Com milhares de visitantes e presença de Lula, 21ª SNCT marca anúncio de novos recursos para popularização da ciência

A 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que teve milhares de atividades realizadas em todo o território nacional no período de 14 a 20 de outubro, chegou ao fim no último domingo (10) marcada pela presença do presidente Luiz Inácio  Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de diversos ministros e autoridades.

Com entrada gratuita, a 21ª SNCT, evento âncora no DF, teve início na última terça-feira (5) e, durante seis dias recebeu a visita de mais de 100 mil pessoas, de todas as idades e todos os estados, entre estudantes e professores, jovens e crianças, além de muitos pesquisadores, curiosos e interessados em saber o que de mais importante o nosso país tem feito na área das inovações científicas e tecnológicas.

Uma das características principais da SNCT ao longo dessas duas décadas é sempre trazer uma temática para o centro dos debates. Neste ano, o tema escolhido foi “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, para valorizar e proteger a riqueza da biodiversidade nos diversos biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, além do Sistema Costeiro-Marinho.

Lula, Alckmin e ministros estiveram presentes 

O presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin participaram, na terça-feira (5), da abertura oficial da 21ª SNCT no Museu Nacional da República. Foi a primeira vez que Lula esteve presente em uma edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, criada por ele em 2004. 

Ao lado da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o presidente da República anunciou um pacote de investimentos e parcerias, que totalizam um aporte de R$ 740 milhões de reais em ações  de popularização da ciência e educação científica. Lula e Alckmin também visitaram dezenas de estandes no pavilhão da 21ª SNCT, interagiram com estudantes e conheceram projetos de pesquisa e iniciativas de jovens de todo o Brasil.

Estiveram também presentes na abertura o ministro da Educação, Camilo Santana; a ministra da Saúde, Nísia Trindade; o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo; e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.

Já a ministra das mulheres, Cida Gonçalves, participou de um dos debates da Semana e a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, trouxe a família para visitar e interagir com os estandes da SNCT.

Presente para o DF

O último dia da 21ª SNCT teve um presente especial para o Distrito Federal e todos os participantes de outros estados do Brasil. Um show aberto ao público da cantora Vanessa da Mata,  uma das principais artistas  brasileiras, na praça do Museu da República, marcou o fim das atividades.

Além disso, a Semana teve como destaque a assinatura de acordos de cooperação e um anúncio robusto de novas verbas para o setor. Segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a chegada dos recursos segue a esteira da criação do Programa Nacional de Popularização da Ciência, o Pop Ciência, materializado no ano de 2023 por meio de um decreto presidencial. A própria SNCT, dessa forma, passou a ser uma ação incorporada ao Pop Ciência.

"Um ano depois, estamos aqui anunciando uma série de entregas. Juntamos MCTI, Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), SECOM (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) e MEC (Ministério da Educação), para apresentar um verdadeiro pacote de investimentos e parcerias, que totalizam um aporte de R$ 740 milhões em ações de popularização da ciência", celebrou a ministra. “O grande sentido da liberdade é o conhecimento”, complementou a ministra.

Grande parte dos recursos anunciados na SNCT, com a presença do presidente Lula, servirá para fortalecer a parceria já existente entre o MCTI e o Ministério da Educação. Foi duplicado o valor do programa Mais Ciência, alcançando a cifra de R$200 milhões, chegando a duas mil escolas, duas mil bolsas para professores, 20 mil bolsas para estudantes e os investimentos necessários para fazer funcionar adequadamente os chamados Laboratórios Makers nas escolas públicas da educação básica. “O segundo turno da escola de tempo integral terá os laboratórios de mão na massa, de robótica, microeletrônica, astronomia, de diversas áreas do conhecimento para que desde cedo a nossa juventude possa ter acesso a isso”, afirmou a ministra Luciana Santos. 

Estrutura próxima da rodoviária aproximou o público

Uma mega estrutura foi montada ao lado do Museu Nacional da República, próximo da rodoviária de Brasília, com atividades gratuitas para o público e as mais diversas informações em torno do tema desta edição da Semana: “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”. Além disso, essa foi a mais inclusiva e acessível das Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia até hoje. Um evento para todos, com equipamentos de tecnologia assistiva, cadeiras de roda, guias de acessibilidade, libras, audiodescrição, kits sensoriais, além de oficinas de acessibilidade e muitas atividades com protagonismo das pessoas com deficiência.

O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, lembra que a temática da edição 2025 já foi escolhida: Oceanos. “Já aguardamos ansiosos pela 22ª edição. As crianças e jovens,  além das escolas, já podem se preparar para trabalhar a temática. A nossa intenção é que o Brasil inteiro se organize com antecedência  para estar conosco ano que vem quando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação comemora 40 anos de atividades”, antecipou Arruda.  

Segundo Juana Nunes, diretora do departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, a cada ano que passa a SNCT se consagra como o maior e mais popular  evento de CT&I do Brasil. Aberto ao público e gratuita, a Semana Nacional deste ano comprova mais uma vez que a popularização  da ciência é fundamental para o desenvolvimento social do país. “Queremos mais. Queremos chegar a mais pessoas, a mais territórios porque ainda temos este desafio de levar o conhecimento para todas e todos os brasileiros da forma mais democrática possível. Por isso, já estamos pensando na Semana do ano que vem, para ser ainda maior, ainda mais acessível e com mais possibilidades de interação com a população”, anunciou a diretora. 

Programação com mais de 100 atividades 

A programação foi extensa, com  71 oficinas e 6 rodas de conversa, além de debates, lançamentos de livros, diversas atividades interativas e algumas novidades: a “1ª Jornada de Foguetes do Cerrado” e o espaço do Geoparque, onde fósseis de dinossauros brasileiros estavam expostos para visitação.  

A 21ª SNCT abrigou também o Encontro Nacional de Popularização da Ciência e a cerimônia de entrega de medalhas aos premiados nas Olimpíadas Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), Olimpíada de Matemática do Distrito Federal, Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) e no Programa Caça Asteroides. 

Como a ciência e a cultura andam juntas, a Semana promoveu 24 apresentações teatrais, musicais e de cultura popular. Três grandes shows foram destaques da programação: a sambista brasiliense Teresa Lopes, o projeto de entretenimento e educação infantil Mundo Bita e a premiada cantora, compositora e escritora Vanessa da Mata.

Cerca de 6 mil estudantes da rede pública do Distrito Federal, classificados ao longo do ano durante do Circuito DF de Ciência, representaram 70 escolas e tiveram a oportunidade de apresentar os seus trabalhos na 21ª SNCT.  Além disso, mais de 100 ônibus foram mobilizados para garantir visitas guiadas de escolas de todo o DF aos estandes e atividades da SNCT.

Hackton combate fake news

Uma das principais atividades da 21ª SNCT foi a realização do Hackaton Pop, junção dos termos “hack” (programar, em inglês) e “marathon” (maratona, em inglês) e desenvolvido em uma atividade imersiva com a participação de equipes de diversos estados. Neste ano, o objetivo foi apresentar soluções inovadoras e criativas para combater a desinformação sobre as mudanças do clima. O grupo Ecoguardiões, da Região Norte do Brasil, levou o prêmio de melhor projeto.