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COP30
Combate a mudanças climáticas exige articulação entre ciência, sociedade e governos, defende pesquisadora da UnB
Mercedes Bustamante destacou o papel fundamental da pesquisa para o estabelecendo métricas para as futuras modificações climáticas. Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)
A professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) Mercedes Bustamante esteve na Casa da Ciência, em Belém (PA), na terça-feira (18), para falar sobre a contribuição da ciência para as políticas nacionais sobre mudança do clima.
Ela destacou o papel fundamental da pesquisa para o estabelecendo métricas para as futuras modificações climáticas. A especialista citou a importância de manter a transparência das informações, com a divulgação de inventários no Sistema de Registro Nacional de Emissões (Sirene). A plataforma do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) disponibiliza dados oficiais sobre emissões de gases de efeito estufa no Brasil.
Mercedes alertou ainda que a crise climática afeta cada bioma brasileiro de forma diferente e defendeu medidas de longo prazo. "A educação climática tem que começar na educação básica", disse a pesquisadora, ressaltando a importância de formar cidadãos conscientes para as futuras políticas de clima. Para ela, as mudanças climáticas têm de ser encaradas como emergência nacional, visto que a adaptação humana a altas temperaturas tem limite.
A articulação conjunta entre Governo Federal, unidades federativas, municípios, sociedade civil e setor privado é fundamental. “A ciência dá o alerta, o Poder Público, a defesa civil e os municípios precisam organizar as ações para reduzir perdas e danos nesses eventos extremos”, disse. Porém, ela completou, a população também precisa ser comunicada com clareza para que ela possa se organizar e responder adequadamente.
“Caso contrário, a gente não consegue evacuar as pessoas quando é necessário, fazer com que elas tomem as atitudes corretas, que elas estejam atentas aos sinais e aos alertas que a ciência e os órgãos públicos emitem. Então, a redução dos impactos dos eventos extremos vai depender exatamente dessa parceria.”
A professora da UnB destacou a criação de políticas nacionais sobre mudanças climáticas em 2009, o que levou à criação de projetos importantes como a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. A pesquisadora enfatizou que o cenário segue promissor para a atração de investimento estrangeiro em projetos de preservação na Amazônia. Na avaliação dela, o Brasil tem a capacidade de rastrear os recursos e demonstrar com transparência a destinação e o impacto de cada ação, garantindo a credibilidade internacional.
Casa da Ciência
A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral.