Notícias
Brasil reforça papel estratégico da mineração na transição energética durante evento na China
As boas práticas brasileiras na área da mineração foram apresentadas entre os dias 23 e 28 de outubro, em Tianjin, na China. Durante o China Mining 2025, um dos maiores eventos do setor no continente asiático, a superintendência de Fiscalização e a superintendência de Outorga da Agência Nacional de Mineração (ANM) reforçaram o papel do Brasil na transição energética global e a transparência dos sistemas estratégicos da agência.
O superintendente de Fiscalização da ANM, Fernando Drummond, destacou alguns minerais críticos para a transição energética que têm presença relevante no território brasileiro. Dentre eles, terras raras, lítio, grafita, níquel e cobre — elementos fundamentais para veículos elétricos, energia renovável, baterias, infraestrutura de energia limpa e tecnologias avançadas.
"A demanda global está crescendo exponencialmente e o Brasil está estrategicamente posicionado para suprir essa demanda com nosso potencial geológico, estrutura regulatória e compromisso com a sustentabilidade", ressaltou Drummond durante apresentação realizada no evento.
|
No que diz respeito especificamente às terras raras, o Brasil identificou 60 potencialidades para exploração desses elementos, com projetos concentrados nos estados do Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Paraíba, Mato Grosso e Tocantins. Esse conjunto representa um dos maiores grupos de projetos em estágios ativos de pesquisa e desenvolvimento de terras raras fora da China.
“Esse cenário posiciona o Brasil como um futuro grande fornecedor global de minerais críticos”, destacou o superintendente.
Além dos minerais estratégicos, Drummond também enfatizou o papel do minério de ferro na cadeia produtiva de produtos-chave da transição energética. O insumo é essencial para a fabricação de turbinas eólicas e veículos elétricos, que demandam grandes quantidades de aço.
Participação brasileira
A exposição brasileira integrou o Fórum da Iniciativa Cinturão e Rota, parte do Seminário de Gestão de Geologia e Recursos Minerais para Autoridades de Países em Desenvolvimento, realizado durante a 27ª edição do China Mining.
A comitiva nacional contou também com representantes da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e com a participação do engenheiro de minas da ANM, Mathias Heider, responsável por consolidar os dados de economia mineral das apresentações.
“Eventos como esse representam uma oportunidade valiosa de trocar experiências e fortalecer os processos da ANM. Agradecemos o acolhimento das autoridades chinesas e de todos os participantes”, destacou Drummond.
Sistemas digitais e transparência nos processos
Finalizando a participação brasileira, o superintendente de outorga Cláudio Freire apresentou os regimes brasileiros de concessão minerária e as ferramentas digitais da ANM que promovem a transparência no setor. Entre elas, a Plataforma de Geoinformação, que permite a visualização interativa de direitos minerários, downloads de dados vetoriais e sobreposições de infraestrutura; e o sistema SIGMINE, que possibilita buscas por tipo de mineral, localização e regime de exploração.
“Os dois sistemas são de acesso público, tornando o Brasil uma das jurisdições minerárias mais transparentes do mundo”, destacou Freire.
|
Iris Vasconcellos Guimarães — ASCOM da Agência Nacional de Mineração

