Ministra Esther Dweck acredita que Concurso Nacional vai revitalizar os quadros federais ao promover a diversidade

Para a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) representa um grande passo rumo à revitalização dos quadros de servidores federais, rumo à criação de uma “burocracia com a cara do Brasil”, refletindo a diversidade do país. Ao participar do programa “Bom Dia, Ministra”, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), nesta quinta-feira (11/04), a gestora destacou que o novo mecanismo de seleção está indo além de recompor quadros ao agregar diversidade regional, etária e étnico-racial à administração federal, diversificando o perfil do serviço público da União.

As provas do CPNU serão aplicadas em 5 de maio, em 228 cidades de todos os estados brasileiros. Serão disputadas 6.640 vagas em diversos órgãos federais, e o chamamento dos aprovados começará logo em seguida, ainda este ano, segundo Dweck. “Nossa expectativa é que, a partir de 5 de agosto, as pessoas entrem [no serviço público] ”, disse a ministra. Ela explicou que está sendo preparado, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), um curso de formação com cinco grandes blocos de conhecimentos. “A gente vai fazer um curso de formação para todo mundo que está entrando agora”, destacou.

“Nosso objetivo, obviamente, não é selecionar alguém que já vai saber o que fazer no serviço público. Estamos selecionando pessoas que têm capacidade de aprender, que vão se dedicar ao trabalho, mas é importantíssimo que tenham essa formação inicial para entender, desde o início, que estão entrando para servir a população, que vão fazer um trabalho de dedicação aos outros. É muito importante que elas já entrem no serviço público com essa visão”, defendeu a ministra.

Além desse curso de formação de aspecto mais amplo e geral, há vagas do CPNU que já previam cursos de formação em áreas específicas, antes da efetiva assunção das atividades pelos aprovados. Nesses casos, os selecionados só deverão assumir efetivamente os cargos em 2025.

Perfis 

Segundo a ministra da Gestão, a concentração de candidatos na faixa etária entre 20 e 44 anos (80,3% dos candidatos) está alinhada às perspectivas que já haviam sido traçadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). “São pessoas que estão na fase de entrada no mercado de trabalho ou de consolidação de carreira. Algumas podem estar em um bom emprego no setor privado, mas acabam vendo a oportunidade de mudança de carreira com o concurso público”, analisou.  

Esther Dweck disse que o ingresso de profissionais oriundos do setor privado traz perspectivas positivas. “É muito bacana quando vem gente na iniciativa privada, com uma visão que também ajuda o setor público. Essa troca é muito importante. Tanto as pessoas que estão vindo com essa bagagem do setor privado como as pessoas que vêm de outras áreas de serviço público e os jovens recém-formados, em geral, são pessoas que acrescentam muito, que fazem parte também desse processo essencial de diversidade”, reforçou a ministra da Gestão. 

Novos concursos 

Na entrevista dessa quinta, Esther Dweck ainda informou que novos concursos deverão ser autorizados ainda este ano . Ela apontou que o Concurso Unificado deverá se repetir regularmente, no futuro. A ministra também disse que os candidatos aprovados em concursos anteriores, com vaga garantida, deverão ser convocados ainda este ano.  

“Em breve devo autorizar alguns novos concursos. Estamos estudando se eles serão feitos de forma individual ou em um novo concurso unificado, se tivermos o número de vagas suficientes para isso”, explicou a ministra. A realização regular de concursos públicos é importante para suprir os órgãos federais de mão de obra, de forma eficaz, de acordo com análises de dimensionamento da força de trabalho, respeitando critérios de reposição de servidores para assegurar a continuidade dos serviços públicos prestados. 

Modelo inovador 

Maior concurso já realizado na história do país, o CPNU é um modelo inovador de seleção de servidores públicos, que consiste na realização conjunta de concursos públicos para o provimento de cargos públicos efetivos no âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, mediante a aplicação simultânea de provas em todos os estados e no Distrito Federal. Toda essa iniciativa é coordenada pelo MGI. 

O objetivo é promover igualdade de oportunidades de acesso aos cargos públicos efetivos; padronizar procedimentos na aplicação das provas; aprimorar os métodos de seleção de servidores públicos, de modo a priorizar as qualificações necessárias para o desempenho das atividades inerentes ao setor público; e zelar pelo princípio da impessoalidade na seleção dos candidatos em todas as fases e etapas do certame.