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Sudeco marca presença na apresentação dos dados do TerraClass, na Embrapa
No dia 1º de agosto, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste esteve presente na cerimônia de apresentação de dados do projeto terraClass, na Embrapa. Representando a Sudeco, estiveram presentes Renato Jorge Brown, diretor de Planejamento e Avaliação (DPA) e Raimundo da Costa Veloso Filho, diretor de Implementação de Programas e Gestão de Fundos (DIPGF). O evento também teve a presença de João Paulo Ribeiro Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, representando a ministra Marina Silva; do ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro; da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos e de Daniel Dias Pereira, diretor operacional do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
O projeto TerraClass identifica novos mapeamentos que qualificam a cobertura e o uso da terra em áreas desflorestadas nos biomas Amazônia e Cerrado, mostrando a tendência de expansão da agricultura sobre áreas antes ocupadas por pastagens e de processos de intensificação da produção agrícola, com mais de uma safra anual.
Os dados atualizados para os dois biomas, cobrindo os anos 2018, 2020 e 2022, foram gerados pela Embrapa e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgados, durante o evento. Iniciados em 2008 na Amazônia e depois expandidos para o Cerrado, os mapeamentos do TerraClass trazem a identificação das principais modalidades de cobertura e uso da terra estabelecidas nas áreas desflorestadas na região, detectadas pelo programa de monitoramento do desmatamento por satélite (Prodes) do Inpe, como vegetação secundária, culturas agrícolas, pastagens, áreas urbanas, entre outras.
A partir da série histórica e do uso de ferramentas digitais, disponíveis no GeoPortal TerraClass, é possível analisar as transições ocorridas ao longo do tempo e melhorar o entendimento sobre os fatores condicionantes e determinantes dos processos de desflorestamento. “O objetivo é disponibilizar ao Estado Brasileiro dados referentes a estes dois biomas que, juntos, recobrem mais de 70% do território nacional”, afirma Júlio Esquerdo, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e um dos coordenadores do projeto.
Segundo Renato Jorge, o esforço dos três ministérios produz um mapeamento preciso do estado do bioma cerrado, dando possibilidade de se fazer ou de se promover um crescimento sustentável. “O cerrado está no Centro-Oeste, então está justamente na área de atuação da Sudeco, de certa forma, o TerraClass é um instrumento positivo até para as políticas da Autarquia, uma vez que o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) atua fortemente nesta área do agro”.
Para a ministra Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovações, o trabalho conjunto da Embrapa e Inpe contribui para o debate fundamental sobre o uso e gestão da terra. Segundo ela, não há como conter o desmatamento sem também buscar alternativas de sustentabilidade, de geração de emprego e renda, para garantir uma visão de inclusão para além do impacto ambiental. “Nosso robusto sistema de monitoramento nos coloca como potência científica para atender as exigências do mundo contemporâneo”, ressaltou.
Clezio Marcos De Nardin, diretor do Inpe, destaca a cadeia de desenvolvimento de novos satélites e tecnologias por trás do projeto. “Nós já conseguimos desenvolver uma nova classe de satélites, menores e mais baratos, que atendem à necessidade de monitoramento da Amazônia. A perspectiva é começar a lançar satélites de imageamento de 10 a 15 metros, que justamente vão contribuir para o que nós estamos usando agora no TerraClass".
O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, destacou a importância da agricultura e o meio ambiente caminharem juntos. “É possível mostrar que tem formas de produzir cada vez mais e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo. É daí que nasce o programa nacional de conversão de pastagens e o TerraClass será ferramenta fundamental, direcionando a política pública”, completou.
Programa nacional
A Embrapa e Inpe planejam ampliar o trabalho de mapeamento do uso e da cobertura da terra englobando todos os biomas brasileiros, com o TerraClass Brasil. Para a presidente Silvia Massruhá, da Embrapa, o projeto oferece a oportunidade de termos dados e informações oficiais. “Aprimoramos a metodologia neste trabalho e é importante que ele evolua para um programa nacional e permanente, para ter sustentabilidade e expandir os mapeamentos para os outros biomas”.
Por Thamy Frisselli