Ecossistemas de inovação em MS: origens, arranjos, atores
Para entender o estado atual e as perspectivas, é importante mapear os ecossistemas de inovação que já existem, como foram surgindo, que atores envolvem, que instrumentos legais ou institucionais estruturam essas redes.
O conceito de ecossistema de inovação em MS está ligado ao que define o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I): arranjos institucionais, culturais, infraestrutura, que agregam atores como universidades, empresas, governo e sociedade civil, para gerar conhecimento, tecnologias, negócios.
MS já possui múltiplos ecossistemas locais de inovação (ecossistemas regionais, ambientes de inovação) mapeados ou em consolidação. Municípios como Dourados, Campo Grande, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Ponta Porã, Naviraí, Amambai, Corumbá, Nova Andradina, Maracaju, Aquidauana e Jardim são destaques.
O “Ecossistema de Inovação Agropecuária do Estado do Mato Grosso do Sul” é reconhecido nacionalmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A governança desses ecossistemas envolve várias entidades:
- Universidades / institutos de pesquisa (como UFMS, UEMS, UFGD, IFMS);
- Órgãos públicos como Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Prefeitura de seus municípios;
- Parceiros privados: empresas, startups, cooperativas, incubadoras/ aceleradoras, hubs de inovação, etc.
Instrumentos de fomento e políticas públicas importantes: editais estaduais (como chamadas da Fundect / Semadesc), programas do Sebrae/MS, parcerias público-privadas, convênios para cooperação técnica, financiamento público para pesquisa aplicada, incentivos à adoção de novas tecnologias no campo.
Marcos Históricos:
|
Período |
Principais ações / investidas |
Resultados visíveis / impactos |
|
Antes de 2020 |
A formação inicial de universidades, pesquisa agropecuária (EMBRAPA, UEMS, etc.), cooperativas, produtores já atuando com sementes melhoradas, manejo, irrigação parcial, extensão rural tradicional. |
Produtividade já relativamente alta, MS já sendo referência em soja, carne, milho, exportações. Porém com lacunas de inovação mais disruptiva, digitalização, rastreabilidade, uso pleno de dados. |
|
2020 |
Primeiro ecossistema criado em MS foi em Dourados. Começo formal da estratégia de criação do mapeamento de inovação nos municípios/regiões. |
Estrutura inicial de colaboração entre universidade, setor privado, governo para inovação. Aumento do interesse em incubadoras, polos, parques tecnológicos. |
|
2021-2023 |
Crescimento do número de ecossistemas locais de inovação (novos municípios entram, apoio institucional aumenta). Ampliação do fomento (editais, chamadas), inserção de inovação em políticas estaduais (PPA, CT&I). Aumento de eventos setoriais focados em tecnologia e inovação: TecnoAgro, Showtec, etc. |
Maior visibilidade nacional para MS no agro inovação. Produtores começam a adotar tecnologias de precisão, genética, manejo ambiental mais rigoroso, sustentabilidade. |
|
2024-2025 |
Intensificação de investimento em ciência & tecnologia no agro: por exemplo, em 2025 o investimento público saltou para ~ R$ 45 milhões, contra ~R$ 16,8 milhões ano anterior, focado em biotecnologia, rastreabilidade, mudanças climáticas. Realização de eventos-vitrine com forte apelo tecnológico e sustentável: Pantanal Tech 2025 destaca integração produção-sustentabilidade, uso de vitrines tecnológicas, lançamento de desafios de inovação, etc. TecnoAgro 2025, investimento em pesquisa agrícola para novas variedades (soja, milho, sorgo, carinata) na região da Costa Leste. Fortalecimento dos ambientes locais de inovação com editais da Semadesc/Fundect, apoio aos ecossistemas de municípios. |
Propriedades rurais com maior acesso a tecnologias, maior uso de dados, genética e melhoramento, práticas mais sustentáveis (manejo de água, conservação de solo, controle ambiental). MS se fortalece no cenário nacional como estado inovador no agro, especialmente em ciência aplicada, rastreabilidade, certificações, produção sustentável, economias de carbono. |