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EQUIDADE DE GÊNERO
Presença feminina na pós-graduação é apresentada na Ufop
Expondo dados que mostram que a desigualdade de gênero na pós-graduação tem diminuído nos últimos anos, apesar de ainda estar presente em algumas áreas, a presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, participou do seminário sobre Políticas Universitárias e de Gestão para Promoção da Equidade de Gênero nas Universidades Federais realizado na quarta-feira, 22/1, na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
A presidente ressaltou que as mulheres ultrapassam os homens em número de mestres e doutores no Brasil: a partir de 1997, elas se tornaram maioria entre as titulações de mestrado e, desde 2003, também nas de doutorado. Atualmente, cerca de 54% dos ingressantes na pós-graduação são mulheres, e elas concluem os cursos em maior número. Apesar desse avanço, “ainda enfrentam barreiras significativas para alcançar posições de destaque, evidenciadas pelo efeito tesoura na transição de doutoras tituladas para cargos docentes”, explicou.
Sobre isso, Denise citou o relatório de 2017 da editora Elsevier, que demonstra que a participação feminina na ciência está diretamente relacionada à diversidade na composição de comissões científicas de congressos, destacando a importância de buscar a paridade de gênero nas bancas de concurso, para evitar viés na seleção e aprovação.
A gestora também traçou um paralelo sobre a questão salarial, citando que mulheres com a mesma titulação dos homens ganhavam, em 2019, cerca de 30% a menos. Entre as causas estão a menor presença delas em cargos de liderança, em áreas com remuneração mais alta, e os efeitos de barreiras como o teto de vidro e o efeito tesoura. Além disso, ela demonstrou o forte viés racial: enquanto 28% das mulheres brancas têm nível superior completo, entre mulheres negras, o índice é de apenas 13%. “Desigualdades que são agravadas em populações rurais, indígenas e quilombolas”, reforçando a urgência de políticas para combater “injustiças históricas e sociais.”
Por fim, a presidente citou ações da Fundação tanto para combater a desigualdade existente quanto para incentivar o interesse de jovens mulheres na ciência, como o Prêmio CAPES Futuras Cientistas, que reconhece o trabalho de estudantes do ensino médio nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Além disso, o programa Abdias Nascimento, retomado em 2023, destina 50% das bolsas de missões no exterior a mulheres autodeclaradas pretas, pardas, indígenas, pessoas com deficiência ou altas habilidades.
Além deles, Denise mencionou a recriação do Comitê Permanente de Equidade de Gênero que discute políticas para inclusão e equidade na pós-graduação, incluindo critérios específicos para avaliação de programas. As propostas estão sendo discutidas e serão apresentadas no Fórum de Pró-Reitores e no CTC-ES, com planos de implementação futura.
Promovido pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o evento buscou fomentar debates e a troca de experiências e boas práticas, que devem culminar na construção de um documento com políticas e estratégias para a promoção da equidade de gênero nas universidades federais. Antes do seu painel, a presidente assistiu à abertura do seminário e às palestras da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e da ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia.
O Seminário está disponível no canal da Andifes no YouTube.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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