Oportunidades e Desafios
Mesmo com tantos avanços, há também desafios que precisam ser superados para que o agro de MS continue inovando de forma sustentável e inclusiva até 2025 em diante:
- Capilaridade e acesso: muitos pequenos e médios produtores ainda não têm acesso às tecnologias mais avançadas, ou não sabem como incorporá-las para otimizar custos/benefícios.
- Infraestrutura: conectividade (internet de alta velocidade), energia, estradas, logística etc. Em áreas mais remotas, essas carências atrasam a adoção de soluções digitais, sensores, automação.
- Capacitação: formação técnica, extensão rural, educação superior aplicada, profissionalização no uso de dados, interpretação de resultados, gestão moderna.
- Financiamento e risco: muitas inovações requerem capital inicial, e nem sempre há mecanismos de financiamento acessíveis ou seguros para quem vai implantar algo novo. Também risco de mercado, regulatório, climático.
- Legislação, certificação, mercado: exigência cada vez maior de certificações (ambiental, sanitária, de rastreabilidade); regimes regulatórios (uso de defensivos, normas ambientais) que podem tanto favorecer quanto representar entraves dependendo de aplicação.
Com base nos movimentos que já estão em curso, estas são algumas projeções de como deve estar, em 2025, o estado da tecnologia/inovação no agro de MS:
- Os ecossistemas locais de inovação devem ser 12 ou mais municípios com arranjos maduros, com governança mais articulada, recursos contínuos de fomento, hubs/incubadoras funcionando plenamente, startups agrícolas locais com produtos em uso real. De fato, já há chamadas que citam 11 ecossistemas municipais.
- A produtividade das lavouras tem aumento mais expressivo, não só por expansão de área, mas por ganhos de produtividade por hectare, via genética, precisão, automação, irrigação otimizada, monitoramento digital.
- A pecuária vai incorporar práticas cada vez mais avançadas de rastreabilidade, melhoramento genético, bem-estar animal, menor pegada de carbono, uso de tecnologias de sensores e IoT para monitoramento de rebanhos.
- Sustentabilidade integrada vai deixar de ser “um diferencial” para ser exigência de mercado: rastreabilidade, certificações ambientais e de carbono, conservação de biomas (Pantanal, Cerrado), uso responsável de água, manejo de resíduos (incluindo defensivos). O mercado de crédito de carbono tende a ter papel mais visível para produtores que praticam conservação ou regeneração de biomas.
- A economia digital no campo (ferramentas baseadas em IA, machine learning, predições climáticas, uso de satélites e drones para monitoramento, softwares de gestão rural etc.) vai se tornar cada vez mais comum e acessível.
- Mais integração entre pesquisa/aplicação: experimentações de campo (unidades demonstrativas, fazendas modelo), transferência tecnológica intensa, universidades regionais atuando de forma aplicada, extensão rural com forte base tecnológica.
- Os eventos de inovação, feiras e vitrines tecnológicas continuam sendo espaços cruciais para demonstração de novos produtos, troca de conhecimento e atração de investimentos; possivelmente haverá também crescimento de incubadoras, parques tecnológicos ligados ao agro, hubs de bioeconomia etc.
- Políticas públicas devem se concentrar em consolidar os ecossistemas existentes, ampliar suporte para municípios menores, simplificar processos regulatórios para inovação, e incentivar investimentos privados.
Consultor de Inovação do Estado de Goiás do MAPA CONECTA:
Com o propósito de assegurar a adequada comunicação e a efetiva articulação entre os diferentes atores que compõem o ecossistema de inovação de Mato Grosso do Sul e o governo federal, representado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a MSc. Agnês Markiy Odakura exerce a função de consultora de inovação.
Sua atuação reveste-se de caráter estratégico para o êxito do projeto de fortalecimento do ecossistema, cabendo-lhe a responsabilidade de planejar e conduzir agendas institucionais, bem como coordenar atividades integradas junto às entidades parceiras e ao MAPA. Nesse contexto, desempenha o papel de facilitadora do processo de governança, promovendo a interlocução qualificada, a convergência de esforços e a consolidação de parcerias voltadas à inovação agropecuária e ao desenvolvimento regional sustentável.
Referências:
SEMADESC. Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação. https://www.semadesc.ms.gov.br/exportacoes-de-ms-somam-us-724-bilhoes-ate-agosto-e-carne-bovina-cresce-437-no-acumulado-do-ano/. Acesso em 06 de set. 2025.
FUNDECT. Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino,Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul. https://www.fundect.ms.gov.br/produtividade/ . Acesso em 10 de set. 2025.
IAGRO. Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal.https://www.iagro.ms.gov.br/tecnologia-inteligencia-e-acao-iagro-apresenta-o-modelo-de-ms-para-a-defesa-sanitaria-animal-na-pantaltech-2025/ . Acesso em 10 de set. 2005.
FUNTRAB. Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul, um órgão estadual vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). https://www.funtrab.ms.gov.br/mato-grosso-do-sul-tem-nove-polos-de-inovacao-cientifica-e-tecnologica/. Acesso em 04 de ago. 2025.
SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.https://ms.agenciasebrae.com.br/cultura-empreendedora/desafio-pantanal-tech-2025-revela-propostas-vencedoras-e-impulsiona-inovacao-em-ms/; Acesso em 30 de ago. 2025.
SISTEMA FAMASUL. Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul. https://portal.sistemafamasul.com.br/noticias/proje%C3%A7%C3%A3o-para-2025-aponta-ms-no-topo-do-crescimento-agropecu%C3%A1rio-nacional . Acesso em 04 de ago.2025.