Pesquisa, Desenvolvimento e Educação para a Inovação Agropecuária

O avanço da inovação agropecuária no Rio Grande do Norte tem ganhado destaque nos últimos anos, impulsionado por uma rede crescente de universidades, institutos de pesquisa, instituições de fomento e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável do agronegócio. Com um perfil produtivo fortemente vinculado à fruticultura irrigada de exportação, à pecuária leiteira, apicultura, cultura do algodão agroecológico, piscicultura e demais atividades do semiárido, o estado vem consolidando um ecossistema de ciência, tecnologia e inovação direcionado às particularidades do seu território.

Instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Escola Agrícola de Jundiaí, e o Instituto Federal do RN (IFRN), além da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural- Emater/RN, têm desempenhado um papel estratégico na formação de capital humano qualificado, na pesquisa aplicada, na extensão tecnológica e na integração com produtores e startups rurais. Essa articulação entre ciência, academia e setor produtivo tem contribuído de forma significativa para o fortalecimento da inovação no campo, especialmente nas regiões de maior vocação agrícola como o Vale do Açu, o Seridó, o Oeste Potiguar e o Agreste.

Um marco importante dessa transformação foi a criação, em 2023, da Lei Estadual nº 11.314, que institui a Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do RN, e da Lei Complementar nº 733, que estabelece o Marco Legal da Inovação e do Empreendedorismo Inovador, regulamentando ações que estimulam ambientes de inovação, parcerias público-privadas e o desenvolvimento de startups e agtechs no setor agropecuário. Essas legislações fortalecem juridicamente o ecossistema de inovação do estado, promovendo segurança para investimentos, apoio à pesquisa aplicada e transferência de tecnologia.

Além dos marcos legais estaduais, o Rio Grande do Norte também se beneficia de políticas nacionais como a Lei de Inovação (Lei nº 10.973/2004) e o RenovaBio (Lei nº 13.576/2017), que estimulam práticas sustentáveis, descarbonização da agropecuária e integração com cadeias de biocombustíveis. No cenário local, iniciativas como o Plano Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável, programas de agricultura familiar digital, e a atuação do Sebrae-RN, da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPERN) e da Secretaria de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (SEDRAF) vêm potencializando a adoção de tecnologias no meio rural.

Com essas estruturas consolidadas e políticas públicas em constante evolução, o Rio Grande do Norte está em plena transição para um modelo agropecuário mais moderno, resiliente, digital e sustentável, integrando inovação científica, empreendedorismo e desenvolvimento regional. O estado se firma, assim, como um dos novos polos de inovação agropecuária do Nordeste brasileiro.

Instituições de Ensino e Pesquisa

O Rio Grande do Norte conta com um conjunto robusto e estratégico de instituições públicas de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia que atuam diretamente no desenvolvimento, teste, adaptação e difusão de tecnologias voltadas ao campo. Essas entidades desempenham papel central na estruturação do Ecossistema de Inovação Agropecuária do estado, com reconhecimento nacional e internacional.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN): Ensino superior, pesquisa e inovação aplicada. Unidades de destaque:

• Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN): referência nacional em agroecologia, fruticultura, aquicultura e extensão rural.  Site: https://eaj.ufrn.br/
• Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN): voltado à tecnologia da informação, tem promovido o surgimento de agtechs por meio de incubação e aceleração de startups. Site: https://www.metropoledigital.ufrn.br/portal/

Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN): Pesquisa agropecuária e desenvolvimento de tecnologias adaptadas ao semiárido. Site: http://www.emparn.rn.gov.br/

Instituto Federal do RN (IFRN):  Educação profissional, técnica e tecnológica com enfoque territorial. Campi com foco agropecuário:

• Campus Ipanguaçu – forte atuação em fruticultura irrigada e extensão rural. Site: https://portal.ifrn.edu.br/campus/ipanguacu/
• Campus Pau dos Ferros – foco em agroecologia e cadeia do mel. Site: https://portal.ifrn.edu.br/campus/paudosferros/
• Campus Apodi – reconhecido pelos programas de irrigação, piscicultura e experimentação agrícola. Site: https://portal.ifrn.edu.br/campus/apodi/

Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA): Ensino superior e pesquisa aplicada ao semiárido. Site: https://ufersa.edu.br/

Emater-RN (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do RN: Extensão rural e assistência técnica pública. Site: https://www.emater.rn.gov.br/

Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN – IDIARN. Site: https://www.idiarn.rn.gov.br/

Fundação de Apoio à Pesquisa do RN (FAPERN): Fomento à ciência, tecnologia e inovação. Site: http://www.fapern.rn.gov.br/

Sebrae-RN: Apoio à competitividade e inovação de pequenos negócios, através do ELI Agro (Ecossistema Local de Inovação Agropecuária) favorecendo a implantação de hubs territoriais com envolvimento de produtores, startups e academia. Site: https://material.rn.sebrae.com.br/agronegocio 

Essas instituições compõem a base técnica e científica do comitê gestor do Ecossistema de Inovação Agropecuária do RN, fomentando um ambiente colaborativo entre pesquisa, mercado e política pública, voltado à transformação digital e sustentável do campo potiguar. Essa articulação entre ensino, ciência, tecnologia e empreendedorismo tem sido fundamental para estimular a adoção de inovações no campo, promovendo ganhos em produtividade, uso racional de recursos naturais e valorização das cadeias produtivas locais. Com isso, o estado se fortalece como um ambiente estratégico para a modernização, sustentabilidade e competitividade do agronegócio no Nordeste, contribuindo de forma decisiva para o avanço da agropecuária brasileira em bases mais tecnológicas e resilientes.

Redes de Pesquisas e Parceria

A colaboração entre instituições de ensino, centros de pesquisa, empresas, startups e órgãos governamentais no Rio Grande do Norte tem se intensificado por meio de redes colaborativas, ecossistemas de inovação e parcerias estratégicas. Esse movimento tem acelerado a validação de tecnologias no campo, o desenvolvimento de soluções aplicadas à realidade dos produtores rurais e a formação de uma nova geração de profissionais capacitados para atuar com inovação e sustentabilidade.

O Rio Grande do Norte conta com um conjunto diversificado de programas, iniciativas voltadas ao fortalecimento do agronegócio e à promoção da inovação no setor. Essas ações, conduzidas por instituições estaduais, federais e parceiros privados, buscam impulsionar a competitividade, ampliar mercados, estimular a adoção de tecnologias e fomentar o empreendedorismo rural. A tabela a seguir apresenta uma visão geral de algumas das principais iniciativas em andamento ou disponíveis no estado, descrevendo de forma sucinta seu foco e contribuição para o desenvolvimento agropecuário potiguar.