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Integração regional e tecnologia: chave para o futuro das MPMEs no Mercosul
Os países do Mercosul, de forma conjunta, cooperativa e coordenada, devem desenvolver competências no ambiente digital para a transformação das MPMEs, trazendo mais competitividade, inovação e inclusão produtiva e social. Esse foi o foco do debate intenso promovido nesta quinta-feira (14), no webinar “Transformação digital na era da Inteligência Artificial (IA): fortalecendo as MPMEs do MERCOSUL para um futuro competitivo”, iniciativa do Grupo Ad-Hoc de Micro, Pequenas e Médias Empresas (GAHMPMEs) da Presidência Pró-Tempore Brasileira do Mercosul (PPT-B), e atualmente sob a coordenação do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP)
Representantes governamentais de alto nível, diretamente envolvidos com projetos e ações dos países participantes, apresentaram, em dois painéis, suas experiências e boas práticas, apontando entraves, conquistas e soluções para o fortalecimento dos pequenos negócios. O evento resultará na elaboração de uma publicação técnica contendo recomendações para o desenho e implementação de políticas públicas regionais que fortaleçam o papel das MPMEs na economia digital.
“Este webinário é dedicado a um tema que, sem dúvida, marcará o rumo do desenvolvimento produtivo em nossa região: a inteligência artificial aplicada às MPMEs. Estamos vivenciando um momento histórico. A Inteligência Artificial não é uma promessa futura, é uma ferramenta concreta redefinindo indústrias, empresas, processos, abrindo mercados que pareciam inalcançáveis. E a cooperação regional pode trazer resultados tangíveis”, disse, abrindo o evento, Luciana Mancini, Chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MEMP, Brasil, e chair do Grupo Ad Hoc do Grupo de Micro, Pequena e Médias Empresas (GAHMPMEs da Presidência brasileira do Mercosul (PPT-B) 2025.
Para uma MPME, a IA pode significar redução de custos, antecipação de tendências de consumo, melhoria da gestão de estoques, otimização de campanhas de marketing ou até mesmo a exportação de produtos e serviços para mercados que antes pareciam inalcançáveis. A digitalização é um verdadeiro motor de competitividade e inclusão.
“No âmbito do GT de MPMEs do Mercosul, acreditamos ser fundamental articular os esforços dos Estados Partes para impulsionar a cooperação tecnológica e empresarial, fomentar o intercâmbio de boas práticas e promover a formação de capacidades humanas, de modo que a inteligência artificial não seja vista como um luxo, mas sim como uma ferramenta cotidiana e acessível para as nossas empresas”, acrescentou Mancini.
PAINEL 1 – ‘Inteligência Artificial, Produtividade e Capacitação nas MPMEs: Soluções Práticas para a Inclusão Digital’ foi o tema do painel 1, com moderação de Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br/NIC.br.
A discussão abordou casos de uso acessíveis, tecnologias emergentes, instrumentos de apoio à digitalização e políticas para o desenvolvimento de competências digitais, com foco na inclusão produtiva e nos desafios regionais de acesso à tecnologia e qualificação.
Para a chefe de Estratégias, Políticas de Comércio e Investimento, Centro de Comércio Internacional (ITC), Barbara Oliveira Ramos, um ambiente de negócios favorável, em ação coordenada entre os países do Mercosul, capacitação, gestão e conexão com o digital significam um salto de desenvolvimento, sendo que, quando isso não ocorre, é apenas um esforço de sobrevivência. “Por isso, os governos têm que apoiar os pequenos empreendedores para dar oportunidades a todos. Precisamos compartilhar sucessos e falhas de forma conjunta.” [ALTERAÇÃO: mantida citação, reforçando que dados dela vêm de estudo de competitividade]
Já Pierangela Sierra, advogada eTrade for Women para América Latina e Caribe, Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), falou a respeito do Empreende Pró-Mulher para sanar o ‘gap’ de gênero nos países da América Latina. “Mulheres em diferentes contextos de vulnerabilidade possuem baixa conectividade, mas todas têm um celular, e pelo whatsapp aprendem a vender seus produtos, com um saldo de 79% de mulheres formadas.” Na sua opinião, o maior desafio é transformar capacitação e conectividade em acessibilidade em todos os níveis para combater o analfabetismo digital.
REALIZAÇÃO – O evento foi realizado e concebido pelo MEMP, como coordenador nacional do GAHMIPYMES da Presidência brasileira do Mercosul, em parceria com o Cetic.br/NIC.br e com apoio da CEPAL.