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Livro em parceria com comunidade indígena registra 300 espécies de aves
Camila Ribas, professora, bióloga e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é mestre e doutora em Genética e Biologia Evolutiva pela Universidade de São Paulo (USP). Ex-bolsista da CAPES/MEC, a pesquisadora trabalhou em conjunto com a comunidade Baniwa, no Amazonas, para catalogar 300 espécies de aves, além de incluir a cultura local e a sabedoria da população indígena. “A comunidade teve a iniciativa de procurar parceria no Inpa para fazer uma pesquisa colaborativa sobre as aves”, conta. O trabalho resultou em livro, de autoria coletiva, que ganhou o Prêmio Jabuti Acadêmico de 2025. Em sua segunda edição, a premiação, entregue em agosto, valoriza a excelência da produção científica, técnica e profissional nacional.
Sobre o que é o seu livro? Explique o conteúdo da sua produção.
O livro é de autoria coletiva e resulta de um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam). A publicação foi construída junto com a comunidade de Nazaré do Rio Cubate, de etnia Baniwa, que vive na terra indígena do Alto Rio Negro, no Amazonas. O livro inclui informações sobre cerca de 300 espécies de aves que foram registradas colaborativamente na região. Também inclui histórias da cultura local envolvendo aves e conhecimentos específicos sobre algumas espécies.
O que vale destacar de mais relevante?
A produção coletiva e a colaboração entre culturas diferentes, que reúnem conhecimentos de origem distinta sobre a biodiversidade. Destaca-se, em especial, a autoria coletiva, que dá crédito aos moradores locais que trabalharam na construção do conteúdo do livro.
De que forma o seu livro pode contribuir para a sociedade?
Localmente, o livro será usado nas escolas e ajudará a valorizar a biodiversidade local. Por ser bilíngue (em português e nheengatu, com nomes das aves em Baniwa), também valoriza as línguas locais. De maneira mais ampla, contribui para a valorização dos conhecimentos tradicionais sobre biodiversidade, indicando um novo caminho para desenvolver pesquisas em colaboração entre a ciência acadêmica e as populações tradicionais, respeitando seus sistemas de conhecimento e valorizando as línguas locais.
Qual a importância para você de ter sido premiado?
A premiação foi um reconhecimento muito importante dessa maneira proposta de fazer ciência na Amazônia, que valoriza os conhecimentos das populações locais.
De que forma a bolsa da CAPES/MEC contribuiu para sua formação?
Fui bolsista durante meu pós-doutorado. O apoio da CAPES/MEC esteve sempre presente na minha trajetória.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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