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Sudeco Participa dos 10 Anos do Monitor de Secas
Nos dias 21 e 22 de agosto, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), representada por Camila Girão, chefe de gabinete, e João Paulo Cabral, assessor técnico, participou do 1º Seminário Nacional de Avaliação e Acompanhamento, em comemoração aos 10 anos do Monitor de Secas, realizado em Fortaleza. A abertura do evento contou com a presença de Verônica Sánchez da Cruz Rios, diretora-presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA); de Ramon Rodrigues, Secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, representando o governador Elmano de Freitas; de Eduardo Martins, presidente da FUNCEME; de Giuseppe Vieira, secretário nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR); de Paulo Câmara, presidente do Banco do Nordeste; e do gerente de Meio Ambiente, Recursos Naturais e Economia Azul para a América Latina do Banco Mundial.
O Brasil é reconhecido internacionalmente como o país com a maior disponibilidade hídrica do mundo, possuindo 12% da água doce do planeta. No entanto, o território brasileiro tem enfrentado seca em todos os meses desde julho de 2014, quando teve início o acompanhamento do fenômeno pelo Programa Monitor de Secas, coordenado pela ANA e apoiado por uma rede de instituições federais, estaduais e distritais.
Com o objetivo de avaliar as ações já realizadas pelo programa e discutir o futuro da iniciativa, a ANA e a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), por meio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), realizaram o Seminário, que contou com a presença de especialistas nacionais e estrangeiros sobre o tema.
A diretora-presidente da ANA, Verônica Rios, destacou a importância do Monitor de Secas ao combinar uma visão regional e nacional simultaneamente. “A importância de termos um programa consolidado como o Monitor de Secas, validado por cada uma das 60 instituições que compõem a rede, é exatamente permitir a incorporação do olhar local, validado por uma metodologia nacional”, enfatizou Verônica Rios.
De acordo com Camila Girão, as palestras abordaram o processo do Monitor desde que a ANA assumiu a coordenação do projeto, destacando a importância de trabalhar de forma preventiva. “No que diz respeito ao acompanhamento das secas no Brasil, percebi a diferença entre gestão de riscos e gestão de crises. A gestão de riscos é mais eficiente e eficaz do que a gestão de crises. Enquanto a gestão de crises demanda grandes recursos para conter um problema ou desastre, a gestão de riscos envolve ações preventivas que investem em mitigação. Utilizar esse tipo de prevenção é fundamental para trabalhar de forma mais efetiva, minimizando os riscos e tomando decisões baseadas em evidências”, afirmou.
Monitor de Secas
O Monitor de Secas realiza o acompanhamento contínuo da severidade das secas no Brasil, com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados a curto e longo prazo. Os impactos de curto prazo refletem déficits de precipitações recentes de até seis meses, enquanto impactos de longo prazo consideram períodos superiores a seis meses. Essa ferramenta tem sido essencial para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site http://monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.
O principal produto do projeto é o Mapa do Monitor, elaborado mensalmente com a colaboração dos estados integrantes e de uma rede de instituições parceiras, que desempenham diferentes papéis na sua elaboração. A ferramenta permite comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal mês a mês. O processo de expansão da iniciativa foi concluído com a inclusão do Amapá no Mapa do Monitor em dezembro de 2023.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada em modelos de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, elaboração dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação pelos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, considerando as categorias de seca em uma determinada área em relação ao próprio histórico da região.
Por Thamy Frisselli