ANA define regras para permitir visualização do Salto do Yucumã nos fins de semana

Em cerimônia no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, em Porto Alegre, em 6 de fevereiro, o diretor da Área de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Ney Maranhão, entregou a Resolução ANA nº 4/2018 para o governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, e para o governador da Província de Misiones, na Argentina, Hugo Passalacqua. Válido até 16 de julho, este documento estabelece regras para operação da usina hidrelétrica (UHE) Foz do Chapecó, no rio Uruguai, para que o Salto do Yucumã fique visível nos fins de semana, atendendo ao turismo da região. 

De acordo com a Resolução nº 4/2018, em períodos de baixas vazões afluentes ao reservatório da hidrelétrica Foz do Chapecó, a descarga (vazão liberada) da usina deverá ser igual ou inferior a 1.000m³/s das 12h da sexta-feira até 12h do domingo de cada semana. Este tipo de regra para reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos é definido pela Agência Nacional de Águas em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), conforme a Lei nº 9.984/2000, que criou a ANA. 

Ainda segundo o documento da Agência, a Foz do Chapecó Energia S/A, empresa que opera a hidrelétrica, deverá informar à Secretaria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Sul (SEMA) a programação de defluências (vazões liberadas) da usina entre 12h de sexta e 12h de domingo. Este informe deve ser feito semanalmente até as 12h de quinta-feira e tem que indicar se está caracterizado um período de baixas vazões afluentes. Em caso positivo, a operadora do reservatório também deverá informar a vazão defluente máxima prevista para o período. 

Caro seja necessário operar a UHE Foz do Chapecó para controle de cheias ou para garantir o suprimento de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) durante um período de baixas vazões afluentes ao reservatório, a empresa Foz do Chapecó Energia S/A deverá informar imediatamente à ANA e à SEMA sobre a necessidade de elevar a vazão defluente acima do máximo previsto para este tipo de evento. 

Para tomar a decisão de propor novas regras de operação da UHE Foz do Chapecó, a Agência levou em consideração a importância de conciliar os usos múltiplos da água do rio Uruguai – no caso, a geração hidrelétrica e o turismo. Por isso, a ANA levou em conta a importância da usina para geração de energia para o SIN e as discussões no Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) sobre a importância turística do Salto do Yucumã para o Rio Grande do Sul. 

UHE Foz de Chapecó

A hidrelétrica Foz do Chapecó fica na calha do rio Uruguai entre os municípios de Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS). Estre aproveitamento hidrelétrico tem quatro unidades geradoras e possui uma potência de 855.000 KW. 

Salto do Yucumã

O Salto do Yucumã está dentro do Parque Estadual do Turvo, no município de Derrubadas (RS), e tem 1.800 metros de extensão com quedas d’água de até 12 metros de altura no curso do rio Uruguai na divisa entre Brasil e Argentina. Esta atração é uma das maiores quedas longitudinais do planeta. O nome “Yucumã” vem do tupi-guarani e significa “Grande Roncador”, devido ao som emitido pelas quedas d’água.

Região Hidrográfica do Uruguai

A Região Hidrográfica Uruguai ocupa cerca de 3% do território brasileiro, abrangendo porções dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A região possui atividades agroindustriais desenvolvidas e grande potencial hidrelétrico. O clima é temperado, com chuvas distribuídas ao longo de todo o ano, mas com maior concentração no inverno (maio a setembro). Saiba mais sobre a RH Uruguai no relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Especial Regiões Hidrográficas. 

O principal curso d’água da Região Hidrográfica é o rio Uruguai, que nasce entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul no encontro dos rios Pelotas e Canoas. Daí o manancial faz a divisa entre os dois estados até fazer a fronteira entre o território gaúcho e a Argentina. Depois o rio Uruguai faz divisa entre Argentina e Uruguai até se encontrar com o rio Paraná, formando o rio da Prata próximo à capital argentina Buenos Aires e à cidade uruguaia de Colônia do Sacramento.