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Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2025 reconhece pesquisas sobre segurança alimentar e mudanças climáticas
Foto: Luara Baggi (Ascom/MCTI)
Na última sexta-feira (19), pesquisadores contemplados receberam o Prêmio MERCOSUL de Ciência e Tecnologia (C&T) de 2025, dispositivo que reconhece trabalhos com soluções inovadoras na ciência. Com o tema “Segurança Alimentar no Contexto das Mudanças Climáticas”, o Prêmio é promovido pela RECYT — Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do Mercosul, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
O Prêmio contemplou cinco categorias — Iniciação Científica, Estudante Universitário, Jovem Pesquisador, Pesquisador Sênior e Integração — com premiações que variam de R$ 20 mil a R$ 60 mil, totalizando R$ 200 mil em recursos, além de troféus e placas. Voltado a estudantes e pesquisadores nacionais ou residentes nos países membros e associados do Mercosul, o prêmio reconhece trabalhos individuais ou em equipe, elaborados em português ou espanhol e orientados para desafios da região. Todos os trabalhos premiados e agraciados com menção honrosa têm publicação assegurada, conforme regulamento.
Representando a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do MCTI, Daniel Almeida Filho, ressaltou o caráter estratégico do prêmio e a urgência do tema escolhido para a edição. Segundo ele, as mudanças climáticas já impactam diretamente a produção de alimentos e a saúde das populações, sobretudo das mais vulneráveis.
“As mudanças climáticas já não são uma previsão distante, elas estão presentes no nosso cotidiano, impactando a produção de alimentos, a saúde das populações, o modo de vida das comunidades nacionais e, de forma ainda mais severa, as populações em situação de vulnerabilidade”, afirmou.
O secretário destacou ainda a relação direta entre alimentação adequada e saúde pública. “Não existe saúde sem alimentação adequada e não existe alimentação adequada sem sistemas produtivos resilientes, sustentáveis e inclusivos.” Ao se dirigir aos premiados, Daniel Almeida Filho enfatizou a importância da persistência na trajetória científica, especialmente entre estudantes e jovens pesquisadores. “A ciência nem sempre é um caminho fácil. Há momentos de frustração, de falta de recursos, de resultados que não saem como esperado.”
Reconhecimento à iniciação científica
Vencedora da categoria Iniciação Científica, com o projeto “FiltroPinha: dos Resíduos aos Recursos”, Beatriz Vitória da Silva é estudante da daEscola Técnica Estadual Professor Paulo Freire. Em sua fala, a estudante destacou as dificuldades enfrentadas durante o desenvolvimento do projeto e o caráter coletivo da conquista. “Eu não tenho nem palavras para demonstrar o quanto gratificante está sendo receber esse prêmio. Porque foi muito difícil chegar aqui, não foi fácil desenvolver esse projeto. Eu e minha equipe, a gente passou por muitas dificuldades.”
Ela afirmou que o reconhecimento ultrapassa o âmbito individual: “Essa premiação não é sobre mim, não é uma premiação que vem para mim. Mas é uma conquista para toda a minha comunidade.”
Foram premiados ainda, na categoria Jovem Pesquisador, Lucas Assis Atílio, com o projeto “Impacto da Mudança Climática sobre a Segurança Alimentar do Mercosul”; na categoria Estudante Universitário, Mateus Gama Ribeiro, com o projeto “Saberes Tradicionais e Inovação Sustentável: Secador Solar Infravermelho para Fortalecimento Cultural e Competitividade de Comunidades Tradicionais no MERCOSUL; na categoria Pesquisador Sênior, Maria Aderuza Horst, com o projeto “Genômica Nutricional e Justiça Alimentar: Estratégias Científicas para promover Intervenção Nutricional para Redução de Fatores de Risco Cardiometabólico”.
Além disso, receberam menção honrosa, na categoria Iniciação Científica, a estudante Juliane dos Anjos Silva, com o trabalho “Uso de Inteligência Artificial e Tenologias Digitais para Mitigação de Desastres Naturais e Segurança Alimentar”; na categoria Estudantes Universitário, Marcos Vinicius Gomes da Cruz, com o projeto “Entre Semiários: Traçando Caminhos para a Reaplicabilidade das Tecnologias Sociais do Semiárido para outros territórios Latino-Americanos"; na categoria Jovem Pesquisador, Anna Paula Azevedo de Carvalho, com o trabalho “Compostos Bioativos de Resíduos Vegetais Nativos do Brasil e do Mercosul: Evidências Antimicrobianas em Alimentos e Perspectivas para Segurança Alimentar” e na categoria Pesquisador Sênior, Patricia Elena Giraldo Calderón, com o trabalho “Hacia las políticas públicas complejas en América Latina: cooperativas, alimentos y adaptación al cambio climático”.
Estiveram presentes a Coordenadora-Geral de Cooperação Multilateral do MCTI, Adriana Tomé, representando o Chefe de Gabinete da Assessoria Internacional e Coordenador Nacional da RECYT; o Diretor Substituto do Departamento de Apoio aos Ecossistemas de Inovação, Hideraldo Luiz de Almeida; o Chefe de Gabinete da Setec, Rogério Passos dos Santos; a Coordenadora Alterna da Recite, Eleida Zanqueta de Freitas; a Coordenadora-Geral de Cooperação Nacional em Ciência, Tecnologia e Inovação do CNPq, Lisandra Helena Barros dos Santos; o Coordenador-Geral de Promoção à Inovação e ao Transbordamento do Conhecimento em Ciência, Tecnologia e Inovação do CNPq, Márcio Ramos; e o Coordenador de Instrumento de Apoio à Inovação da Setec, Marconi Albuquerque.