Notícias
Fruto da ousadia de jovens pesquisadores, Laboratório Nacional de Computação Científica completa 43 anos
Nos anos 1970, um grupo de jovens pesquisadores decidiu abrir uma nova área do conhecimento que não exista no Brasil: a computação científica. Naquele momento, eles estavam escrevendo a história do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que completa 43 anos no dia 28 de junho.
“O LNCC evolui a partir do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e de um grupo de pesquisadores que usavam modelos computacionais para resolver problemas. Foi uma época em que se percebeu a importância desses modelos para a resolução de muitos problemas científicos”, lembrou o ex-diretor do LNCC Augusto Gadelha.
A trajetória do LNCC esteve na vanguarda da computação científica. É do LNCC, por exemplo, a primeira conexão de internet em rede acadêmica no país. Na pandemia, a instituição está à frente das principais pesquisas voltadas para o mapeamento genético do novo coronavírus. Uma atuação que conta, desde 2016, com o processamento de alto desempenho do Supercomputador Santos Dumont, o maior da América Latina, com capacidade de processar 5,1 quatrilhões de operações matemáticas por segundo.
O LNCC é hoje, além de um centro de pesquisas, o único centro de supercomputador aberto à comunidade científica no país. “O Brasil precisa de uma capacidade de computação de alto desempenho para lidar com problemas de grande complexidade, que envolvem questões meteorológicas, ambientais e saúde. O LNCC é fundamental para que o país tenha capacidade computacional em alto nível para fazer suas pesquisas”, afirmou Gadelha.
Registro inédito
Toda essa história virou livro, que será lançado em comemoração aos 43 anos do LNCC. Organizado pela servidora do LNCC Simone Elias, a publicação “Modelando histórias – mais de quatro décadas do Laboratório Nacional de Computação Científica” estará disponível gratuitamente em versão e-book e impressa.
“O LNCC é um instituto com 43 anos de vida, e não tínhamos nenhum livro que contasse a sua história”, disse Simone. “A computação científica, há 40 anos, não existia. Então, a história da computação enquanto ciência passa pelo LNCC.”
Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o livro traz quatro capítulos com olhares de ex-diretores do LNCC - Antônio Cesar Olinto, Abimael Loula, Pedro Leite Dias e Augusto Gadelha. O quinto capítulo, escrito por Simone, é dedicado ao ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e ex-diretor do LNCC, Marco Antônio Raupp (1938 -2021). Depoimentos de 16 cientistas que passaram pela instituição completam a publicação inédita.
“Sempre me deixa encantada esse empreendedorismo científico. Fico feliz de ver trajetória dos jovens pesquisadores que hoje, aos 80 anos, colhem tantos frutos”, contou Simone.
O livro é primeiro produto do Centro de Memória do LNCC. “Recuperamos acervo de fotografias e documentos que ainda não haviam sido trabalhados”, explicou Simone. “É um convite para conhecer, festejar e se encantar com pessoas que trabalham para essa realidade.”