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Pesquisa aborda migração venezuelana na Amazônia
Josué Santos é bacharel em Teologia pela Faculdade Faceten e mestre em Segurança Pública, Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade Estadual de Roraima (UERR). Em seu mestrado, pesquisou os processos educacionais de crianças indígenas refugiadas e migrantes da Venezuela que vivem em abrigos humanitários no Brasil. O trabalho foi apresentado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, durante XI Encontro Mundial do Ensino de Português. Atualmente, é doutorando em Educação na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, e, no momento, realiza o doutorado-sanduíche na Universidade de Stanford, na California. Bolsista da CAPES/MEC desde 2022, ele analisa a trajetória migratória de venezuelanos no Brasil. “Esses refugiados e migrantes têm necessidades específicas que os inserem entre a nação de origem e a de acolhida, situação que se aprofunda à medida que as histórias dessas pessoas se transformam em trajetórias de luta, pertencimento e resiliência”, explica.
Sobre o que é a sua pesquisa? Explique de forma mais detalhada o conteúdo do trabalho.
Minha pesquisa no Brasil intitulada "Por essas Cortas Líneas: Autobiografias e Etnografias da Migração Venezuelana na Amazônia - Brasil" tem como objetivo compreender o que significa para os venezuelanos, ser um migrante e/ou refugiado no Brasil a partir de suas histórias de vida e trajetórias migratórias, bem como a produção de uma etnografia sobre a constituição dos abrigos (cotidiano, normas e culturas migrantes). Nesse processo, é possível visualizar, a partir da própria voz dos participantes, suas dificuldades de inserção local, suas perdas e ganhos no deslocamento migratório e como ocorre a vida em um abrigo humanitário na Amazônia brasileira. Atualmente, realizo parte da minha pesquisa na Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), expandindo a pesquisa para compreender, de forma comparativa, como os Estados Unidos lidam com a migração de latinos, no sentido de acesso às políticas e serviços públicos.
O que vale destacar de mais relevante na sua pesquisa?
O aspecto mais relevante da pesquisa é a possibilidade de visualizar as diferentes camadas da migração e do refúgio tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Esses refugiados e migrantes possuem histórias e necessidades específicas que atravessam outros recortes, como gênero, sexualidade, raça, escolaridade e profissionalização, o que os insere entre a nação de origem e de acolhida que se aprofunda à medida que as histórias dessas pessoas se transformam em trajetórias migrantes de luta, pertencimento e resiliência.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
A pesquisa em desenvolvimento tem apontado diversas contribuições. Primeiro, um aprofundamento teórico e metodológico no campo das ciências humanas, especialmente sobre migrações. Segundo a sugestão de pautas para políticas públicas de inclusão e pertencimento para pessoas que atravessam a questão da migração até o acolhimento – o que inclui melhorias no acesso à revalidação de documentos, inserção no mercado de trabalho, nas escolas e nas universidades, além da elaboração de estratégias de formação continuada, como cursos de idiomas, técnicos e profissionalizantes, e, entre outras contribuições, nas formas de acolhimento que o Brasil tem desenvolvido. Por fim, a pesquisa contribui ao comparar estrategicamente as políticas de acolhimento e inserção local dessa comunidade no Brasil e nos Estados Unidos, especificamente na região de São Francisco, na Califórnia, conhecida por seu histórico de migração latina.
De que forma a bolsa da CAPES contribui para sua formação?
Este estudo só foi possível com o apoio da CAPES/MEC e seu incentivo à pesquisa e à ciência brasileira. Como bolsista, tenho utilizado os recursos para diferentes metodologias, como a pesquisa bibliográfica em instituições e a pesquisa de campo em abrigos humanitários em Roraima. Além disso, por meio da CAPES/MEC, tive acesso a estágio de docência, nos quais pude aprender e contribuir para o ensino e extensão em uma universidade brasileira – uma meta de vida. Com o acesso à pós-graduação proporcionado pela Coordenação, consigo ter acesso a laboratórios, internet e contatos com pesquisadores, além de disseminar minha produção científica e participar de redes de pesquisa.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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