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Ex-bolsista vence prêmio de editor do futuro
Professor do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Mateus Rebouças Nascimento é graduado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mestre e doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Com bolsa da CAPES/MEC, propôs um modelo de visibilidade para produção científica para pesquisadores de sua área. Pouco tempo depois, venceu o Prêmio Jürgen Döbereiner 2025, na categoria Editor do Futuro, em edição especial relativa aos 40 anos da Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec).
Fale sobre sua trajetória. De onde veio o interesse pela área de Ciência da Informação?
Iniciei a graduação em Biblioteconomia na Ufam em 2016. Logo no início, despertou em mim o interesse pela pesquisa científica, impulsionado pela prática no Grupo de Pesquisa Gestão da Informação e do Conhecimento na Amazônia (GICA). Essa base me permitiu ingressar na pós-graduação em Ciência da Informação na UFSC. Foi nesse ambiente — dentro dessa grande área que abarca a Biblioteconomia — que consolidei minha vocação para temáticas como estudos métricos da informação, avaliação de programas de pós-graduação, indicadores e ciência aberta.
Fale sobre o seu trabalho de doutorado, para o qual recebeu bolsa CAPES/MEC.
A tese propôs um modelo de visibilidade para a produção científica de pesquisadores em Ciência da Informação, considerando as recentes mudanças na avaliação da CAPES/MEC, como a nova ficha de avaliação e o foco na avaliação de artigos. O estudo demonstrou que, para dar visibilidade à ciência hoje, é necessária uma estratégia multifacetada: otimização de mecanismos de busca (SEO acadêmico), colaboração interdisciplinar e internacional, uso ativo de redes sociais acadêmicas e, crucialmente, o monitoramento contínuo da produção após sua disseminação.
Fale também sobre o de mestrado, etapa na qual também foi bolsista.
A dissertação analisou os indicadores métricos dos programas de pós-graduação em Ciência da Informação, alinhando-se aos preceitos avaliativos da CAPES/MEC. O objetivo foi contribuir com o processo de avaliação propondo diretrizes que respeitassem as características intrínsecas da Ciência da Informação. A partir de um diagnóstico bibliométrico e cientométrico, os resultados evidenciaram a necessidade de considerar as particularidades da área para medir seus índices com precisão.
O que significou para você ter recebido o Prêmio Jürgen Döbereiner 2025?
Receber o Prêmio Jürgen Döbereiner 2025 foi a validação de que seguir os preceitos de uma ciência aberta, ética e reproduzível é o caminho correto para uma comunicação científica efetiva. Significa respeitar o legado de Döbereiner como referência na editoria científica. Além disso, esse reconhecimento me dá um novo ânimo nesta etapa da carreira, atuando como docente e gerente da Editora Universitária da UFR.
[NR: Alemão radicado no Brasil desde os anos 1950, Jürgen Döbereiner dedicou a vida a pesquisas na área de Patologia Veterinária. Tornou-se pesquisador da então recém-criada Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) em 1976, status que manteve até 2010. Fundou e foi editor-chefe da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira]
Qual foi a importância da CAPES/MEC em sua trajetória?
A CAPES/MEC foi fundamental na minha trajetória. O financiamento de cinco anos de pesquisa permitiu que eu me dedicasse exclusivamente à minha capacitação, o que foi determinante para que eu alcançasse a docência como professor efetivo da Universidade Federal de Rondonópolis. O investimento público em minha formação não só garantiu segurança para seguir no mundo acadêmico, como agora retorna à sociedade por meio do meu trabalho em universidade federal.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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