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REPATRIAÇÃO
MCTI e Museu Nacional de Hannover assinam acordo de intenção para devolução de quatro fósseis
Divulgação
O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda, assinou, nesta sexta-feira (13), em Berlim, Alemanha, um documento de intenções para a devolução de quatro fósseis ao Brasil. A declaração também foi assinada pela diretora de Coleções e Pesquisa do Museu Nacional de Hannover, Claudia Andratschke.
“Os fósseis são uma riqueza imensa, que resistem ao tempo e mostram como era nossa fauna há milhões de anos. O MCTI não poupou esforços para viabilizar essa transação e hoje colhemos o fruto desse trabalho”, disse o secretário Inácio Arruda.
Os fósseis que devem ser repatriados são:
- Peixe Vinctifer comptoni, que viveu na Formação Santana da Bacia do Araripe há cerca de 115 milhões de anos;
- Peixe Notelops, criatura de nadadeiras raiadas que habitava os mares rasos de região Nordeste do Brasil há cerca de 110 milhões de anos;
- Mesossaurídeo Mesosaurus tenuidens (= M.brasiliensis) ou Stereosternum tumidum, um réptil aquático que viveu na Bacia do Paraná há cerca de 280 milhões de anos;
- e um Tronco silicificado de uma planta gimnosperma
“Com esse documento, finalizamos mais uma missão de repatriamento de fósseis brasileiros. O Brasil tem peças espalhadas por toda Alemanha, alguns tendo sido trazidos por pesquisadores e outros de forma irregular e nós vamos continuar com os trabalhos para trazer as peças para casa”, finalizou Inácio Arruda.
Segundo o embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe, “tratou-se de um gesto valioso que sinaliza a boa disposição alemã em cuidar da ciência com seriedade, sensibilidade histórica e espírito cooperativo".
“Os fósseis são uma riqueza imensa, que resistem ao tempo e mostram como era nossa fauna há milhões de anos. O MCTI não poupou esforços para viabilizar essa transação e hoje colhemos o fruto desse trabalho”, afirmou o secretário Inácio Arruda.
Colóquio Brasil-Alemanha de Paleontologia
O MCTI também promoveu, nesta sexta-feira (13), o Colóquio Brasil-Alemanha de Paleontologia com foco em Ciência, Cooperação e Diplomacia para o Futuro, em Berlim, Alemanha. O evento marcou a integração de importantes representações da comunidade científica brasileira e alemã, além de construir importantes laços para o desenvolvimento de pesquisa na área de fósseis.
“Quanto mais cooperarmos, mais fortalecemos nossos laços. Sobretudo, reforçamos o trabalho de pesquisa científica desenvolvida no Brasil, que permite também o início de novos estudos acadêmicos produzidos na Alemanha”, disse o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, que participou presencialmente do evento.
O evento é fruto de uma parceria entre os Ministérios de Ciência do Brasil e da Alemanha (MCTI e BMFTR), a Comissão Alemã na UNESCO, a Embaixada Brasileira na Alemanha, a Sociedade Senckenberg para Pesquisas da Natureza, o Landesmuseum Hannover, o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, a Rede Brasileira de Geoparques, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além da Secretaria de Ciência do Estado do Ceará e a Prefeitura de Santana de Cariri.
MCTI pelo mundo
Para além dos debates sobre a importância da pesquisa paleontológica, em ambos os países, o MCTI buscou demarcar a necessidade do incentivo à ciência para a constituição da cidadania. “Nós acreditamos que o contato da população com a ciência melhora bastante a qualidade da educação pública brasileira, formando cidadãos melhores. Porque a aprendizagem que você tem através de uma pesquisa e do método científico, você nunca esquece”, disse a diretora de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, Juana Nunes.
A diretora apresentou para os representantes alemães os programas de popularização da ciência do MCTI. “Recentemente, o ministério investiu R$ 500 milhões na recuperação e digitalização de acervos. Agora, queremos garantir que esse conteúdo chegue à população. Estamos criando estratégias de itinerância, como planetários móveis, para levar ciência e cultura a cidades sem museus ou centros científicos. Também vamos lançar os Pontos de Ciência, espaços que aproximam a ciência do dia a dia das pessoas, com ações interativas e acessíveis ", divulgou a diretora.
Também foram citados os programas como o POP Ciência, Mais Ciência Na Escola, Circuito Cientista na Escola, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e as Olimpíadas Científicas.
Ubirajara
Em 2023, o MCTI realizou a repatriação do Ubirajara jubatus, primeiro dinossauro não-aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul. Retirado do Brasil nos anos 1990 de maneira irregular, o fóssil estava no Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, também na Alemanha.
O Ubirajara viveu há cerca de 110 milhões de anos, na região da Bacia do Araripe, no interior do Ceará. Após a chegada ao Brasil, o fóssil do dinossauro foi transportado para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri (CE).
O fóssil é do tamanho de uma galinha e está em duas placas (positiva e negativa). A primeira mede 47 cm x 46 cm x 4 cm e pesa cerca de 11,5 kg. A segunda placa mede 47 cm x 46 cm x 3 cm, com peso aproximado de 8,0 kg.