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Seminário do MCTI avalia projetos em resposta ao derramamento de óleo na costa brasileira
O MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações promoveu, nesta terça-feira (11), um seminário para avaliar 18 projetos de pesquisa contratados em resposta ao desastre do derramamento de óleo que atingiu a costa brasileira no segundo semestre de 2019. O objetivo do Seminário de Monitoramento Marco 01 do Programa Ciência no Mar – Gestão de Riscos e Desastres é apresentar à sociedade os resultados parciais dos projetos.
Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, os projetos de enfrentamento ao derramamento de óleo na costa brasileira são um exemplo da prontidão da ciência em responder rapidamente e com eficiência a grandes desafios do país. “A participação da ciência é essencial para buscar soluções, evitar que isso aconteça novamente no futuro e corrigir o que ocorreu no passado”, afirmou.
As pesquisas buscam subsidiar com evidência científica as ações para a gestão do risco e prevenção de desastre no oceano nacional. Os 18 projetos abrangem ações de monitoramento, modelagem e previsão de desastres; biotecnologia para resposta e mitigação do óleo; monitoramento e avaliação de impactos nos ecossistemas, população e saúde humana e projetos de avaliação de impactos socioeconômicos.
Os 18 projetos de pesquisa foram contratados por meio de duas chamadas. A primeira encomenda emergencial foi lançada ainda em 2019 pelo MCTI e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com investimentos de R$ 7,5 milhões em 7 projetos emergenciais. Em 2020, outra chamada lançada em parceria com a Marinha do Brasil beneficiou 11 novos projetos com um valor total de R$ 6 milhões.
Para o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, os projetos comprovam que houve uma resposta rápida do ministério e parceiros ao desastre do derramamento de óleo. ”Promovemos esse segundo evento do monitoramento das pesquisas sobre o óleo no mar com objetivo de apresentar os resultados parciais desses projetos tão importantes”, ressaltou.
O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, disse que as chamadas públicas para enfrentamento ao desastre ambiental foram uma demonstração de políticas públicas eficazes e assertivas. Ele destacou a capacidade da ciência brasileira e reforçou a importância do CNPq/MCTI. “O ministério e o CNPq se reafirmam como instituições necessárias para a defesa do país diante de emergências e de situações difíceis que afetam a população”.
A presidente substituta do CNPq/MCTI, Maria Zaíra Turchi, lembrou que as ações emergenciais mobilizaram pesquisadores dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) na busca de respostas aos desafios. Para a vice-presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Márcia Perales, o ministério agiu com prontidão e rapidez no apoio aos pesquisadores. “A sociedade aguarda por respostas, que estão sendo trabalhadas com investimento em ciência, tecnologia e inovação”, afirmou.
Derramamento de óleo
O derramamento de óleo cru que atingiu a costa brasileira no segundo semestre de 2019 afetou mais de 2,5 mil quilômetros de litoral em todos os nove estados do Nordeste e dois da Região Sudeste. O derramamento deixou uma trilha tóxica por milhares de quilômetros impactando diversos ecossistemas e organismos a eles associados: praias, costões rochosos, manguezais, pradarias marinhas, estuários, arrecifes e corais. O derramamento de óleo também atingiu algumas das praias turísticas mais frequentadas na área, afetando toda a cadeia de turismo e pesca, com graves consequências econômicas e sociais no litoral.
Ciência no Mar
Os 18 projetos de gestão de risco e desastre contratados para o enfrentamento ao derramamento de óleo fazem parte de um portfólio de projetos do Programa Ciência no Mar, desenvolvido pelo MCTI em parceria com os estados, Marinha do Brasil, CNPq e Finep. O programa foi lançado em novembro de 2019 e oficializado pela Portaria 4.719, de 5 de maio de 2021. É um programa de gestão da ciência brasileira relacionada ao oceano, com duração prevista até 2030, que se organiza em seis linhas temáticas transversais e trabalhadas de forma sistêmica, integrada e em interface com a Década da Ciência Oceânica e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Entre as linhas temáticas está a gestão de riscos e desastres, como por exemplo as ações relacionadas ao derramamento do óleo de 2019.