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Mulheres das Águas
Mulheres das Águas: Kátia Cristina é a ganhadora na categoria “Pesquisa em Pesca e Aquicultura”
Nascida em Recife, Kátia Cristina de Araújo e Silva tomou gosto pelo mar desde criança. Em grande parte, foi influenciada pelo pai, que era pescador de lagosta em São José da Coroa Grande, em Pernambuco. Desde então, já são anos dedicados à pesquisa na pesca, com inúmeros trabalhos realizados.
Nem mesmo a doença de Huntington conseguiu afastá-la da vida de pesquisadora, pois continua contribuindo para a produção de conhecimento na área. Não por acaso, foi escolhida como ganhadora da 2ª edição do Prêmio Mulheres das Águas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) na categoria "Pesquisa".
Kátia graduou-se em engenharia de pesca pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em 1990. Três anos depois, concluiu especialização em Aquicultura pela mesma instituição. Já em 2002, terminou mestrado em Ciência Animal e, em 2012, o doutorado em Recursos Biológicos da Zona Costeira Amazônica, ambos pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Entre 1994 até 2002, Kátia atuou como pesquisadora no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Neste período, colaborou na fundação e coordenação do Laboratório de Crustáceos do Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira do Norte do Brasil (Cepnor), que atualmente conta com uma das maiores coleções carcinológicas da Amazônia.
A partir de 2002, a pesquisadora passou a integrar a Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), hoje Universidade Federal Rural da Amazônia. Além de atuar como professora, manteve-se ativa na pesquisa, com foco na biodiversidade dos recursos pesqueiros da Amazônia em seus diversos ecossistemas.
Durante toda a sua trajetória profissional, contribuiu para a formação de engenheiros de pesca e na orientação de alunos da graduação e pós-graduação, com destaque para o repasse de suas experiências com crustáceos. Também teve relevantes trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais, contabilizando mais de 120 artigos e vários livros. Entre eles, destacam-se os trabalhos de sistemática, bioecologia e dinâmica de populações de crustáceos do litoral amazônico e as publicações relacionadas ao camarão da costa norte do Brasil para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
E o Prêmio Mulheres das Águas não é a primeira homenagem que Kátia recebe. Em 2023, ela foi capa da revista Acta Fisheries and Aquaculture, recebeu o título de sócia benemérita da Associação dos Engenheiros de Pesca dos Estados do Pará e Amapá e a Medalha do Mérito da Engenharia de Pesca da Federação do Engenheiros de Pesca do Brasil.
Kátia e as outras 9 ganhadoras do Prêmio Mulheres das Águas vão ser homenageadas em uma cerimônia especial no dia 25 de março, em Brasília.