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DataClima+: MCTI apresenta plataforma nacional integrada para transparência climática na COP30
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) apresentou nesta sexta-feira (21) o DataClima+, o novo Sistema Nacional de Transparência Climática do Brasil. A plataforma, que está em desenvolvimento, representa um marco na gestão de dados climáticos, à medida que centralizará em um único ambiente as principais informações relacionadas à mudança do clima no País. Os dados serão utilizados para a elaboração dos relatórios bienais de transparência, que, a partir de 2024, devem ser submetidos à Convenção do Clima a cada dois anos.
O DataClima+ é um projeto executado pelo MCTI, com apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
O sistema modular integrado DataClima+ será composto por cinco módulos orientados ao atendimento das regras da Estrutura de Transparência Aprimorada do Acordo de Paris. O sistema apresentará as informações do Inventário Nacional de emissões de gases de efeito estufa e do acompanhamento das metas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). Os demais módulos apresentarão informações sobre adaptação à mudança do clima, envolvendo vulnerabilidades, riscos e impactos climáticos; e de políticas públicas, como cenários de implementação de políticas de mitigação e adaptação. O item meios de implementação, que abrange, financiamento climático, transferência de tecnologia e capacitação recebidos e necessários, também será um módulo.
“O País passará a contar com uma infraestrutura única de dados climáticos que garante qualidade, consistência e segurança das informações. Essa é mais uma ação, uma resposta concreta do Brasil para atender aos compromissos internacionais e contribuir para a construção da confiança e da reputação na área climática”, afirma a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé.
O projeto é financiado com US$ 4,2 milhões da Iniciativa para Construção de Capacidades para Transparência (CBIT) do GEF. Este é o maior aporte concedido pelo fundo a um único projeto de fortalecimento de capacidades nacionais. O governo brasileiro contribui com cofinanciamento.
A plataforma operará conjugando tecnologia, governança e capacitação. Por meio desse projeto, o MCTI vai criar a infraestrutura tecnológica escalável, que pode ser expandida conforme a necessidade, capaz de receber os dados para compor os cinco módulos descritos anteriormente e integrar as bases de dados dos sistemas existentes (Sirene, AdaptaBrasil, Sinapse e outras). A infraestrutura vai permitir análises avançadas, inclusive com a utilização de inteligência artificial.
“A construção do DataClima+ marca o início de uma nova era na governança climática brasileira. Reunimos tecnologia de ponta, processos robustos e, acima de tudo, pessoas capacitadas para transformar dados em ações concretas pelo clima”, destaca o coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, Márcio Rojas, unidade responsável pela implementação do projeto.
A construção do sistema modular integrado demandará a efetivação de arranjos institucionais permanentes que garantirão o fluxo contínuo de dados, políticas claras de acesso, ciclo de vida dos dados e interoperabilidade entre as bases de dados do País. A medida é muito importante para garantir o fornecimento de dados primários sobre clima necessários para cada um dos módulos.
O projeto atuará ainda em programas de formação para servidores públicos, pesquisadores e sociedade civil, ampliando o uso responsável e qualificado das informações.
A apresentação do DataClima+ ocorreu durante o painel Mudanças Climáticas no Brasil: O Que Podemos e No Que Devemos Avançar, nesta sexta-feira (21), no pavilhão do Brasil na Zona Verde, auditório Uruçu, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança de Clima (COP30), em Belém (PA). A transmissão está disponível no Youtube.
Os módulos que serão construídos estarão disponíveis no site dataclima.mcti.gov.br.