadeias Produtivas Emergentes: Inovação Social e desenvolvimento territorial
Kappaphycus alvarezii é uma macroalga exótica originária das Filipinas, amplamente utilizada comercialmente devido à sua relevância para diversos setores da economia. Entre suas principais aplicações estão: Agricultura: atua como bioinsumo, favorecendo o crescimento das plantas, melhorando a qualidade do solo e aumentando a resistência das culturas a doenças.
Pecuária: utilizada na alimentação animal, contribui para o desempenho e a saúde dos animais.
Indústria: rica em compostos com propriedades espessantes, gelificantes e emulsificantes, é empregada em uma variedade de produtos, incluindo os farmacêuticos e cosméticos.
Sustentabilidade: auxilia na fixação de carbono, colaborando com a mitigação das mudanças climáticas e com a recuperação de ecossistemas marinhos.
No Brasil, o cultivo da Kappaphycus alvarezii é autorizado por instrução normativa do Ibama, sendo permitido nos litorais de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Sendo o Rio de Janeiro detentor de vantagens comparativas em detritmento as demais regiões devido seu clima.
Essa atividade também promove geração de emprego e renda para comunidades costeiras que mantêm fazendas marinhas com a espécie. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entre 2000 e 2002, a Kappaphycus alvarezii esteve entre as algas mais produzidas no mundo, com um volume de 4,2 milhões de toneladas.